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terça-feira, agosto 15

A sorte está lançada - Paulo Skaf

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A sorte está lançada

Paulo Skaf

Alea jacta est, uma das mais célebres frases da história, foi pronunciada por Júlio César, em 49 a.C., ao cruzar o rio Rubicão, iniciando campanha que mudaria radicalmente o destino do Império Romano. Por decisão do Senado e do inimigo político Pompeu, César fora destituído do cargo de governador das Gálias e recebeu ordens para depor armas. Porém, decidiu não se resignar. Invadiu a Península Itálica, conquistou Roma e alterou um futuro que estava delineado.
A analogia com o primeiro imperador da Roma Clássica, contudo, é bastante oportuna quanto à necessidade de não se aceitar o errado, o aparentemente imutável, os dogmas e estigmas que permeiam a trajetória de um povo. Estas são reflexões importantes para o brasileiro, neste momento em que se dá a largada em mais um processo eleitoral importante, no qual iremos às urnas para eleger o presidente da República, governadores, senadores e deputados federais e estaduais.
O pleito de 2006 reveste-se de especial significado para o País, pois vai acontecer em seguida à repetição de um vício antigo de seu setor público, a erva daninha da corrupção. "Mensalão", dólares em peças íntimas, "sanguessugas", malas de dinheiro sem clara origem e outras mazelas repetiram velhas práticas não-republicanas, que, na verdade, envergonham e ferem a auto-estima de nossa gente. Assim, é imensa a responsabilidade do eleitor no sentido de votar com plenitude de consciência, elegendo candidatos comprometidos com a ética e a solução dos problemas crônicos, como o desemprego, o baixo crescimento econômico, a ausência de políticas públicas capazes de garantir o avanço sustentado da economia, o resgate da dívida social e a mitigação de suas conseqüências, como a tragédia das crianças carentes e abandonadas e o flagelo da violência, cada vez mais perigosamente exacerbada.
Por isso mesmo, ao analisar os candidatos, não se pode restringir tal tarefa apenas à visão limitada do conceito de "ética". Embora imprescindível e intangível, a probidade administrativa não é virtude suficiente para afiançar os postulantes a cargos públicos. Deve-se partir, nas reflexões voltadas à definição do voto, do pressuposto inerente à missão do Estado: garantir direitos e deveres de modo equânime; disponibilizar serviços de qualidade na saúde, educação, segurança, moradia e infra-estrutura; e estimular a economia, sem interferir nos sistemas produtivos.
O alinhamento a esses compromissos revela a envergadura dos gestores e a estrutura de Estado que o Brasil precisa. Muito além da retórica dos palanques e do marketing que transforma os candidatos em interessantes produtos, a sociedade almeja um projeto exeqüível de nação, contemplando o desenvolvimento socioeconômico e o saneamento moral do setor público. O destino, portanto, está no gesto de cada cidadão ao digitar os números de seus candidatos nas urnas eletrônicas. E não basta votar! É preciso cobrar os compromissos de campanha. É básico - evitando a repetição de erros do passado - reivindicar aos recém-eleitos, principalmente o presidente da República e congressistas, que realizem com rapidez as reformas necessárias (política, tributária, previdenciária, trabalhista e econômica).
Estas são as reflexões que deveremos fazer - "armados" apenas com nosso título eleitoral e nossa consciência -, ao cruzarmos, soberanos, a porta da seção eleitoral, em 1º de outubro. Brasileiros, a sorte está lançada!

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