Atualidades MG-A

Informativo da Monteiro&Guimarães Associados Soluções Empresariais

sexta-feira, dezembro 30

Dívidas e tarifas consomem crescimento da massa salarial


Segundo o Iedi, tendência anula contribuição que consumo doméstico poderia dar ao crescimento do PIB em 2006. No âmbito das exportações, vendas para EUA e UE ficam muito abaixo da média, sinalizando tendência de recuo nos principais mercados

Tarifas e dívidas vão comer a maior parte do aumento da massa salarial e frustrar as expectativas de forte contribuição do consumo interno para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2006. A constatação é do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

A massa real de rendimentos (nível de emprego multiplicado pelo rendimento médio da população) nas grandes regiões metropolitanas do país registrou alta expressiva em 2005, de 4,7%. Junto com a expansão do crédito, o avanço da massa salarial está alimentando a esperança de que o consumo familiar contribua intensamente para o crescimento econômico em 2006.

Mas essa evolução pode não se traduzir em consumo maior, porque os preços administrados (como tarifas de energia e telefone) estão subtraindo poder de compra da população. Quando se calcula a evolução da massa real de rendimentos descontando os gastos com bens e serviços monitorados, a taxa de crescimento recua de 4,7% para 3,1%. Além disso, a expansão de 25% do crédito a pessoas físicas em 2005 vai exigir recursos adicionais do orçamento familiar para pagar juros e amortizações em 2006.

Exportações

Se no âmbito doméstico as coisas podem não ser tão róseas como se espera, no front das exportações também não faltam bombas-relógio. As vendas externas do Brasil em 2005 para os Estados Unidos e para a União Européia, os dois mais importantes destinos das exportações, tiveram um resultado muito inferior à média.

Entre janeiro e novembro, enquanto as exportações como um todo cresciam 23,1% sobre igual período de 2004, para esses mercados a evolução foi, respectivamente, de 11,7% e 12%. A alta valorização do real com relação ao dólar e ao euro é a causa desse resultado desfavorável, afirma o instituto.

quinta-feira, dezembro 29

Feliz 2006 a todos, renovando sempre




O Milagre da Renovação

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um individuo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que, daqui para adiante, vai ser tudo diferente."
Carlos Drumond de Andrade

2005 foi um ano agitado para os negócios


Leia uma seleção especial dos principais fatos e tendências dos negócios neste ano

Nenhum empresário poderá afirmar que 2005 foi um ano morno. Ao recapitular os acontecimentos no mundo dos negócios, o que se vê é uma série de fusões, aquisições, reestruturações, falências, entrada e saída de empresas do Brasil, negociações difíceis entre companhias no exterior. Os acontecimentos obrigaram executivos e empreendedores a trabalharem em um ritmo frenético nos últimos 12 meses.

O ano termina, entretanto, com algumas dúvidas e pendências. Como serão os próximos meses da Varig? Quais surpresas 2006 guarda para o setor automotivo? E as exportadoras que penosamente sobreviveram à "insuportável valorização cambial" de 2005: qual cenário espera por elas? Pelo jeito, a ano novo não chega com freio de mão. E 2006 promete representar um carrossel acelerado de muitas surpresas.

Relembre os principais acontecimentos do mundo dos negócios, no país e no mundo.
  • MBR é eleita a empresa do ano por MELHORES E MAIORES
  • Itaú é o melhor gestor de fundos do ano
  • Promon é a melhor empresa para trabalhar em 2005
  • Guia EXAME 2005 premia a responsabilidade social de 20 empresas
  • As grandes fusões e aquisições do ano
  • Wal-Mart compra rede brasileira do Sonae por R$ 1,73 bilhão
  • Carrefour compra 10 hipermercados Big do grupo Sonae
  • Francês Casino vai compartilhar controle do grupo Pão de Açúcar
  • Mercado balança com rumor de fusão entre Americanas e Ponto Frio
  • Nestlé recorre na Justiça para garantir compra da Garoto
  • Gradiente compra da Itautec linha de TVs, DVDs e áudio Philco
  • Venda da centenária AT&T para a SBC encerra saga do capitalismo
  • Adobe compra Macromedia e cria gigante do software
  • Microsiga incorpora Logocenter e forma maior empresa do setor
  • Camargo Corrêa fecha acordo para comprar líder argentina do cimento
  • Compra de frigorífico argentino amplia competitividade brasileira
  • Telefónica acerta compra da britânica O2 por US$ 31,39 bilhões
  • Paramount, e não Universal, compra DreamWorks SKG
  • Arcelor faz proposta de US$ 3,8 bilhões para comprar Dofasco
  • O mercado de capitais
  • TAM estréia na Bovespa no preço mínimo
  • A JCPenney na bolsa
  • Cosan inicia distribuição de ações no total de R$ 770,232 milhões
  • Oferta pública de ações do UOL soma R$ 555,271 milhões
  • Os rumos da internet e das telecomunicações
  • 68% dos brasileiros nunca usaram a internet
  • O Google quer dominar o mundo
  • À espera da banda larga sem fio
  • Microsoft prepara-se para nova onda de ruptura tecnológica
  • Abolir assinatura pode ser um tiro no pé, diz presidente da Telefonica
  • Mercado de telefonia celular dá sinais de desaceleração
  • Telefone para as massas
  • Ataque às telefônicas
  • A AOL agoniza no Brasil
  • Propaganda online bate recorde de faturamento
  • Blogs e mídias alternativas atraem anunciantes
  • Podcasting se tornará mídia de massa até o final da década
  • Uma nova bolha da internet?
  • Opportunity x fundos de pensão
  • Negócio de R$ 1 bi encerra disputa entre Telecom Italia e Opportunity
  • Telecom Italia dá primeiro passo de integração com BrT GSM
  • Citigroup e fundos de pensão assumem Brasil Telecom
  • A Varig agoniza
  • Varig faz interpretação elástica da lei de recuperação de empresas
  • Os planos de Zylbersztajn para a Varig
  • O Estilo Tanure
  • A irrelevância da Varig
  • A falência do Banco Santos
  • Falência do Banco Santos é decretada pela Justiça
  • Carteiras de crédito do Banco Santos serão leiloadas
  • Crise nas montadoras
  • GM vai cortar 30 000 empregos para baixar US$ 7 bilhões em custos
  • Os dilemas de Bill Ford
  • A Toyota ameaça Detroit mais uma vez
  • Vale x CSN
  • Vale descarta venda da Ferteco e exige indenização contra CSN
  • A maior disputa do mercado brasileiro
  • No comando da número 1
  • No alvo da PF
  • Operação federal prende donos da Schincariol por sonegação
  • Daslu é alvo de operação da Polícia Federal
  • Morre o guru
  • Peter Drucker vai fazer falta

terça-feira, dezembro 27

CREDSYSTEM DIVERSIFICA CARTÃO PARA POPULAÇÃO DE BAIXA RENDA





* Motivo para a nova investida é enfrentar a concorrência dos bancos.
* Empresa tem uma base de 1,5 MM de cartões distribuídos e uma rede de aceitação de 400 lojas.
* Parceria com Lemon Bank e seguradora Ace devem viabilizar a oferta de seguros de proteção financeira, vida, acidentes pessoais, títulos de capitalização e outros.
* Cartão CredSystem Mais dá 30 dias de prazo para quitação da fatura e não tem rotativo.


A CredSystem, bandeira de cartões voltados ao público de baixa renda, com presença na capital paulista e em vários municípios da Baixada Santista e do Vale do Paraíba, espera avançar sobre o mercado de serviços financeiros em 2006. Com uma base de 1,5 milhão de cartões distribuídos e uma rede de aceitação de 400 lojas, a empresa quer transformar essa estrutura em "centrais de distribuição de produtos e serviços financeiros", diz o diretor de marketing Ricardo Barreto.

As parcerias fechadas este ano com o Lemon Bank e a seguradora Ace - especializada em seguros massificados - devem viabilizar o projeto que prevê a oferta de seguros de proteção financeira, vida, acidentes pessoais, assistência funeral, desconto em medicamentos e títulos de capitalização nas 400 lojas que aceitam o cartão com a bandeira CredSystem Mais.

Além disso, uma equipe de 600 agentes de crédito que já trabalham para a operadora, alocados nas lojas, está sendo treinada para orientar os clientes do cartão para o pagamento de contas de consumo (água, luz e telefone), recarga de celulares pré-pagos e saques em dinheiro nos caixas das lojas, além de oferecer crédito consignado.

Barreto conta que a CredSystem, fundada há dez anos, se especializou no público na faixa de renda mensal entre um e três salários mínimos (R$ 300 a R$ 900) e acha que a experiência acumulada já permite oferecer crédito com segurança. "Somos bastante agressivos em crédito para não-assalariados, desde que não tenha restrição", afirma o executivo, que chegou à CrediSystem há dois anos depois de passagens pelos grupos Itaú e Pão de Açúcar.

O cartão CredSystem Mais dá 30 dias de prazo para quitação da fatura e não tem rotativo (refinanciamento automático do débito vencido). Em compensação, oferece a divisão das dívidas em várias parcelas. "Esse cara não tem entradas fixas durante o mês, mas várias entradas incertas ao longo do mês, então você tem que oferecer a ele a possibilidade de várias datas para vencimento", diz Barreto, detalhando o perfil dos titulares do cartão.

A intenção da CredSystem agora é aumentar a abrangência do atendimento a esse público. O motivo para a nova investida é enfrentar a concorrência dos bancos. "No começo não tínhamos concorrência de bancos. Hoje eles estão se aproximando cada vez mais e o nosso mercado está ficando muito acirrado", comenta o executivo.

Em 2003, oito anos depois que iniciou seu próprio programa de "private label", a CredSystem decidiu partilhar a experiência com as lojas que aceitavam seu cartão. De lá para cá, desenvolveu cartões private label para seis redes varejistas que atendem à baixa renda: as lojas de calçados Shoebiz, Kallam American Shoes e Alegria, e as de confecção Torra Torra, Dibs e É Demais. No total são 800 mil cartões private label distribuídos.

O programa também prevê a entrega do banco de dados sobre os titulares dos cartões para os respectivos emissores, de forma que eles possam planejar ações de marketing e desenvolver planos de pagamentos exclusivos. "O objetivo desses programas com os lojistas é aumentar as vendas através da potencialização de compras dos clientes", explica Barreto. Segundo ele, os cartões respondem por cerca de 30% das vendas destas lojas.

Jornal Valor Econômico 26/12/2005 - Janes Rocha

sexta-feira, dezembro 23

SP pode abolir assinatura de telefone


Sexta-feira, 23 dezembro de 2005 - 09:54
IDG Now!
O projeto de lei que proíbe a cobrança de assinatura de telefonia fixa e celular, do deputado Jorge Caruso (PMDB), foi aprovado pelo plenário na Assembleía Legislativa de São Paulo, na quarta-feira (21/12).

De acordo com o projeto, as concessionárias só poderão exigir dos usuários o pagamento por serviços efetivamente prestados, ficando sujeitas à multa de dez vezes o valor cobrado indevidamente.

A lei, que ainda terá que ser sancionada pelo governador Geraldo Alckimin, prevê um prazo de 60 dias para que sua regulamentação seja elaborada pelo Poder Executivo, e somente entrará em vigor depois de decorrido esse período.

A justificativa apresentada por Caruso é de que a cobrança não se justifica no novo cenário das telecomunicações do país, uma vez que as operadoras já obtêm lucros excepcionais com a exploração dos serviços, não subsistindo motivos para a cobrança de assinatura mensal.

"Os usuários já pagam, à parte, pela instalação das linhas e por despesas necessárias ao funcionamento efetivo do serviço, pelas ligações realizadas e recebidas a cobrar, bem como por todo e qualquer serviço extraordinário que se requeira. Como se justifica, desta forma, a cobrança de uma assinatura mensal?", questiona o autor da propositura.

terça-feira, dezembro 20

MEC autoriza nova faculdade em Taubaté


Campus vai oferecer 1.600 vagas em 10 cursos. Vestibular deve ocorrer até fevereiro 2006
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Taubaté - Fonte: Jornal Valeparaibano
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O MEC (Ministério da Educação) concedeu permissão ao CENTRO UNIVERSITÁRIO ANHANGUERA para abrir, em 2006, dez cursos de graduação superior em Taubaté, com vagas para 1.600 alunos. O grupo já possui dez unidades no interior de São Paulo, nas cidades de Campinas, Leme, Matão, Pirassununga, Valinhos e Jundiaí.
Com a publicação da Portaria de autorização do MEC no Diário Oficial da União, que deve ocorrer antes do Natal, o vestibular poderá ser realizado entre o final de janeiro e o início de fevereiro de 2006, com aulas começando até março do próximo ano.
"Estamos dando o último passo para abrir a faculdade em Taubaté. Nossa expectativa é a melhor possível", disse o diretor acadêmico da Universidade Anhanguera, Professor José Luis Poli.
Segundo ele, as instalações da Faculdade Comunitária de Taubaté foram vistoriadas pela Comissão de Autorização do MEC há duas semanas e teria recebido nota máxima na avaliação.

INVESTIMENTO - O Grupo Anhanguera Educacional investiu R$ 4,6 milhões na construção do prédio da faculdade em Taubaté, com 26 mil metros quadrados de área na Rua São Vicente de Paula no. 17, na Vila das Graças.
No local serão oferecidos cursos de graduação em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Letras, Publicidade e Propaganda, Gestão de Marketing e Vendas e Engenharia - com habilitação em Controle e Atuomação, Produção Mecânica e Elétrica.
A universidade aguarda para janeiro, segundo Poli, autorização do MEC para abrir dois cursos superiores na área de tecnologia: Gestão de Recursos Humanos e Programação e Desenvolvimento de Sistemas, com duração de dois anos.
A instalação do campus da Universidade Anhanguera em Taubaté foi comemorada pelo Diretor do Departamento Municipal de Educação, José Benedito Prado. "A Prefeitura tem interesse em que haja cada vez mais cursos à disposição dos estudantes em Taubaté".

EMPREGO - Poli afirmou que após a divulgação da data do vestibular, a Universidade Anhanguera iniciará o processo de contratação de até 120 professores e 80 funcionários, nas áreas técnica e administrativa.
O valor da hora/aula paga pelo grupo a professores com Doutorado é de R$ 42,00. Para professores com Mestrado, é de R$ 35,00. Professores com Pós-Graduação recebem R$ 28,00. Poli afirmou que a meta é contratar a maior parte da mão de obra nas cidades do Vale do Paraíba.
O curso mais caro na Faculdade Comunitária de Taubaté será o de Engenharia, com mensalidade de R$ 629,00 - que cairá para R$ 499,00 se paga em dia. O mais barato é o de Administração, cuja mensalidade custará R$ 414,00 - caindo para R$ 379,00 se não houver atraso no pagamento. "Vamos levar para Taubaté nosso padrão de excelência em ensino superior, proporcionando mais acesso à faculdade para os estudantes da região", afirmou Poli.

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VICE GANHA "SUPERPODERES" NO GOVERNO PEIXOTO EM TAUBATÉ


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Taubaté - SP
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Deu no "Vale Paraibano"
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O vice-prefeito de Taubaté, Alexandre Danelli (PSDB), ganhará status de "supersecretário" no governo a partir de janeiro de 2006.
O empresário, que já acumula a direção do Departamento de Planejamento, passará a responder também pelo futuro DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, no próximo ano.
Segundo a administração municipal, a nova pasta agregará o GEIN (Grupo de Expansão Industrial) e o GECOMP (Grupo Executivo de Comércio e Prestação de Serviços) - órgãos estratégicos na política de atração de investimentos do município.
Com a mudança, o prefeito Roberto Peixoto (PSDB) consolida Danelli como o "homem-forte" de seu governo e inciia uma busca por respaldo político junto ao empresariado, que durante muito tempo permaneceu distante das principais discussões da atual administração - notadamente popular.
"Sempre se falou muito em indústria. Ela é importante, mas queremos também dar uma atenção especial a outros setores, como comércio, o agronegócio e a prestação de serviço. Esse projeto ficará a cargo do Alexandre [Danelli], que já vem fazendo um bom trabalho junto aos empresários", afirmou Peixoto.

PERFIL - Um dos poucos remanescentes do PSDB no núcleo político do atual governo, Danelli é diplomático e tem evitado se envolver em assuntos polêmicos.
A postura rendeu a Daneli um bom trânsito entre os vereadores, tanto da base governista quanto da oposição.
"O Danelli é uma pessoa inteligente, muito competente. Isso é indiscutível. A nomeação dele para mais esse departamento mostra que, ao contrário do que pensavam muitas pessoas, eles está em perfeita sintonia com o prefeito", afirmou o vereador Carlos Peixoto (PSC), líder da base governista.
"O Danelli, pelo histórico que tem, pode dar conta do recado. É uma pessoa que já provou sua competência" disse o vereador Jeferson Campos (PT), principal opositor ao atual governo na Câmara.
Questionado sobre o prestígio que possui no governo tucano, Danelli evita falar sobre o assunto. Mantendo a habitual diplomacia, diz que prefere falar sobre o "potencial de desenvolvimento econômico" de Taubaté.
"O melhor negócio do mundo é a indústria do turismo. Nós já temos um Departamento de Turismo. Também aparecem como negócios promissores os setores de comércio e serviços. E é para esses setores que pretendemos dedicar atenção", afirmou.

DESMONTE - Na prática, a criação do Departamento de Desenvolvimento Econômico também representa uma tentativa de Peixoto de dar novo formato ao programa de expansão industrial do município - política que se transformou em uma das principais bandeiras de seu antecessor, José Bernardo Ortiz (PSDB).
O programa de atração de empresas de Taubaté é considerado um dos mais agressivos do Brasil. Para atrair investidores, a administração oferece benefícios como doações de áreas e isenção de impostos.
A política de incentivos fiscais vinha sendo conduzida pelo GEIN, órgão que chegou a ter status de secretaria. No início desse ano, a pasta foi incorporada ao Departamento de Planejamento.
O desmonte do antigo programa foi consolidado em julho deste ano com a exoneração de Geraldo de Oliveira Neto, que foi Diretor do GEIN durante dez anos.

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quinta-feira, dezembro 15

NOTA SOBRE A DECISÃO DO COPOM - CIESP


Boris Tabacof
Diretor do Departamento de Economia do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP)

O presente de Natal ficou para o próximo ano. A redução de 0,5% da Selic não anima a indústria, ao contrário decepciona. O Copom continua excessivamente conservador, apesar da queda do PIB no terceiro trimestre. Além disso, a estabilidade da produção industrial em outubro serve de alerta para a expansão da economia neste ano, que deverá ficar abaixo das previsões do início de 2005, quando se acreditava em um crescimento de 4,0%.

2005 entrará para a história como o ano das oportunidades perdidas. Se relembrarmos o entusiasmo que havia para a realização de novos investimentos ao final de 2004, o balanço deste ano é de profunda amargura. Por certo, não foi por falta de aviso do setor industrial. Desde o início, o CIESP alertou para o risco da dupla infernal: juros estratosféricos – câmbio valorizado. Enquanto o mundo crescerá, em média, 4,6% em 2005, o Brasil amargará expansão abaixo de 3,0%. Triste destino...

Todavia, levando em conta o comportamento da inflação (IPCA), a acentuada redução do risco Brasil e a trajetória de queda da Selic, conjugada ao comportamento dos juros praticados nos principais mercados internacionais, esperamos que a surpresa agradável ainda neste ano resida na diminuição da TJLP para, no mínimo, 8,25%. A decisão do CMN sairá até o dia 30 de dezembro e esperamos que a posição do BNDES, e a do setor industrial, seja ouvida.

Vá ou ligue, mas não deixe de agradecer

Professor Luiz Marins (retirado do FAX Motivação de sua autoria)


Neste final de ano, vença a preguiça e faça o que você sabe que deve fazer. Agradeça a todas as pessoas que ajudaram você a vencer este 2005.
O tempo de Natal e de Ano Novo é, sem dúvida, o mais apropriado para que renovemos os nossos sentimentos mais elevados. E um dos mais elevados sentimentos é, sem dúvida, a gratidão. A gratidão é uma virtude das mais especiais, porque ela revela à consciência da pessoa, de que tudo o que conseguiu, dependeu direta ou indiretamente de outras pessoas. A virtude da gratidão eleva a alma de quem agradece e de quem recebe a gratidão. Une as pessoas e as famílias. Aumenta o sentimento solidário no trabalho. Renova amizades distanciadas pelo tempo e desfaz mal entendidos que o ano fez acontecer.
Os cartões de natal e boas festas são importantes, porém com o advento da etiqueta e do computador eles ficaram impessoais. Quem os recebe nunca sabe se recebeu porque está no coração e na lembrança de quem enviou ou simplesmente num mailing da memória de uma máquina eletrônica. Assim, para provar a sua lembrança, o seu respeito e a sua gratidão você dever ir até as pessoas ou ligar para elas e dizer pessoalmente o seu muito obrigado pelo ano que passou.
Faça isso. Nesta semana tome um dia inteiro e não faça outra coisa senão agradecer. Agradeça sua mulher, seu marido, seus filhos, seus pais, seus netos, seus amigos, seus colaboradores, seus colegas, seus fornecedores, seus clientes. Não se esqueça de Deus, é claro. Faça um dia da gratidão e você verá que efeito espetacular ele terá em sua vida. Não pense que isto é uma bobagem ou coisa de velho ou coisa de gente boba.
Faça isso. Saia agradecendo a quem você se lembrar que fez 2005 acontecer. Se tiver coragem, agradeça até inimigos, adversários, competidores, pessoas que não conseguiram esconder a inveja do seu sucesso e falaram mal de você. Se não conseguir falar com eles pessoalmente, fale deles a Deus e agradeça por eles existirem, pois são essas pessoas que nos fazem crescer e aprender as virtudes da paciência e da humildade.
Nesta semana, pense nisso. Faça isso. Agradeça. Sucesso!

Feliz Natal

Comércio segue indústria e passa outubro sem sinal de reação


Taxa de crescimento do varejo em outubro, ante setembro, não passa de 0,06%
Depois da indústria, é a vez do comércio emitir sinais de que o último trimestre do ano não deve recuperar o prejuízo que a política monetária causou ao Produto Interno Bruto (PIB) no terceiro trimestre, quando forçou uma queda de 1,2% na comparação com o período anterior. O dado divulgado nesta quarta-feira (14/12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reforça a lista de argumentos de quem defende um corte menos cauteloso da taxa básica de juros hoje no início da noite.

Pelo critério de volume de vendas, descontadas as variações específicas dessa época do ano, o desempenho do comércio varejista em outubro foi estável (alta de 0,06% na comparação com setembro), muito distante de qualquer coisa parecida com recuperação. Segundo o instituto, só se saíram bem os segmentos de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, mesmo assim com uma expansão tímida, de 0,38%.

Esses ramos obtiveram um aumento no volume de vendas de 1,43% sobre outubro de 2004. Ao mesmo tempo em que mantém uma seqüência de seis taxas mensais positivas, esse desempenho indica uma quebra de ritmo de crescimento da atividade. Em setembro, o mesmo indicador havia alcançado 3,86%.

Segundo o IBGE, a desaceleração pode ser explicada pelo comportamento anualizado do rendimento do trabalho, também decrescendo. De uma alta acumulada de 3,7% em agosto, a renda média caiu para 2% em setembro e para 1,8% em outubro. Em termos de receita nominal, o comércio faturou em outubro 0,29% mais do que em setembro.

EXAME

quarta-feira, dezembro 14

:: Calendário de Atividades de Final de Ano ::

A empresa Monteiro e Barbosa comunica a todos que estaremos em recesso
nos períodos de 23 á 26 de dezembro de 2005 e de 30 de dezembro á 02 de
janeiro de 2006, quando retornaremos as nossas atividades normais.

Maria Augusta
Monteiro e Barbosa Soluções
Empresariais
unidade Guaratingueta-SP
012-3125-9359
www.monteiroebarbosa.com.br

terça-feira, dezembro 13

Se você acha que internet é coisa secundária ...

Internet em residências cresce 10% no Brasil

O uso da internet a partir de residências brasileiras cresceu 10% nos primeiros nove meses de 2005. De julho a setembro, cerca de 13,5 milhões de brasileiros utilizaram a internet a partir de suas casas.

Apesar do crescimento em utilização da rede, o número total de internautas no País apresentou estabilidade no período, passando de 31,8 milhões para 32,1 milhões. É o que aponta o estudo Web Brasil, do Ibope/NetRatings.

Segundo Marcelo Coutinho, diretor executivo do Ibope Inteligência, os internautas brasileiros passaram a navegar mais em sites relacionados a família, viagens e turismo, estilo de vida e busca.

Coutinho diz que o crescimento do tempo de navegação nos sites de busca está relacionado a novos serviços, como o Google Earth. Os resultados do estudo Web Brasil apontam para uma crescente diversificação do uso da internet do País.

Para o ambiente corporativo, o estudo mostra que 25% das pessoas com acesso à rede navegam por mais de uma hora diariamente. "As principais atividades declaradas mesclam a busca de informações sobre o setor de atuação da empresa, notícias e serviços como e-mail pessoal e e-banking", declara Coutinho.

As informações sobre uso da internet no trabalho foram realizadas através de levantamento telefônico e as sobre a internet residencial por software.

Mais informações em http://www.ibopeinteligencia.com.br/ .

sexta-feira, dezembro 9

Empresários lançam pacto contra a corrupção

Documento que será apresentado amanhã propõe que signatários adotem controles rigorosos para evitar práticas antiéticas no relacionamento com o governo


Nesta sexta-feira (9/12), um grupo de entidades ligadas à transparência corporativa lançará o Pacto Empresarial pela Integridade e Contra a Corrupção. Idealizado pelo Instituto Ethos, Patri Relações Governamentais, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Escritório das Nações Unidas contra Drogas e Crimes (Unodc), Comitê Brasileiro do Pacto Global e pela Fundação Avina, o pacto espera a adesão voluntária de empresas que pretendam estabelecer relações mais transparentes e éticas com o poder público.

Os signatários se comprometerão a coibir qualquer prática de corrupção ou ações antiéticas em suas organizações, por meio da implantação de ferramentas de controle e supervisão das operações, elaboração de códigos de ética e de conduta, entre outros. Segundo Ricardo Young, presidente executivo do Instituto Ethos, as empresas não terão apenas ganhos sociais ao participar. "Quem aplicar as recomendações do pacto estará se prevenindo dos altíssimos custos de um eventual desgaste de imagem, fraudes internas ou processos judiciais", diz.

Outro mérito do projeto, segundo Young, é mostrar para as empresas que elas não estão sozinhas no combate à fraude ou ao achaque de funcionários públicos mal intencionados. "Muitas vezes, as empresas se sentem isoladas quando querem combater a corrupção", afirma. O pacto também espera ser um modo de conhecer melhor as práticas de corrupção, a fim de precaver as empresas. Uma das possibilidades, segundo Young, é criar uma ouvidoria para receber denúncias e acumular dados sobre práticas ilícitas.

Às vésperas de um ano eleitoral e com o país escaldado pelos escândalos de financiamentos irregulares de campanha, o documento também proíbe seus signatários de contribuir "para campanhas eleitorais visando a obtenção de vantagem de qualquer espécie ou com o objetivo de evitar perseguições ou preterições ilegais." A minuta do pacto recomenda que as empresas contribuam somente dentro dos limites da lei, e confiram o efetivo registro das doações na prestação de contas dos partidos junto à Justiça Eleitoral.

Os recentes escândalos políticos, aliás, são mais um motivo para a mobilização empresarial. Para Young, ficou claro para a sociedade que a corrupção é tão "endêmica no país, que ameaça a própria democracia. E, sem democracia, não tem livre mercado", diz.

O documento permanecerá disponível para consulta pública por 90 dias, período em que os organizadores do pacto esperam receber a adesão das empresas. De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto Ethos, não há previsão de quantas companhias assinarão o documento. A minuta será encontrada nos sites dos idealizadores: www.ethos.org.br; www.patri.com.br; www.onu-brasil.org.br; www.pnud.org.br; www.pactoglobal.org.br.

EXAME :: Por Márcio Juliboni

quinta-feira, dezembro 8

Indústria parada em outubro; dúvida é se 4º trimestre continuará assim


Economista acredita, com base em indicadores antecedentes como produção de veículos, que novembro trará forte expansão

Outubro costuma ser o auge da produção industrial, por causa dos preparativos do comércio, ansioso para faturar o máximo possível no período natalino. Para não tomar como tendência um comportamento localizado, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) expurga o repique próprio dessa época do ano o que tecnicamente é chamado de "dessazonalizar os dados". O resultado da conta foi publicado nesta quarta-feira (7/11): a produção industrial em outubro ficou praticamente na mesma quando comparada a setembro. Na realidade, cresceu 0,1%, descontados os efeitos sazonais. Em setembro, havia sido apurado um recuo de 2,3% ante agosto.

Na comparação contra igual mês do ano anterior, o resultado de outubro (pequena alta de 0,4%) e setembro (queda de 0,1%) foram os resultados mais baixos desde fins de 2003.

Para Braulio Lima Borges, economista da LCA Consultores, mesmo com tanta má notícia não se deve tomar outubro como uma sentença de morte para todo o quarto trimestre. "Os indicadores antecedentes, como a produção de veículos, apontam para alta muito forte da produção em novembro", afirma. A LCA estima uma alta de 3% a 3,5%, dessazonalizada, da produção de novembro sobre outubro. "Isso recupera praticamente todas as perdas anteriores."

Monica Baer, economista da consultoria MB Associados, não é tão otimista. "Do jeito que vem, a indústria vai fechar o ano com 3% de expansão", diz Monica Baer, economista da consultoria MB Associados. "No ano passado ela cresceu 8,3%." Desdobrando os dados, verifica-se que a indústria extrativa mineral (petróleo e minério de ferro, principalmente) vem crescendo 10% (taxa anualizada), enquanto a indústria de transformação, a que mais gera empregos, continua refém de um ritmo fraco.

"A sensação é que a indústria está parada, com exceção de alguns setores que saíram-se bem, relacionados à exportação", diz a economista. Entre os que contrariaram a lógica da estagnação, estão máquinas, aparelhos e materiais elétricos (alta de 2,5%), por conta de um forte movimento de embarque de turbinas elétricas para o mercado externo.

Quando se compara o acumulado de janeiro a outubro de 2005 com o mesmo período de 2004, a alta da produção industrial é de 3,4%. O acumulado nos últimos doze meses bate em 4,1%, mais fraco do que o acumulado até setembro, de 4,4% e muito aquém dos 6,7% alcançados no final do primeiro semestre.

Nem juros, nem política

As duas molas do crescimento brasileiro estão enferrujando. Exportações e consumo interno de bens duráveis, lastreado por crédito, perdem impulso e colocam em dúvida de onde o país vai tirar alavancas para crescer em 2006. "Os dados de exportação quanto a valor vão muito bem, obrigado", diz Monica, da MB. "Mas em quantum [volumes embarcados] já é nítida a desaceleração." Quanto ao financiamento do consumo, é certo que o próximo ano será a inevitável hora em que as limitações de renda vão sufocar novas tomadas de crédito.

Ainda que seja impossível discernir o peso da crise política, dos juros altos e do câmbio valorizado sobre o desempenho da economia, Monica coloca o real forte como o principal problema. "Ninguém poderia imaginar que o câmbio cairia abaixo de 2,80 [reais por dólar] em fevereiro", diz. "Quando o câmbio começou a derrapar abaixo desse patamar, os empresários começaram a engavetar investimentos." Na comparação dos meses de outubro deste ano e do ano passado, bens de capital para fins industriais e bens de capital agrícolas amargaram quedas, respectivamente, de 10% e 42,2%.

A alta do real não pode ser totalmente dissociada da alta dos juros. Além de, junto com a alta liquidez internacional, tonificar o real e fragilizar o dólar, o juro alto afeta planos de investimento, não diretamente pelo custo de financiamento, mas pela incerteza sobre os efeitos sobre consumo interno. A crise política, é claro, não ajuda, mas é mais um pretexto do governo do que outra coisa. "Não vi empresário dizendo que engavetou projeto por causa da política", diz Monica. "Já não havia muita esperança de que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) deslanchassem, e não sei se duas ou três PPPs mudariam esse quadro."

EXAME - Por Ricardo Muniz

terça-feira, dezembro 6

Convite para Cerimônia da Câmara Federal

... Justiça tarda ... e dá prejuízo também!


Thomaz Bastos analisa impactos da morosidade da Justiça na economia

O Ministério da Justiça apresenta hoje em São Paulo uma análise sobre o impactos econômico que uma reforma infraconstitucional do Judiciário - hoje prevista em um pacote de 23 projetos de lei que alteram a legislação processual do país, enviados pelo Executivo ao Congresso Nacional em dezembro do ano passado - poderia causar.
A análise elaborada pela Secretaria Especial de Reforma do Judiciário do ministério foi feita com base em estudos do Banco Mundial (Bird), Banco Central (Bacen) e Supremo Tribunal Federal (STF) e demonstra os reflexos da morosidade e da falta de efetividade das decisões judiciais na economia do país.
Entre os estudos que serão apresentados durante a palestra do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos está um realizado pelo Ministério da Fazenda que mostra o efeito da morosidade do Judiciário na recuperação de crédito. Em quatro contratos hipotéticos, de R$ 500,00, R$ 1 mil, R$ 5 mil e R$ 50 mil, a estimativa é a de que o cidadão lesado que exigir seus direitos extrajudicialmente - com a cobrança do título em cartório, por exemplo - pode perder entre 43,2% e 17% do valor devido. Já em um processo judicial, que pode levar até oito anos no total, as perdas variam de 56,2% a 97,2% na fase do conhecimento - de até três anos - e de 75,9% à totalidade na fase de execução, que pode levar mais cinco anos. A conclusão é a de que só é economicamente viável levar o ressarcimento de um direito a termo se a causa for de alto valor ou se o proponente dispuser de uma estrutura jurídica permanente.
A palestra de Thomas Bastos será proferida na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de São Paulo (FEA-USP). Entre os debatedores estão o deputado federal Delfim Neto (PMDB-SP), o brasilianista americano Albert Fishlow, da Universidade de Columbia, e Amir Kahir, mestre em Finanças Públicas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo.

quinta-feira, dezembro 1

Curso de Oratória na RIETER AUTOMOTIVE


Curso In Company
Duração: 08 horas/aula
Data de Ocorrência: 03 de dezembro de 2005
Local: Site da Rieter - Distrito Industrial do UNA - Taubaté/SP
Empresa fornecedora: Monteiro & Barbosa Associados - Soluções Empresariais - Divisão de Treinamentos
Trainer: Nelson Marques
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Será ministrado nas instalações da RIETER em Taubaté o curso "Oratória e Comunicação na Empresa" para 25 colaboradores dessa unidade. O treinamento será feito pelo Professor Nelson Marques, especialista na área de comunicação empresarial, e terá 8 horas de duração. Na oportunidade, os participantes vão ter contato com as modernas técnicas de apresentação de idéias e projetos, além de conhecer os princípios de PNL e Inteligência Emocional envolvidos no processo de comunicação. Traremos maiores notícias sobre o evento após a sua realização

PIB cai 1,2% no terceiro trimestre e surpreende o mercado


Previsões mais pessimistas apontavam retração de 0,5%. No acumulado do ano, expansão do PIB está em 2,6%. "Tranco monetário nunca havia causado retração tão forte", diz economista
Por Márcio Juliboni e Ricardo Muniz

O que poderia ser pior, neste momento, para alimentar ainda mais os ataques contra o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, que uma retração de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo previsões do mercado? A resposta é: uma queda ainda maior, como a divulgada nesta quarta-feira (30/11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Surpreendendo as previsões mais pessimistas, o PIB sofreu uma queda de 1,2% entre julho e setembro, em relação ao segundo trimestre.

"Esse resultado foi horrendo, produzido por um tranco monetário que nunca havia causado uma retração tão forte do PIB em um trimestre", afirma Dalton Gardimam, economista-chefe do Banco Calyon. Para o analista, é dificil escapar da conclusão de que o Banco Central forçou a mão demais no afã de cumprir a meta de inflação para 2005 (um IPCA de 5,1%). "A vitória sobre a inflação teve esse custo fenomenal." Depois desta queda divulgada hoje, a maior ocorreu entre o primeiro e o segundo trimestres de 2001, decorrente dos estragos causados pelo apagão.

O que mais pesou para o desempenho negativo do país foi a retração de 3,4% da agropecuária, e a queda de 1,2% da indústria. Já o setor de serviços apresentou crescimento nulo em relação ao segundo trimestre. Os investimentos, medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo, caíram 0,9%, depois de crescerem 4,7% entre abril e junho. O consumo do governo diminuiu 0,4%. Já as famílias consumiram 0,8% mais. Quanto às trocas comerciais, as importações subiram 1,4% – o oitavo aumento trimestral consecutivo –, e as exportações avançaram 1,8%, confirmando a tendência iniciada no segundo trimestre de 2003.

Na avaliação de Gardimam, é útil voltar ao resultado do PIB no segundo trimestre, bastante positivo. "Aquele desempenho talvez tenha induzido o BC a erro, levando-o a prolongar por mais tempo do que o necessário o aperto monetário."

Em relação ao terceiro trimestre do ano passado, o resultado foi uma expansão de 1% do PIB. No acumulado do ano, porém, a economia cresceu 2,6%, alimentando as previsões de que o país não alcançará uma expansão próxima de 3%, como espera o governo. No acumulado de 12 meses, a alta ficou em 3,1%.

A consultoria MB Associados espera uma alta do PIB, já considerando a má notícia de hoje, de 2,6% em 2005 e 3,3% no próximo ano. Sérgio Vale, economista da MB, não vê nos dados do IBGE motivo para se falar em recessão. Para o último trimestre deste ano, a estimativa é de uma recuperação de 1,8%. "Uma retração de 1,2% no trimestre não é para assustar muito, ainda que seja preocupante", diz. O recuo da agricultura, por exemplo, já era esperado. "Tivemos um ano com quebra de safra, e todos sabiam que em algum momento isso estaria refletido no desempenho do PIB do setor, ainda que ninguém soubesse direito quando isso ocorreria."

A perspectiva de queda dos juros e expansão da renda abre a possibilidade de um crescimento maior no ano que vem. A MB trabalha com a projeção de uma Selic de 15% ao ano no final de 2006, e uma alta real da renda média de 4,8%, dando seqüência a uma expansão que chegará a 5,2% neste ano.

Para os exportadores, porém, não há motivos para esperança. "As exportações, pelo critério de quantum [volumes embarcados], já estão recuando por conta da apreciação do real frente ao dólar", diz Vale. "O que vai segurar a economia em 2006 será o consumo interno de bens não duráveis e semiduráveis." De fato, o único fator que se saiu relativamente bem neste trimestre, pelo lado da demanda, foi o consumo interno, com alta de 0,8%.

Fonte: EXAME (01.12.2006)