São Sebastião receberá contêineres
José Rodrigues, Para o Valor, de Santos
18/09/2008
Fonte: Valoronline
O porto de São Sebastião, no litoral norte de São Paulo, prepara-se para atrair uma escala semanal de navio de contêineres, na linha de cabotagem. O porto planeja aproveitar o potencial da indústria do Vale do Paraíba e da região de Campinas. Um inventário de cargas, de alto valor agregado dessas regiões, está em curso pela direção da Companhia Docas de São Sebastião, estatal administradora do porto. A meta da companhia é embarcar cerca de 500 contêineres por semana. No período de doze meses encerrado em agosto, São Sebastião cresceu 28% em volume de carga, somando 620,2 mil toneladas.
Para atender aos navios de contêineres, o porto paulista preparou um berço com 8,20 metros de profundidade. Para os outros tipos de serviços, a direção recuperou o seu cais interno, que de dois metros de calado passou para sete metros.
O porto passou por uma reformulação institucional, saiu do domínio da Dersa para se transformar em empresa estadual e realizou várias obras de infra-estrutura. Isso permitiu atrair novas cargas. Nas mais de 620 mil toneladas, dos últimos doze meses, estão incluídas 246 mil toneladas de barrilha, um produto tradicional no porto. Mas São Sebastião cresceu com a movimentação de enxofre a granel, animais vivos, mudas de plantas e tubos destinados ao projeto Mexilhão, da Petrobras, no equivalente a 91 mil toneladas.
Os animais vivos e as mudas de plantas-frutíferas destinam-se a países africanos, especialmente Angola, cujas espécies locais foram dizimadas por guerras civis. Entre os animais embarcados aparecem bois, cavalos, cabritos e porcos. "O navio parece uma Arca de Noé", afirma Frederico Bussinger, presidente da Docas de São Sebastião.
A partir de novembro, segundo o executivo, o porto embarcará nova carga especial - tanques para sucos cítricos - encomendados à Dedini de Piracicaba (SP). São peças metálicas e auto-refrigeradas de 12 metros de diâmetro e 17 metros de altura, com capacidade superior a mil metros cúbicos, que serão utilizadas por exportadores do suco. Esse equipamento abre uma nova opção às vendas, feitas normalmente em tambores ou diretamente a porões-tanques das embarcações. O porto reservou uma área de 10 mil metros quadrados para a indústria de Piracicaba concluir as montagens dos tanques.
"Essa e outras operações serão possíveis porque os operadores do porto também estão investindo em equipamentos de maior capacidade", frisa Bussinger, que acaba de realizar um levantamento do potencial econômico e social do porto. Além dos 50 funcionários fixos da docas e os 150 trabalhadores avulsos, foram acrescidos mais 386 postos de trabalho em 28 empresas que operam em diferentes setores no terminal de São Sebastião.
Com as obras recentes, contando com quatro berços de atracação, o porto estima poder atingir movimentação de até dois milhões de toneladas/ano. Com as futuras ampliações há a perspectiva de operar 1,5 milhão de contêineres por ano.
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