Bens de Consumo "Sabão líquido e pilha recarregável são duas apostas"
P&G parte para novos mercados no Brasil
Lílian Cunha, de São Paulo
18/09/2008
Fonte: Valoronline
Para o egípcio Tarek Farahat, presidente da Procter & Gamble no Brasil, não há país melhor para trabalhar. "O brasileiro é o consumidor perfeito", diz. "Adora tomar banho, adora novidade, adora ver anúncio e escova os dentes três vezes por dia." De olho nessas características, Farahat traçou o plano de crescimento da maior empresa de bens de consumo do mundo no Brasil: explorar novos mercados.
Um bom exemplo é o recém-lançado detergente líquido para roupas Ariel LíquidoMax. Em um mercado no qual o sabão em pó está presente em 99,5% dos lares, de todas as classes sociais, a P&G não viu outra saída para crescer a não ser lançar a versão líquida do produto, pelo mesmo preço e com rendimento igual ao do pó. Resta, agora, o desafio de criar um novo hábito de consumo.
"O brasileiro usa sabão em pó por costume e falta de opção. Mas vamos mostrar as vantagens do líquido, que não deixa manchas de sabão na roupa, cheira melhor, e pode ser pré-aplicado no tecido antes da lavagem, dispensando os tira-manchas", afirma Farahat.
"Há 20 anos, quando a P&G chegou ao país, o mercado de cremes para o cabelo e o de fraldas descartáveis quase não existia. Lançamos vários produtos, conquistamos o consumidor e hoje o país é o segundo mercado mundial em cuidados com o cabelo e o quarto em fraldas."
Da mesma maneira, a P&G pretende ampliar o mercado de produtos de cuidados pessoais para homens. "A mulher quer se cuidar porque quer se sentir bem. O homem também. Mas a mulher vai ao supermercado e tem um corredor de produtos só para ela. O homem, não." Dos R$ 22,23 bilhões que o setor de higiene e beleza movimentou em 2007, só R$ 1,79 bilhão são produtos masculinos, ou 8,05% do total.
Desde o ano passado, a P&G vem ampliando os itens para o público masculino: lançou os produtos de preparo para barbear da marca Gillette, desodorantes em formatos diferentes (um deles lembra desodorantes em bastão, mas na verdade é gel) e ampliou a linha de artigos pós-barba. A idéia é aproveitar o potencial desse consumidor, de qualquer classe social - a marca Prestobarba, mais barata, também está sendo expandida.
"Assim como o público feminino, o masculino também compra aspirando parecer melhor, se sentir melhor. Não há por que oferecer menos para os homens", diz o executivo, que há duas semanas esteve em Milão, na Itália, disputando uma partida de futebol virtual, pelo computador, com o meia-atacante do Milan, Kaká. "Ele é nosso garoto-propaganda e transmite o que o consumidor quer ao usar nossos produtos: alguém bem sucedido, bonito e simpático", diz Farahat, que perdeu nos pênaltis a disputa com o craque.
A P&G está investindo em uma nova promoção voltada ao público masculino, cujo valor não é revelado e começa em uma semana. Os participantes comprarão produtos para jogar futebol pela internet. O vencedor de todas as etapas, até o fim do ano, irá à Itália jogar com Kaká.
Outro mercado que interessa à P&G é o de pilhas recarregáveis, com a marca Duracell, que pertencia à Gillette, adquirida globalmente pela P&G em 2005. Até metade do semestre passado, boa parte do que havia no mercado nacional vinha do Paraguai ou eram marcas falsificadas. Com o lançamento de Duracell recarregável, em um pacote com 4 unidades e um carregador com preço sugerido de R$ 20, a P&G pretende tomar espaço das pilhas piratas. "Temos um produto com uma marca reconhecida, com durabilidade e um preço tão bom quanto o desses concorrentes", afirma Farahat.
A Procter, que neste ano comemora 20 anos no Brasil, tem quatro fábricas no país. Entre abril e junho, a empresa teve vendas líquidas 10% maiores na somatória dos 180 países onde atua, chegando a US$ 21,266 bilhões, frente aos US$ 19,272 bilhões verificados nos mesmos três meses de 2007. No mundo, tem 138 mil funcionários.
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