Tirar CNH ficará mais difícil
Brasil - 6/9/2008 7:54:00
Fonte: http://www.grandefm.com.br
A partir de 1º de janeiro do ano que vem, tirar a carteira de habilitação vai levar mais tempo e ficará mais caro. De acordo com a resolução 285 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o total de aulas teóricas passará das atuais 30 para 45 horas. As práticas chegarão a 20 horas.
"O foco é diminuir o número de acidentes envolvendo motociclistas. O aumento na carga horária pretende reforçar o respeito entre motoristas e motociclistas", explica Eduardo Sanches Faria, coordenador de Informatização e Estatística do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). "Direção defensiva e legislação terão carga redobrada."
Com isso, o preço para tirar a CNH deve subir cerca de 20% de acordo com Magnelson Carlos de Souza, presidente da Federação Nacional das Auto-Escolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto). "Os sindicatos estaduais prevêem mais gastos com profissionais, instalações e combustível", justifica. Segundo essa projeção, os valores atuais, de cerca de R$ 600, passarão a R$ 720.
Entre os que se preparam para conquistar a primeira habilitação não há unanimidade acerca das novas regras. Guilherme Rios se diz contra a medida. "São muitas horas de aula teórica. Chega a parecer que o assunto acabou e o cursinho não", diz.
Ele foi reprovado no primeiro exame teórico e aguarda o resultado da segunda tentativa. "Só caíram questões de mecânica. Até acho interessante, mas não me imagino consertando um carro."
Já Milene Santana aprova as aulas teóricas. "Nunca tive contato com carros. Aprender o funcionamento é importante", diz. Rodrigo Botelho faz coro com Milene, mas não sabe se as atuais 15 horas práticas serão suficientes. "Não tenho prática e quero aprender para encarar o trânsito."
Carlos Sobral, dono e instrutor da Auto-Escola Amazônia, no Tatuapé, Zona Leste, pondera: "O aluno só deve fazer o exame ao se sentir preparado. Então, 15 aulas podem parecer pouco ou muito."
Motociclistas
Para Souza, o caso mais grave é a formação de motociclistas. "A prova não é no trânsito por questão de segurança. Logo, pressupõe-se que o condutor não está preparado. A mudança deve ser em toda a cadeia de formação."
A administradora Márcia dos Santos tem carta para motos há quatro anos, mas não se sente preparada para encarar vias de trânsito intenso. "Precisa ter atenção redobrada e agilidade. Muitos motoristas se esquecem dos motociclistas e os acidentes acontecem por confiança excessiva de ambos."
Polêmica
"É mais importante requalificar instrutores e reforçar a fiscalização do cumprimento da carga horária e venda de certificados", afirma Souza. "Muitos instrutores falam em adestramento para o exame. Como o aluno pode encarar o trânsito assim?"
Faria prevê nível mais alto de dificuldade. "Como a carga vai ser maior, a prova tende a ficar mais difícil", explica.
Fonte: Estadão
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