Devo, não nego...
03/11/2008
Fonte: www.classecontabil.com.br
Não é de hoje que o problema de acúmulo de dívidas traz dor de cabeça para as famílias. É comum termos carnês, cheques “pré-datados”, a tradicional caderneta. O crédito faz parte das relações comerciais, e nunca foi tão fácil ter crédito como está sendo hoje em dia.As instituições financeiras facilitam na hora de lhe fornecer um cartão de crédito, muitas vezes com limites que ultrapassam sua renda, ou, quando não lhe dão um limite bom, não lhe impedem que você faça vários cartões, afinal, este é o “ganha pão” das empresas financeiras.O cheque, grande vilão no passado, perdeu um pouco a força para o cartão, mas ambos têm algo em comum: a grande taxa de juros que são pagos sobre o saldo que não se pagou.
Parece brincadeira, mas não é. Seja no uso do limite de uma conta especial ou no parcelamento ou não pagamento de uma fatura de cartão de crédito, você acaba entrando em uma situação que pode não ser fácil, como realmente não é, de sair.
Mais do que os juros pagos, que vão de 8% a 15% com uma facilidade incomparável, amparados por legislação própria até, o fato de se pagar juros sobre os juros faz com que, uma pequena dívida se torne uma grande dívida em pouco tempo. E como fazer para não acontecer isso?Uma das dicas mais usadas, e que às vezes geram impacto a que recebe, é: pague a vista! Claro que para bens de consumo de baixo valor isso é fácil, mas normalmente entramos em dívida quando buscamos algo de maior valor, seja um carro ou um celular de última geração.Nesse momento o consumismo fala mais alto e deve ser controlado. Pergunte-se: Realmente eu preciso disso? Se precisar, isso pode esperar ou tem que ser já?
Não vamos esquecer que muitos para entrar na moda acabam entrando na dívida.Nessa situação entra a segunda dica: planejamento e controle.Básico na administração, planejamento e controle são fundamentais para que as empresas não quebrem. Então, por que não trazer esta prática para a vida das pessoas?
Uma prática de controle e planejamento é o orçamento doméstico (ou familiar). Neste momento, você pode usar um caderno ou o computador (aquele que você comprou em prestações). Relacione tudo o que se tem para pagar, vencendo e vencido. Por favor, aqui não é hora de colocar o que você pretende gastar, estamos tentando pagar o que você gastou. Relacione todas as suas fontes de renda, tudo o que você efetivamente ganha mensalmente. Ordene tudo por data.Compare. Será que você está gastando mais do que ganha?
Uma terceira dica: negociar não é vergonha. Muitas pessoas correm de seus credores. Nunca mais entram naquela loja que ficou devendo. Não atendem mais o celular, que hoje só recebe ligação (até perder a linha).
Correr da divida não indica seu fim. Muitas empresas têm diversos recursos para lhe cobrar: colocam seu nome no Serviço de Proteção de Crédito (SPC), um oficial de justiça pode bater na sua porta por causa de uma execução judicial, etc. Então, para que esperar isso?De posse de seu planejamento, negocie suas dívidas, seja um bom devedor. Somente negociando você saberá se conseguirá pagar menos do que o valor que está devendo hoje. Mas é muito Importante que você cumpra o que foi negociado.
Outra dica: só se guarda aquilo que sobra! Novamente você vai precisar de seu orçamento. Conheço um caso em que a pessoa tinha uma poupança de R$ 500, para uma emergência, e estava usando seu cheque especial (limite) em R$ 500. Guardar dinheiro para uma emergência é correto, evita que você acabe fazendo dívida, gastando o que não tem, deve ser um compromisso. Contudo, ter R$ 500 em uma conta poupança, que lhe dará rendimento de pouco mais de 0,5% mês e ficar usando seu cheque especial de R$ 500 pagando juros de 8,5% ao mês é, no mínimo, estranho. Não é uma emergência (financeira) sair do seu cheque especial?
Voltamos nesse momento no velho e conhecido orçamento. O que deve ser guardado é o que se sobra, e você saberá o que sobrará pelo seu orçamento.
Mas como montar este orçamento?
Simples. Essa é uma sugestão: Em um pedaço de papel, faça quatro colunas (ou em uma planilha eletrônica). Ele será mensal, certo? Na primeira coluna será colocada a data (vencimentos), na segunda o valor a pagar (dívidas), na terceira os valores que você tem a receber (salário) e na quarta coluna o saldo (resultado do movimento). Isso tudo deverá estar ordenado por data. Pronto, você consegue ver melhor o que te espera?Esse orçamento é preciso? Não, depende da execução dele, de como você conduzirá sua vida financeira. Toda e qualquer mudança no que foi orçado deverá ser ajustado, para que você não perca o controle.
Com um orçamento, você poderá se planejar melhor. Poderá fazer uma previsão de quando poderá comprar alguma coisa. Será possível definir se pagará a vista ou a prazo, se a prazo em quantas vezes, o quanto poderá comprometer de sua renda, da renda de sua família.No final do orçamento, faça o do próximo mês, e assim por diante.
Com essas dicas e, principalmente, com seu controle e empenho, certamente você poderá começar a sair de suas dívidas, voltará a ter crédito. Melhor ainda, poderá consumir sem dor de cabeça.
Autor: Adolfo da Costa Senteioadolfosenteio(arroba)reval.net-->
Bacharelando em Ciências Contábeis pelo Instituto de Ensino Superior de Bauru - SP.
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Marcadores: COMPORTAMENTO, ECOMONIA
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