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quinta-feira, outubro 16

Cartões querem substituir o dinheiro

Altamiro Silva Júnior, de São Paulo
16/10/2008
Fonte: Valoronline

Os cartões de crédito, débito e loja foram muito eficientes em substituir o cheque como meio de pagamento nos últimos dez anos. O mesmo não ocorreu com o dinheiro, que continua sendo usado por grande parte da população nas compras, especialmente as de menor valor, quando chega a representar 90%, mostra uma pesquisa feita em setembro pelo Datafolha.


A pesquisa ouviu mais de 4 mil pessoas em 11 capitais, tanto consumidores que têm algum tipo de cartão, quanto aqueles que não têm. Em todos os casos, o uso do cheque como meio de pagamento é muito baixo. Quem declarou não ter cartão, por exemplo, só 3% usam o cheque para pagar compras e 100% usam o dinheiro. Nas compras abaixo de R$ 10, nada menos que 90% são pagas em dinheiro; entre R$ 10 e R$ 20, as pessoas usam o dinheiro em 77% dos casos.
Só para as compras de maior valor é que o cartão é mais usado e as pessoas apontam como vantagem o fato de poder parcelar o valor. Acima de R$ 500, o plástico fica com 82% dos pagamentos e só 2% são pagos com cheque.


"O grande desafio é como combater o dinheiro e não mais o cheque", afirma Carlos Rodrigo Formigari, diretor de produtos da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e responsável pela área de cartões do Unibanco. Nos últimos dez anos, o dinheiro tem respondido por 60% dos pagamentos da economia, valor que permaneceu estável em todo o período.


Segundo Formigari, uma das formas de incentivar o uso do cartão é tentar melhorar os pontos fracos citados pelos entrevistados ouvidos pelo Datafolha. Juros altos, taxas elevadas, demora no atendimento do call center e temor de descontrole de gastos são os pontos fracos dos plásticos apontados na pesquisa. Já os pontos fortes são o parcelamento, praticidade, aceitação e segurança. Em uma escala de zero a dez, o cartão recebeu nota 7,1 da população (o call center ficou com nota 4,6 na demora e 5,1 para a resolução de problemas).


Muitos citam a preferência pelo dinheiro porque não há restrições de uso. No cartão, para se ter um plástico, é preciso, por exemplo, comprovar renda e apresentar documentos. A pesquisa mostra que nas classes D e E, 40% das pessoas possuem algum tipo de cartão, frente a 82% nas classes A e B e 63% na classe C.


Segundo Heitor Martins, sócio da Consultoria McKinsey, o processo de substituição do cheque pelo cartão no Brasil foi um dos mais rápidos do mundo, superando países como Estados Unidos, Canadá e França. Um dos fatores que ajudou isso foi o parcelamento das compras sem juros no cartão, que só existe no Brasil, e foi criado para substituir o cheque pré-datado. Hoje, 51% das compras feitas com cartão são parceladas.


Para o consultor, há ainda locais, como os táxis e o segmento de saúde, nos quais os cartões são pouco aceitos e têm espaço para crescer. Em média, 13% dos gastos das pessoas são pagos com cartões. Martins acredita que esse valor pode saltar para 20%, seguindo a média dos países desenvolvidos. Para ele, o setor ainda tem potencial para continuar crescendo em ritmo acelerado nos próximos anos.

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