"Humanos Virtuais"

Cientistas europeus desenvolvem um mundo de "humanos virtuais"
Publicada em 19 de maio de 2006 às 11h25
Dublim - Sociedade virtual será modelo para analisar comportamento humano e ajudará construir as "mentes" dos robôs.
Os políticos poderão um dia conhecer os resultados das eleições antes da votação. A promessa vem de uma pesquisa européia que estudará as interações sociais através do comportamento de uma comunidade de milhões de pessoas virtuais.
Cinco universidades européias colaboram no projeto New Ties, cujo o plano é criar milhões de “seres de software”, humanos virtuais que vivem em computadores com a intenção de estudar como os mesmos se envolvem e relacionam entre si.
Os humanos virtuais não têm nomes, mas possuem características distintas, incluindo gênero, expectativa de vida, altura e metabolismo. Eles são capazes de aprender e ganhar novas características e têm características pessoais repassadas conforme vão se reproduzindo.
Os pesquisadores irão descobrir como eles aprendem e interagem estudando seus planos de decisões, que representam suas “mentes”. São como árvores com ramificações que mostram as possibilidades de decisão e as escolhas tomadas.
Essas árvores mostram prioridades como quando o ser acha que se alimentar é mais importante do que fazer sexo. Será possível ver como eles aprendem uma língua, trabalham em equipe, encontram uma loja de mantimentos e distinguem um amigo de um adversário.
Duas mil pessoas artificiais foram criadas em apenas um computador, mas a meta é produzir uma rede de computadores para hospedar milhões deles, afirmou Gusz Eiben, o líder da experiência e professor de ciência da computação da Universidade de Vrije, na Holanda.
Eiben prenuncia que os resultados da pesquisa poderão ser estendidos a várias outras áreas, por exemplo a robótica. “Isso pode ser usado para a construção da engenharia de grupos de robôs. Podemos configurar a ‘mente’ de um grupo de robôs para que eles como um todo se comportem da forma desejada”.
Sociologistas, antropologistas e políticos também poderão usar o projeto para simular reações a eventos. “Se já tivéssemos isso de forma bem avançada, em grande escala, poderíamos ter uma Europa virtual que evitaria a necessidade de um referendo sobre a Constituição Européia”, brinca Eiben.
Outro nicho que poderia se beneficiar é o dos desenvolvedores de games. Eles estariam aptos a criar personagens mais inteligentes, com mais flexibilidade para se adaptar e aprender. “Dar inteligência aos personagens tornará os games mais desafiadores”, acredita Eiben.
Colaboram ainda no projeto a Universidade de Surrey, na Inglaterra; a Universidade Eotvos Lorand, na Hungria; a Universidade de Napier, na Escócia; e a Universidade de Tilburg, também na Holanda.
Atualmente o único computador em operação apresentou problemas na velocidade de processamento e falhas de memória. Mas Eiben espera melhorias dentro de um mês, quando os pesquisadores expandirem o sistema e começarem a estudar as interações sociais.
As universidades receberam a soma de 1,6 milhão de euros da Comissão Européia para financiar o projeto, que começou a ser desenvolvido em setembro de 2004 e está programado para começar a operar em setembro de 2007.
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