Menos indústrias querem elevar investimento
Menos indústrias querem elevar investimento
Fonte : Folha de São Paulo |
![]() Um dos desestímulos, segundo a FGV, é a valorização do real, que retirou a rentabilidade de muitos produtos de exportação. De acordo com a pesquisa, 49% das empresas estimam investir especificamente para aumentar a capacidade de produção em 2006 -o percentual era de 52% em 2005. O maior entrave identificado pelas indústrias para não investir é a carga tributária, apontada por 34% dos entrevistados. Esse percentual em 2005, porém, havia sido maior: 46%. As condições de crédito e o custo dos financiamentos, por sua vez, mostram que são empecilhos menos importantes do que em 2005 em razão da queda da taxa de juros, de acordo com a FGV. O percentual de empresas que apontou esses quesitos como limitantes ao investimento baixou de 6% em 2005 para 3% em 2006 nas condições de crédito e de 20% para 16% no custo. Sob efeito da valorização do real, as empresas apontaram a perda de rentabilidade como causa crescente do desinteresse em investir. Essa limitação havia sido identificada por 13% das empresas em 2005. O percentual subiu para 16% neste ano. "Os dados mostram que o câmbio é um fator que a indústria julga ser desfavorável", afirmou Aloísio Campelo, coordenador de análises econômicas da FGV. Ao ser observada a disposição de cada setor em investir, nota-se mais claramente o efeito negativo do câmbio. O percentual de empresas do ramo de vestuário e calçados que previa aumentar investimentos caiu de 50% em 2005 para 20% em 2006. O setor é um dos mais afetados pelo real forte. Também fortemente voltadas ao mercado externo, as firmas do segmento de papel e celulose indicam que colocarão o pé no freio: o percentual de empresas que previa mais investimentos baixou de 49% em 2005 para 35% em 2006. Estão na mesma situação as companhias do setor de metalurgia (que inclui as siderúrgicas, também grandes exportadoras). O percentual de empresas que estimavam expandir seus investimentos cedeu de 45% em 2005 para 35% neste ano. As indústrias ligadas à produção de materiais de construção, por sua vez, têm a expectativa de investir mais neste ano -o percentual das que estimam elevação saltou de 18% em 2005 para 39% em 2006. "Pode ser um efeito do pacote do governo federal para estimular o setor de habitação", avalia Campelo. Entre outras medidas, o pacote zerou o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 13 itens de uma cesta básica da construção civil e reduz para 5% o IPI de outros 28 produtos. Ampliou ainda os recursos destinados ao crédito oficial para aquisição da casa própria. |
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial