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quinta-feira, março 16

O Vírus da Vítima


Para eliminar o quinta assassino da produtividade, cada pessoa deve começar a enxergar-se como protagonista de seu destino.

A próxima vez que um colega chegar tarde a uma reunião, ouça a sua explicação. Provavelmente a culpa é de outra reunião, que "se estendeu", ou do trânsito, que está cada vez pior. São razões válidas mas não são as únicas que provocaram o atraso.Se a reunião anterior se prolongou, ele decidiu ficar. Ao calcular a hora da saída, não levou em conta o trânsito. Há muitas causas razoáveis, mas algumas movem a capacidade de ação, enquanto outras tiram o poder de quem as exerce.
A noção convencional de responsabilidade é causal: a pessoa é responsável pelas consequências de suas ações. Essa noção suporta um estigma de culpa quando o resultado é indesejável. Quem se sentiria orgulhoso de ser responsável por um fracasso? Isso é culpa, e não responsabilidade.
É muito mais proveitoso conceber a responsabilidade como a habilidade de responder às circunstâncias. Esse tipo é incondicional, já que sempre temos a capacidade de escolher nossa conduta. E assumi-la gera uma sensação de poder, porque se concentra naquilo que podemos influenciar.
Quando jogamos cartas, não temos controle sobre a mão que recebemos. Se nos queixarmos da sorte, nos sentiremos frustrados e fracos. Mas se nos concentrarmos em como johar, nos sentiremos confiantes e poderosos. Mesmo se perdermos no final, teremos tido a oportunidade de provar nossa habilidade fazendo o melhor possível com as cartas que nos couberam. Infelizmente, muitos preferem concentrar a atenção nos aspectos que estão fora de seu controle. "Com estas cartas não é possível jogar", dizem. Chamaremos essa tendência de "vírus da vítima" - vírus que causa estragos na vida das pessoas, nas organizações e na sociedade. Em suma, equivale à falta de responsabilidade. O "infectado" se sente vítima de circunstâncias que não pode controlar e incapaz de fazer algo a respeito. Para aliviar sua frustração, concentra a atenção em fatores que não pode modificar. Assim, sente-se inocente, mas a um alto custo: a impotência. A vítima, ao atribuir causalidade a fatores incontroláveis, acaba com a possibilidade de modificar a situação. Ao não se ver como parte do problema, tampouco pode ver-se como parte da solução.
O protagonista, ao contrário da vítima, concentra sua atenção nos fatores sobre os quais pode influir. Considera-se parte integral do sistema que gerou um resultado não desejado e, portanto, ponto de alavanca para modificá-lo a fim de que produza um resultado melhor. Sabe que há fatores que estão fora de seu controle, mas para ele são um desafio a encarar.
Deixar de ser vítima para ser protagonista implica abandonar o apego a "ter razão" e a tendência a exigir que outros se encarreguem dos problemas.
Lembro-me do caso de um gerente de vendas furioso porque a empresa tinha organizado as férias do seu pessoal sem consultá-lo e ficaria com pouca gente durante um período crítico. "De quem é o problema?", perguntei-lhe. "Do departamento de recursos humanos, é óbvio", respondeu, zangado. Insisti: "quem está sofrendo por essa decisão?". "Eu", respondeu. "Então, se o problema é seu, não importa quem o causou. Sugiro abandonar a ilusão de que outros se ocuparão de seus problemas, simplesmente porque pensa que eles o causaram. Você se sentirá melhor se se encarregar da situação e tratar de solucioná-la. Mesmo fracassando, o mero ato de fazer-se responsável e de dar o melhor de si o fará sentir-se orgulhoso".
Minha experiência com líderes de todo o mundo indica que o vírus da vítima é universal. Mas a cura também é. Quando as pessoas começam a enxergar-se como protagonistas de seu destino, sua organização e sua vida se expandem com um novo sentido de poder.

FRED KOFMAN
Presidente da Axialent

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