Mobilidade como sinônimo de eficiência e qualidade de vida
Jairo Okret
08/12/2008
Fonte: Valoronline
O número de executivos que vivem e executam suas atividades profissionais e pessoais com o auxílio de aparelhos móveis de comunicação aumenta a cada dia. Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), o número de telefones celulares no mundo pode chegar a quatro bilhões até o fim do ano. O Brasil, 5º maior mercado e um dos que apresenta maior crescimento na área, deverá em breve alcançar a marca dos 150 milhões de aparelhos celulares em uso.
Embora esse crescimento seja verificado em diversos segmentos, um dos maiores destaques é o uso profissional, permitindo a comunicação intensiva por meio de voz e dados, aliada à mobilidade pessoal. Uma evidência deste fenômeno está na crescente visibilidade dos smartphones. Outro sinal é a inclusão de aparelhos móveis (celular, PDA, laptops etc.) entre os benefícios oferecidos pelas empresas ao lado de outros mais tradicionais, como plano de saúde.
Esta tendência é reforçada por três fatores: mudança organizacional com estruturas de organizações matriciais e a mobilidade como uma alternativa à mudança física; mudança tecnológica com disponibilidade de coberturas e velocidades adequadas e a integração com as soluções corporativas; e ainda a mudança cultural com o executivo em busca do equilíbrio entre uma atividade profissional altamente exigente e sua vida pessoal.
O uso de recursos tecnológicos pode envolver o cargo ou a natureza do negócio. A atuação de profissionais de vendas, ou de postos estratégicos, como o CIO de uma empresa, requer estas ferramentas. Se, por exemplo, acontece algum problema com a parte de TI de uma empresa, o primeiro executivo a ser procurado pelo CEO é o CIO, que tem de estar ciente dos acontecimentos e ser capaz de resolvê-lo, mesmo a distância. Há quem diga que celulares atrapalham a privacidade do profissional, mas, diante das necessidades atuais, nossas pesquisas demonstram que seu efeito real é permitir que o executivo ganhe em qualidade de vida. Ele pode resolver os problemas muitas vezes sem ter de sair de casa.
Temos observado como executivos se adaptam e obtém vantagem das novas tecnologias.
Recentemente estive reunido com um presidente de empresa. Ao sentar-se, ele imediatamente colocou seu smartphone sobre a mesa. Ele me disse que sentia que o celular era para ele como a clava para o homem pré-histórico - sair da caverna sem ela seria colocar a vida em risco e possivelmente não conseguir trazer caça para casa. Este executivo está constantemente em movimento, visitando clientes, longe de sua família, mas mesmo assim se mantém em contato próximo; Outros executivos, no entanto, demonstram mais dificuldades e o celular se torna um elemento perturbador, interferindo em reuniões, interrompendo conversas e fazendo com que o trabalho invada seu lar e suas atividades de lazer. Um grupo menor rejeita a mobilidade, não encontrando valor ou facilidades e se recusando a possuir ou utilizar os dispositivos de comunicação móvel.
Ainda é prematuro dizer como será o processo de adaptação dos executivos à comunicação móvel. Mas está claro que a mobilidade chegou para ficar e este cenário global aponta para a existência de um novo conjunto de habilidades necessárias para os profissionais que desejam e precisam tomar decisões com agilidade e de qualquer lugar. Estas habilidades são possíveis de serem identificadas por meio de um processo de avaliação de competências. E existem várias maneiras de desenvolvê-las dependendo da demanda. A conscientização de que a mobilidade irá requerer mudanças importantes no perfil de competências é um passo importante a ser dado.
Jairo Okret é sócio-diretor da Korn/Ferry International
Marcadores: COMPORTAMENTO, TECNOLOGIA
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