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quarta-feira, março 29

75% dos brasileiros admitem que seriam capazes de cometer irregularidades em cargos públicos

Gilberto Dimenstein escreve:
29/03/2006

A maioria dos brasileiros tolera políticos corruptos. Não só tolera, como é conivente com a roubalheira e a falta de ética no dia a dia. É o que revela pesquisa inédita do Ibope Opinião, feita com 2 mil pessoas em todo o país em janeiro. Título: "Corrupção na Política: Eleitor - Vítima ou Cúmplice?". Conclusão: 75% dos brasileiros admitem que seriam capazes de cometer irregularidades em cargos públicos.

Havia 13 atitudes típicas de corruptos: contratar pessoas e empresas de familiares sem concurso ou licitação; pagar despesas pessoais com dinheiro público; aproveitar viagens oficiais para lazer próprio e de familiares; trocar o voto por um cargo para si, um parente ou um amigo e até fazer caixa 2 para garantir vitória na eleição.

Entre as irregularidades que os entrevistados (fora da política, claro) admitem cometer uma vez ou outra estão: suborno para se livrar de multa de trânsito; sonegação de impostos; falsificação de documentos; compra de produtos piratas; ligações clandestinas pra usar a luz ou a TV a cabo do vizinho...

Em entrevista ao UOL News, Silvia Cervellini, diretora de Planejamento e Atendimento do Ibope Opinião, responsável pela pesquisa, disse que o que mais chamou atenção foram os altos patamares de atos ilícitos cometidos no dia a dia pelos brasileiros. "Vimos que 7 em cada 10 cometem alguns desses atos, e quando projetam para pessoas conhecidas, isso passa a ser quase consensual: 98% acham que seus conhecidos cometem alguns desses atos - praticamente todo mundo."

Questionada sobre a sinceridade dos entrevistados, Silvia Cervellini explicou: "Existe um fenômeno de pesquisa de opinião que é do entrevistado ser mais verdadeiro ao falar sobre os outros do que sobre si mesmo. A gente considera, do ponto de vista de indicador de prática de ilegalidade, essa medida de pessoas conhecidas como mais verdadeira, mais próxima do retrato do eleitorado. Então pode se dizer que praticamente todo mundo comete algumas dessas pequenas ou grandes ilegalidades no seu cotidiano."

Ela disse que o Ibope ainda não tem uma comparação com outros países do mundo, mas disse que as reações de alguns colegas da Espanha e da América Latina demonstram que há sim uma disseminação dessa cultura de transgressão na sociedade.

"É um problema de educação?", perguntou a jornalista Lillian Witte Fibe. "Aí cabe uma reflexão, uma coisa mais abrangente sobre esse processo, porque acho que vem da nossa história, da cultura, das instituições, da nossa legislação. Acho que a explicação é multidisciplinar."

Banho de água fria
Chegar a essa conclusão é, sem dúvida, um banho de água fria nos bem-intencionados e honestos. Como é possível cobrar ética dos governantes? Silvia Cervellini explicou que o Ibope está diante de um paradoxo desde o ano passado: dados vinham mostrando que o eleitor é muito crítico em relação às suas lideranças políticas em termos de corrupção, que faz um julgamento muito enfático contra isso, mas ao mesmo tempo via a prática dessas ilegalidades pelos eleitores.

"Existe uma associação, uma correlação entre cometer mais atos de ilegalidade e tolerar mais atos de corrupção. Efetivamente a gente pode imaginar que ao assumir que poderia cometer esses atos caso estivesse lá [no poder], vai ser tolerante diante desse problema no momento de decisão de voto, por exemplo."

"É o tradicional 'rouba mas faz'?", perguntou a jornalista. Cervellini explicou: "Chamamos de uma certa flexibilização das regras éticas. Nem tudo é tão errado. Contrariar as regras de repente pode ser válido, dependendo do contexto. Acho que tem um certo pragmatismo na cultura, porque inclusive você observa em relação a esses atos de corrupção, que tudo o que diz respeito a beneficiar familiares e amigos, tende a ser mais tolerado. Práticas que beneficiam pessoas próximas, amigos e familiares parece que os fins justificam os meios, como estratégia de sobrevivência. Esse tipo de prática provavelmente tende a ser mais aceita pelo eleitorado."

Quanto mais jovem e informado, mais tolerante
A diretora de Planejamento e Atendimento do Ibope Opinião explicou que há diferença de resultados quando os entrevistados forem separados por sexo, idade e escolaridade. As mulheres são "um pouco menos" tolerantes que os homens, e os jovens aceitam mais a corrupção do que as pessoas mais velhas.

"Talvez tenha um fator de informação política, de entender um pouco a história. Temos que imaginar que os jovens não têm esse arsenal. Entre os jovens, 87% aceitam algumas das 13 práticas. Quando chega entre 50 ou mais, esse índice baixa para 60%."

E outra: essa tolerância também cresce conforme a escolaridade do entrevistado. "No nível superior chega a 85%. Até a 4ª série é 62%." Então não se trata apenas de educação e informação? "Não é diretamente educação. Pode ser um fenômeno de compreensão dos meandros da política, das instituições e das regras políticas. O pessoal de nível superior pode, de repente, justificar por conta de entender o arcabouço institucional."

Reação ambígua
Como é possível o eleitor condenar a prática e fazer o mesmo? "Essa ambigüidade aparece nos dados, mas dificilmente aparece no discurso do próprio eleitor. Na sua auto-imagem essas coisas ficam muito separadas. A gente não observa no eleitorado essa reflexão. É por isso mesmo que esse estudo pretende levar a sociedade a refletir sobre isso: se eu estou criticando lá em cima, o que eu estou fazendo aqui embaixo? Existe uma separação muito grande entre esses dois ambientes na opinião pública. A gente está mostrando que as coisas não são tão distantes assim."

As informações são da UOL News.

terça-feira, março 28

A Estratégia das Mulheres no Mercado de Trabalho


As mulheres brasileiras não ocupam mais cargos de poder nas empresas porque não querem. E muitas delas já não buscam a igualdade, mas a eqüidade. É o que revela, nesta entrevista, Leda Machado, diretora de recursos humanos para América Latina da Emerson Network Power e professora do Ibmec São Paulo

A questão de gênero é foco de pesquisas acadêmicas da administração no Brasil?
Não, há bem poucos trabalhos escritos sobre gênero e administração no
Brasil. No Ibmec São Paulo, eu falava de gênero en passant quando ensinava
comportamento organizacional. Ministrei duas disciplinas, que eu mesma concebi:
Gênero e Desenvolvimento Organizacional; e Gênero e Talento. Mas isso é exceção.
O que existe, de modo geral, são estatísticas do tipo “poucas mulheres chegam a
presidente de empresa”, “poucas mulheres ocupam cargos executivos”. Não há
realmente estudos tentando entender por que isso acontece.

Você fez mestrado e doutorado a respeito de gênero. O que a levou a interessar-se por esse assunto?
Esse assunto sempre me chamou a atenção. E acho que não foi à toa. Quando
decidi fazer os cursos de pós-graduação e escolhi a unidade de planejamento de
desenvolvimento da University College London, uma das razões foi o trabalho que
essa unidade desenvolvia sobre a questão de gênero. Depois, quando retornei ao Brasil,
percebi que, apesar da importância, a questão de gênero não era levada em conta, nem
nas políticas públicas. Mais tarde, na primeira empresa em que ingressei, só havia duas
diretoras mulheres; a outra saiu e sobrei apenas eu. Depois, em uma segunda empresa,
eram sete sócios homens e eu como única diretora mulher. No Instituto Gallup, havia
uma só gerente mulher e eu de diretora mulher. E, no meu atual trabalho, na Emerson
Brasil, eu sou a única diretora mulher.
Esse interesse também tem a ver com as influências que trago pelo fato de ser
mulher e outras de fora do universo da administração e de fora do Brasil.

Não há estudos tentando entender por que há tão poucas mulheres em cargos de alto escalão. Mas pelo menos se desconfia por que há tão poucas mulheres nessas posições?
O fato é que, quando alguém chega a determinado nível na carreira, seja homem
ou mulher, tem talentos para alcançar tal posição. Eu particularmente acho que as
mulheres não chegam tanto, ou seja, não ocupam mais cargos de comando, principalmente por opção. É uma questão estratégica. Se uma mulher sabe que terá de abrir mão de várias coisas para chegar lá, por que fará isso?
Admito que me incomoda profundamente colocar a mulher como vítima, dizer
que ela não chega lá porque é discriminada. Existe discriminação, sim, mas
principalmente no segmento de mais baixa renda. Em certa classe média alta, os pais
estudaram, criaram a filha mais ou menos como o filho, ela pôde escolher a
universidade em que estudou, não tem perfil de vítima, absolutamente. Tem opções.

O que significa exatamente “ter opções”?
Poder de escolha. Em primeiro lugar, nem todo mundo tem o sonho de chegar lá
em cima. Em segundo, os conceitos de poder e de sucesso são diferentes para homens e
mulheres. Esses conceitos são uma questão de gênero. A mulher é estimulada desde
sempre a cuidar do outro, por exemplo, e isso é uma forma de poder. Sucesso, para
muitas mulheres, é ter um trabalho que a preencha emocionalmente e que lhe garanta
tempo para fazer outras coisas, não necessariamente o que remunere melhor. Ou seja,
a competitividade da mulher se manifesta de maneira diferente.

Por quê?
A contrução de gênero vem desde que você nasce, desde a maternidade. Eu não
acho que o médico, na hora do parto, pegue o menino e a menina de maneira igual. As
expectativas dos pais também variam conforme sabem que esperam um menino ou
uma menina. Se for menina, o quarto vai ser assim; se for menino, vai ser assado. E,
quando se vai crescendo, alguns talentos são mais aceitos –e estimulados– em meninos
e outros mais apreciados em meninas.

Competitividade não é um talento apreciado em mulheres, então?
Quando ele é algo declarado em uma mulher, é interpretado como agressividade
e, portanto, tende a ser coibido. A menina deve comportar-se bem, não pode gritar,
porque é feio. Isso é reforçado constantemente.
Uma pesquisa feita no Canadá mostrou que vários talentos vistos como positivos
para homens são considerados negativos para mulheres e vice-versa. Então, se uma
mulher é competitiva, é vista como agressiva e impulsiva.
E os problemas não acabam por aí: as mulheres são analisadas por aspectos que
não importam no caso dos homens. Por exemplo, é um dado importante se uma
mulher se casou ou não, se tem filhos ou não. Isso é menos levado em conta quando se
pensa em um homem.

Então, as coisas não têm mudado como parecem?
Mudam, trata-se de uma construção social. Por exemplo, no Brasil de hoje, existe
um pudor social em ser uma mulher que não faz nada profissionalmente, que é dona-de-
casa. Se ela falar isso, é malvista, principalmente na classe média alta. Ter uma
profissão passou a ser, de certo modo, um atributo desejável no gênero feminino.
Até se aceita que uma mulher pare de trabalhar por alguns anos, para ter filho,
mas poucas mulheres querem isso, na verdade. Ao contrário: muitas nem tiram toda a
licença-maternidade à que têm direito, porque querem voltar a trabalhar logo.
Cresceram em um ambiente em que homem e mulher trabalham fora e não sabem agir
diferentemente.

Mas mudou a imagem da mulher nas empresas brasileiras?
Isso varia de caso para caso e eu tenho certo pudor de fazer generalizações sem
pesquisas em que me apoiar. Mas, se você for a uma empresa cuja cultura é predominantemente masculina, a mulher que entrar lá terá características mais masculinas. Talvez essa mulher passe alguma dificuldade em seu dia-a-dia, sendo vista, possivelmente, como uma pessoa difícil. Se fosse um homem, essas características seriam mais bem aceitas.
Um diretor de vendas, que é direto, objetivo, cheio de energia e não aceita “não”
como resposta, pode ser agressivo, mas, de uma mulher, ainda não se espera isso. Há
para as pessoas um choque entre a imagem idealizada da mulher e o que ela é de fato.
Isso depende muito da empresa. As empresas norte-americanas, por exemplo,
tendem a aceitar mais o confronto, enquanto isso é mais difícil em empresas familiares
brasileiras, por exemplo.
Há aí também uma questão de geração: quem tem 30 anos de idade cresceu com
um modelo diferente e hoje lida melhor com isso do que a geração de 60 anos.
O homem está deixando vir à tona sentimentos como sensibilidade,
preocupação com o outro, mais flexibilidade. Na verdade é um equilíbrio. O ideal
seria que não houvesse diferenças de gênero, mas diferenças de pessoas.

Ainda existe no Brasil o tal ciclo de adaptação da mulher ao mercado de trabalho?
Refiro-me àquele processo de ela começar adquirindo características mais masculinas, sofrer uma crise e depois fazer as pazes com suas características femininas…
Vejo isso como um fenômeno mais típico da década de 1960, não só no Brasil, mas no mundo ocidental. As executivas daquela época tendiam a mimetizar mais os homens mesmo.
Não é que isso tenha acabado exatamente, mas vale para mulheres e homens.
Quando você entra no mercado de trabalho como estagiário, por exemplo, ainda está
inseguro em relação a quem você é. E naturalmente vive esse processo que você
descreveu, começando por mimetizar uma pessoa que você admira e por absorver o
ambiente a seu redor como esponja, e assim vai construindo sua maneira de ser
executivo. Esse ingresso da pessoa na profissão é como um bebê que começa a andar:
ele cairá muito até pegar o jeito.
Mas essa regra se submete às características individuais, que falam muito alto.
Pegando um exemplo extremo: uma menina muito doce que entra num ambiente
masculino não vai conseguir ser muito masculina, por mais que tente, porque ela não é
assim. Ela pode aprender a ser mais direta, e até gastar uma energia imensa nisso, mas
nunca terá as características masculinas de fato.
Deixe-me só insistir um pouco nisso: a Carly Fiorina na presidência da HP não
mimetizou características masculinas? Quando ela saiu, depois da aquisição da
Compaq, que se mostrou um mau negócio, todos a criticaram dizendo que era
muito dura, autoritária, não dava atenção aos outros. Ou seja, reclamaram de suas
características masculinas…
O caso dela é muito interessante. Quando ela estava fazendo sucesso, ninguém
falou nada, pelo menos abertamente. Quando deu errado, vieram milhões de críticas.

O que ela era não mudou porque a aquisição da Compaq não foi satisfatória. O que aconteceu?
Para mim, não há uma questão de gênero aí nem de ciclo de adaptação. Houve
choque cultural. A Carly Fiorina veio de uma cultura diferente da cultura da HP, que
era muito mais de socialização. A única observação de gênero, nesse caso, é que muitas
pessoas ficaram contentes com o insucesso dela. Não sei se aconteceria o mesmo com
um homem.

Quais são os sinais exteriores de que uma mulher já se sente segura na profissão?
No Brasil não há tantas executivas assim para poder comparar, mas posso citar
uma curiosidade reveladora: quanto mais segura a mulher se sente profissionalmente,
mais ela usa salto alto. Ela começa usando salto baixo e o tamanho do salto vai subindo
com a experiência. Mulheres brasileiras são naturalmente vaidosas e não abriram
mão disso.

Em sua opinião, as mulheres estão influenciando os homens?
Acho que estão, sim. Essa talvez seja a grande novidade. Eles andam mais
vaidosos do que eram. Você vê executivos de idade mais avançada lamentando não ter
feito a opção de ver seus filhos crescer. O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal,
especialmente entre trabalho e vida afetiva, está sendo perseguido por um número
cada vez maior de homens também.

Eu queria que você contasse um pouco de sua experiência com mulheres de baixa renda…
Fiz minha pesquisa de campo em 1985, no Movimento da Zona Leste,
coordenado por mulheres. Eu fui adotada por elas até porque estava grávida e tive o
privilégio de conviver com elas durante um ano, todos os dias.
O movimento começou dentro da igreja: umas freiras modernas organizaram
um encontro de mulheres para fazer crochê que depois passaram a discutir notícias de
jornal. Aí elas identificaram o problema de saúde e da falta de um centro de saúde no
bairro. Conseguiram. Em 1985, o movimento já tinha dez anos e acumulava várias
conquistas, não apenas o centro de saúde.
O que me interessou nesse movimento social foi o fato de o conselho formado
por mulheres ter sido ignorado pelos vários acadêmicos que o haviam estudado.
Ninguém prestou atenção a esse fato! Eu até perguntei a um desses acadêmicos o
porquê disso e ele disse que não era relevante, revelando um olhar enviesado.
As mulheres que conduziam o movimento não eram mães de filhos pequenos;
eram avós, mas faziam reivindicações como mães. O movimento se tornou o trabalho
delas, o que legitimava sua saída de casa e ficar até tarde em reuniões, e lhes
proporcionou o aprendizado de várias coisas –muitas só então aprenderam a pegar
ônibus, por exemplo. Elas cresceram como pessoas, e isso não tem volta.
As filhas perceberam como as mães mudaram, ficaram mais amigas, passaram a
discutir sexualidade. Foi um processo muito bonito que afetou a mulher, a família da
mulher e a comunidade. E eu aprendi muito.

Diante disso, quando se fala que a mulher executiva ainda não tem o espaço que merece, parece choradeira despropositada…
De certa forma, sim. Essas mulheres de baixa renda conseguiram ter opções na
vida, mesmo sendo muito mais discriminadas.
Mas, além disso, há que considerar que o mundo executivo ainda tem muito
mais homens do que mulheres. Muitas mulheres não seguem a carreira executiva: vão
ser médicas, pintoras, jornalistas… E as que seguem podem ter perfil para ser
presidente e não querer isso, ou podem não ter o perfil, independentemente
do gênero.

A questão do salário menor da mulher executiva é um mito?
Não posso dizer que é um mito, porque não tenho dados para isso. Mas o fato é que nunca vimos uma pesquisa no Brasil que realmente demonstre diferença de salário
entre homens e mulheres com funções equivalentes no mundo executivo.
Há estudos internacionais apontando que a mulher ganha 30% menos. Mas aí é
preciso perguntar: que mulher? Que tipo de indústria? Em que nível da hierarquia? No
nível executivo, não existe diferença. Não é que o homem presidente vai ganhar mais
que a mulher presidente. Acredito que possa existir em níveis que exigem menos
formação, como o de fábrica, mas até isso parece ter sido mais comum no passado do
que hoje, quando todos têm acesso à informação.
Se alguém que ler esta entrevista tiver uma informação diferente da minha, eu
gostaria que me contatasse.

Nesta época de tantas mudanças, a mulher sai mais prejudicada do que o homem?
Não a mulher executiva particularmente, mas talvez a mulher de modo geral. O
que acontece é que, quando novos ciclos econômicos são criados, os homens
ingressam nos trabalhos novos e as mulheres pegam os trabalhos menos remunerados,
como é o caso do professor no Brasil. Sessenta anos atrás muitos homens eram
professores primários; foram conquistando outros espaços e as mulheres é que ficaram
com esses cargos.

Você já disse em uma palestra que o talento predominante na América Latina é o do relacionamento. Ao mesmo tempo, a capacidade de relacionar-se costuma ser algo atribuído mais à mulher. O que isso significa? Que a mulher brasileira perde vantagem competitiva ou que o homem brasileiro é mais feminino?
A mulher brasileira não perde o diferencial competitivo, não, porque o talento
da competição se manifesta de uma maneira diferente nas mulheres e nos
homens. Também não é que o homem brasileiro seja mais feminino. Apenas o
talento de relacionamento está bem presente no Brasil, o que significa que somos
bastante sociáveis.
Uma pesquisa feita pelo Gallup no final da década de 1990 mostrou que os
brasileiros em especial apresentam mais o talento de relacionamento, tanto mulheres
como homens. Existem vários estudos identificando que a dificuldade de o empresário
brasileiro fazer negócios no exterior é que ele sente a necessidade de conhecer seu
interlocutor, de estabelecer um relacionamento, mesmo que tudo seja superficial. E,
no exterior, a visão é distinta: tanto o norte-americano como o europeu têm uma
abordagem mais direta, objetiva, e nem sempre entendem ou percebem a nossa.

E quanto à afetividade? Ela não é um talento mais feminino?
A mulher é mais livre para manifestar sua afetividade. Essa liberdade é uma
característica de gênero. Em geral, a menina é desde cedo estimulada a demonstrar
carinho; a ela é permitido chorar, por exemplo. Já o menino é estimulado a demonstrar
força e coragem, estimulado a competir. Mas as características de gênero são
construídas socialmente, ou seja, elas estão sempre mudando no tempo e no espaço. E,
como são processos sociais, as mudanças levam tempo para serem percebidas. Fica
mais claro se pensarmos quais eram as características de gênero da época de nossos
avós, de nossos pais e na nossa.
Na empresa ainda há desconforto diante da manifestação do sentimento ou da
emoção. Mas não é tão preto no branco assim. Eu vi a final da última edição do reality
show O Aprendiz, do Donald Trump, que foi disputada por duas mulheres. Uma delas
chorou e o Trump comentou: “Eu odiei quando você chorou. Mas eu adorei quando você chorou”. É exatamente isso que acontece na vida real. Os homens odeiam
quando as mulheres choram, porque acham que precisam fazer alguma coisa e
não sabem o quê. Eles têm a fantasia de que devem resolver o problema, quando
não precisam fazer nada; basta que a deixem chorar. Mas, por outro lado, o choro
toca os homens profundamente, até porque remete à dificuldade que eles têm de
expressar emoções.

Como diretora de recursos humanos de uma grande empresa, você acha que a mulher pode chorar no trabalho?
Eu acho legítimo qualquer pessoa chorar no trabalho, ou demonstrar raiva,
desde que seja uma emoção autêntica, construtiva, e não para se fazer de vítima. Eu,
por exemplo, me emociono muito no trabalho.

Lembro que uma vez que me emocionei e chorei quando fui escolhida para homenagear um colega. Recebi aplausos, além de comentários de “nossa, como você é humana”. Depois eu entendi melhor essa reação das pessoas. Não é esperado que um executivo se emocione e chore. Nessa empresa, demonstrar sentimentos era algo raro. Em geral, espera-se que uma pessoa seja sempre dura, ou sempre humana. Existe uma tendência a rotular as pessoas nas empresas. Isso pode causar problemas, não?
Sem dúvida. A gente faz isso com os filhos –ela é a filha charmosa, a outra é a filha
estudiosa e ele é o filho cômico– e faz o mesmo com os funcionários. É claro que as
pessoas podem pender mais para um lado que para outro, mas não significa que
fiquem estacionadas ali. Ao colocar o ser humano em uma caixinha, nós o
simplificamos, o que nos dificulta compreender o outro de uma maneira mais
abrangente. Para mim, o estimulante na vida é nos permitirmos experimentar
diferentes papéis. Um dia eu sou a protetora, em outro sou a protegida.

Afirmar que há características femininas é uma rotulação de gênero? Ou há características femininas comprovadas cientificamente que fazem diferença no ambiente de trabalho?
As pesquisas de cunho fisiológico podem ser utilizadas para distorcer ou justificar
a discriminação de cunho cultural. Mas existem dois aspectos diferenciadores de
gênero que são mais uma herança cultural através dos séculos do que propriamente
algo fisiológico. Um é a capacidade da mulher de fazer várias coisas ao mesmo tempo.
Fizeram uma experiência com cinco homens e cinco mulheres em que todos tinham
de atender o telefone, abrir a porta e pôr água para ferver num curtíssimo intervalo de
tempo. Nenhum homem conseguiu e todas as mulheres conseguiram. O fato é que,
desde a pré-história, a mulher cuida das crianças e quem cuida de criança tem de estar
atento a tudo.
O segundo diferenciador da mulher é a preocupação com o outro, o afeto. Mas é
por isso que equipes que misturam homens e mulheres são mais eficazes; a empresa
precisa dessas características.

Diz-se também que os homens respeitam mais a hierarquia do que as mulheres. Você concorda com isso?
Acho isso questionável; a mulher é mais irreverente quando se trata de
hierarquia. No movimento de saúde da Zona Leste, por exemplo, a mulher
confrontava as autoridades, colocava-se, mas isso não significa que não as respeitava. A
mulher se coloca mais, fala mais. Esses aspectos podem ser entendidos erroneamente
por alguns como desrespeito à hierarquia.De um lado, o brasileiro quer sentir-se próximo dos interlocutores em seus relacionamentos; de outro, reverencia o poder.
O Brasil é um país complexo, não?
O Brasil é um país muito sutil, mais sutil que toda a América Latina.
Mesmo quando a mulher executiva brasileira decide não lutar para chegar à
presidência, não lhe sobra muito tempo para equilibrar a vida pessoal. Eu já vi
cálculos que indicam que lhe restam apenas quatro horas para cuidar da casa,
marido e filhos, pois são dez horas trabalhando e mais dez horas gastas com
necessidades fisiológicas, como dormir, comer ou exercitar-se… Isso não faz com
que a mulher precise transformar-se em uma máquina de eficiência?
A mulher brasileira se cobra muito. Tem um nível de exigência consigo mesma
que é inacreditável. Conheci uma executiva de RH que se sentia muito culpada
porque chegava em casa às 21h, via as filhas de 5 anos e 2 anos até às 22h, depois
trabalhava nas tarefas domésticas até meia-noite.
No Brasil, a casa e as roupas têm de ser extremamente bem-cuidadas, por
exemplo; não é como nos Estados Unidos ou na Europa, onde eu já visitei casas em que
havia fungo e isso não era considerado um problema. Não que eu ache isso bom; pelo
contrário, adoro cuidar da minha casa, fazer tricô, receber amigos para jantar. Mas
cada mulher precisa decidir o que é prioridade para ela.
Agora, eu não acredito nessa máquina de eficiência. Acho importante se permitir
errar bastante, porque isso é essencial para o crescimento. Você cresce mais quando
erra –embora nem toda empresa aceite erros. É o mesmo que acontece com os filhos
–embora nem todos os pais aceitem erros. Não à toa, numa empresa, as perguntas mais
interessantes para fazer a um candidato são: “Você pode me falar de um de seus erros?”
e “Como você lidou com isso?”.

Nosso atual nível de exigência está muito alto, na vida profissional, familiar e afetiva. Ninguém agüenta tanta pressão. É preciso parar para pensar o que foi que você mesmo decidiu e o que são questões tomadas pela sociedade e impostas a você. Você sugere que haja eqüidade no tratamento de homens e mulheres no ambiente de trabalho, em vez de igualdade. Pode explicar isso melhor?
No começo, o movimento feminista falava em igualdade. No entanto, não
somos iguais nem física nem emocionalmente, então não podemos querer igualdade.
O que devemos buscar é a eqüidade, que é o direito aos mesmos direitos, respeito às
diferenças. Quando se fala dos departamentos de RH, a idéia deve ser que as pessoas
sejam tratadas como elas gostariam de ser tratadas.
Por exemplo, há pessoas que querem ser reconhecidas em público, outras que
preferem ser elogiadas em particular. Algumas precisam de acompanhamento
constante a vida inteira, outras necessitam menos. O RH deve respeitar isso no
tratamento do funcionário.

Não estamos mais falando em diferenças de gênero, mas em diferenças de pessoas. Não é isso?
Sim, quando falo em diferenças de pessoas, estou falando do futuro que eu
gostaria de ver. Estamos num momento em que ainda discriminamos as pessoas por
gênero; espero que passemos para outro momento, o de aceitação das diferenças de
gênero; e depois chegar a uma fase em que não haveria mais gênero, importariam as
pessoas individualmente, e as diferenças entre elas seriam aceitas.
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Leda Machado é diretora de recursos humanos para a América Latina da empresa de tecnologia Emerson Network Power e professora do Ibmec São Paulo. Construiu uma carreira de desenho não tradicional. Primeiro foi acadêmica: obteve graduação em arquitetura e urbanismo, especialização em desenvolvimento urbano, mestrado em economia e doutorado em sociologia, todos pela University College London, em Londres, Reino Unido. No mestrado e no doutorado dedicou-se a estudar temas relacionados com gênero. Publicou dois livros sobre o assunto: Atores Sociais Movimentos Urbanos, Continuidade e Gênero e A Incorporação de Gênero em Políticas Públicas Perspectivas e Desafios (ambos, ed. AnnaBlume). Lecionou em cursos de graduação e MBAs da Fundação Getúlio Vargas em São Paulo (FGV-EAESP) e da FAAP. E recebeu, da o Prêmio Young Sociologist em 1994.
Paralelamente, atuou como consultora de empresas na área de recursos humanos, trabalhou na gestão de uma organização não-governamental e finalmente ingressou na carreira executiva. Contabiliza mais de uma década de experiência como diretora de recursos humanos e de novos negócios em empresas como a OESP Mídia, Deloitte Touche, The Gallup Organization e Emerson Network Power.
A especialista foi entrevistada por Fernanda Diamant, colaboradora de HSM Management Update.

sexta-feira, março 24

A Dança da Pizza [Blog do Noblat]


A dança da impunidade

Para ver o filme onde a deputada dança, clique aqui.

(http://noblat.plugin.com.br/tvcaangela20060323-01-001-wm.100.wmv)

Tão logo ficou claro aos primeiros minutos desta madrugada que a Câmara salvaria o mandato do deputado João Magno (PT-MG), acusado de ter recebido grana de Marcos Valério, a deputada Angela Moraes Guadagnin (PT-SP) protagonizou uma inesquecível cena de falta de respeito.

Ela deixou o lugar onde estava sentada nas primeiras fileiras à esquerda do plenário e saiu dançando para manifestar sua alegria com a absolvição do colega de partido. Angela é médica pediatra. Foi prefeita de São José dos Campos entre 1993 e 1996 e exerce pela segunda vez o mandato de deputada federal.

Desde que pipocou o escândalo do mensalão, tem se notabilizado por tentar livrar a cara dos seus colegas do PT denunciados ao Conselho de Ética da Câmara e sujeitos à cassação por quebra de decoro parlamentar. Sempre pede vistas dos processos para retardar sua tramitação. E vota pela absolvição de todos.

A dança de Angela em plenário dá uma medida da absoluta falta de vergonha que contaminou a Câmara dos Deputados. Dos 19 mensaleiros apontados pelas CPIs dos Correios e da Compra de Votos, 11 escaparam da condenação - 4 porque renunciaram e poderão ser candidatos este ano, 7 porque foram absolvidos.

Estes são tempos de deplorável frouxidão moral e de degradação dos costumes políticos do país.

terça-feira, março 21

Ubatuba integra Codivap Turismo

Cosmo Litoral Norte
O Secretário de Turismo de Ubatuba, Luiz Felipe Azevedo foi escolhido na última reunião dos membros do Codivap Turismo (Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba) para ocupar a primeira vice-presidência da entidade.

A nova diretoria, encabeçada pelo secretário de turismo de Ilha Bela, Ricardo Fazzini Dias, irá dirigir a entidade durante um ano. Criada no ano passado com o propósito de desenvolver o turismo em todo o Vale Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte, o Codivap turismo é um braço do Consórcio que reúne os 39 prefeitos de toda a região.

Ao dar a notícia para o secretário de Ubatuba, o diretor de Relações Políticas da entidade, José Felício Manzolli, destacou que a escolha de Luiz Felipe para o cargo foi por mérito e pelo destaque que Ubatuba teve no cenário turístico durante este período.

"Escolhemos o Felipe pelo empenho e pela sua garra e disposição em lutar pelo turismo, não só do Litoral Norte, mas de toda a nossa região. Para nós o Felipe é um grande parceiro e um líder natural", afirmou Manzolli.

Compõem ainda a diretoria do Codivap Turismo, Amanda Monteiro, de Cunha, como 2ª vice-presidente; Kaled Pena, de Cruzeiro, diretor de projetos; Paulo de Tarso Marques, de São José dos Campos, como diretor de relações governamentais e Patrícia Uchoas, de Piquete, como secretária

segunda-feira, março 20

PIB do agronegócio encolhe 26,26 bilhões de reais em 2005

Produtores rurais foram os que mais perderam – 16,6 bilhões – no ano passado, considerado o pior pelo setor desde 1999

EXAME

O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio encolheu 4,66% no ano passado – trata-se do pior desempenho dos últimos seis anos, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo a entidade, os números divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicavam uma queda de 0,8% do PIB da agropecuária em 2005, estão errados. Em termos nominais, a produção de riquezas do setor – que considera a agricultura, a pecuária e os segmentos de insumos e distribuição – caiu 26,6 bilhões de reais ante 2004, atingindo 537,63 bilhões de reais.

Elaborado em conjunto com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Universidade de São Paulo (Cepea/USP), o estudo mostra que os produtores rurais – agricultores e pecuaristas – foram os que mais perderam no ano passado: 16,6 bilhões de reais, ou 63% da retração total do agronegócio.

Somente a agricultura viu seu PIB cair 15,46%, para 85,20 bilhões de reais – uma perda de 15,6 bilhões de reais. Já a pecuária encolheu 1,49%, ou 1,03 bilhão de reais, para 67,84 bilhões de reais. Assim, no conjunto, o PIB da agropecuária baixou de 169,65 bilhões, em 2004, para 153,04 bilhões, no ano passado. A diferença é de 9,79%, muito acima da retração de 0,8% divulgada pelo IBGE no último mês. "A metodologia do IBGE considera apenas a variação em volume do valor adicionado, não computando as informações de preços do ano de 2005", afirma nota da CNA à imprensa.

Segundo a confederação, o estudo mostra que a quebra da safra, devido a fatores climáticos, o aumento da oferta internacional de commodities agrícolas – o que pressionou os preços dos grãos – e o câmbio desfavorável causaram um prejuízo bem maior que o admitido pelo governo.

Número de internautas cresce 20% em fevereiro no Brasil


Número de internautas cresce 20% em fevereiro no Brasil
Menor número de dias e Carnaval, porém, reduzem o tempo de navegação em relação a janeiro

O número de internautas residenciais – aqueles que acessam a rede em seus domicílios – atingiu 13,2 milhões de pessoas em fevereiro. O volume é 10% superior aos 12 milhões registrados em janeiro e 20% maior que os 11 milhões de fevereiro do ano passado. Segundo o Ibope/NetRatings, o crescimento de 6,5% do número de residências com acesso à internet, entre janeiro e fevereiro, foi o principal motivo para o maior número de internautas. O Brasil encerrou o último mês com 21,2 milhões de domicílios conectados à rede.

Efeito já esperado devido ao menor número de dias e ao Carnaval, o tempo total de navegação dos brasileiros caiu para 17 horas e 33 minutos em fevereiro, contra 18 horas em janeiro. Apesar da queda, os brasileiros gastaram mais tempo na internet que em fevereiro do ano passado, quando o total ficou em 13 horas e 13 minutos. No mesmo mês de 2004, favorecido com um dia a mais por ser um ano bissexto, o tempo foi de 12 horas e 32 minutos.

Embora o tempo total de navegação apresente, sazonalmente, uma queda entre janeiro e fevereiro, a média diária de permanência dos brasileiros na internet está crescendo ano a ano. Em fevereiro de 2004, os internautas gastaram cerca de 25 minutos e 55 segundos por dia na rede. No mesmo mês do ano seguinte, o tempo foi de 28 minutos e 21 segundos. Já no mês passado, a média diária subiu para 37 minutos e 36 segundos.

Preferidos

Na comparação anual, as categorias de sites que apresentaram o maior crescimento de usuários únicos foram: casa e moda (89,6% de alta), viagens (73%), família e estilo de vida (54,2%), automóveis (48,4%) e educação e carreira (45,9¨). "Esses dados confirmam a tendência de diversificação dos interesses do usuário da web, em função do avanço da banda larga e da maior oferta de conteúdo e serviços", afirma Alexandre Sanches Magalhães, coordenador de análise do Ibope Inteligência.

EXAME

Americanos vão assumir a Varig



Consultoria Alvarez & Marsal será responsável pela reestruturação da companhia aérea

Por Tiago Lethbridge
EXAME

Um time de executivos americanos assumirá o comando da Varig, maior empresa aérea brasileira. Segundo EXAME apurou, o anúncio deve ser feito ainda nesta sexta-feira (17/02). Os executivos, Douglas Lambert, Peter Cheston e Luis de Lucio (este nascido no Peru), são diretores da Alvarez & Marsal, consultoria escolhida para administrar a recuperação da companhia.

O presidente da empresa, Marcelo Bottini, será mantido no cargo, mas a administração da empresa será entregue aos sócios da consultoria. A primeira medida do novo comando da Varig será a demissão de 2 500 funcionários, o que reduzirá custos em cerca de 30 milhões de reais por mês. Os americanos têm experiência em reestruturação de companhias aéreas em crise, como a US Airways e a Aeromexico.

A presença de tantos americanos no topo da hierarquia foi um pedido dos credores, que pretendem dar um choque de credibilidade na gestão da companhia. O desafio à frente deles é imenso. A Varig agoniza há anos com uma crise financeira que já atingiu suas operações. A fatia de mercado da empresa no mercado doméstico vem caindo mês a mês – em fevereiro, foi de 19,25%, contra 30% no mesmo período do ano passado.

quinta-feira, março 16

O Vírus da Vítima


Para eliminar o quinta assassino da produtividade, cada pessoa deve começar a enxergar-se como protagonista de seu destino.

A próxima vez que um colega chegar tarde a uma reunião, ouça a sua explicação. Provavelmente a culpa é de outra reunião, que "se estendeu", ou do trânsito, que está cada vez pior. São razões válidas mas não são as únicas que provocaram o atraso.Se a reunião anterior se prolongou, ele decidiu ficar. Ao calcular a hora da saída, não levou em conta o trânsito. Há muitas causas razoáveis, mas algumas movem a capacidade de ação, enquanto outras tiram o poder de quem as exerce.
A noção convencional de responsabilidade é causal: a pessoa é responsável pelas consequências de suas ações. Essa noção suporta um estigma de culpa quando o resultado é indesejável. Quem se sentiria orgulhoso de ser responsável por um fracasso? Isso é culpa, e não responsabilidade.
É muito mais proveitoso conceber a responsabilidade como a habilidade de responder às circunstâncias. Esse tipo é incondicional, já que sempre temos a capacidade de escolher nossa conduta. E assumi-la gera uma sensação de poder, porque se concentra naquilo que podemos influenciar.
Quando jogamos cartas, não temos controle sobre a mão que recebemos. Se nos queixarmos da sorte, nos sentiremos frustrados e fracos. Mas se nos concentrarmos em como johar, nos sentiremos confiantes e poderosos. Mesmo se perdermos no final, teremos tido a oportunidade de provar nossa habilidade fazendo o melhor possível com as cartas que nos couberam. Infelizmente, muitos preferem concentrar a atenção nos aspectos que estão fora de seu controle. "Com estas cartas não é possível jogar", dizem. Chamaremos essa tendência de "vírus da vítima" - vírus que causa estragos na vida das pessoas, nas organizações e na sociedade. Em suma, equivale à falta de responsabilidade. O "infectado" se sente vítima de circunstâncias que não pode controlar e incapaz de fazer algo a respeito. Para aliviar sua frustração, concentra a atenção em fatores que não pode modificar. Assim, sente-se inocente, mas a um alto custo: a impotência. A vítima, ao atribuir causalidade a fatores incontroláveis, acaba com a possibilidade de modificar a situação. Ao não se ver como parte do problema, tampouco pode ver-se como parte da solução.
O protagonista, ao contrário da vítima, concentra sua atenção nos fatores sobre os quais pode influir. Considera-se parte integral do sistema que gerou um resultado não desejado e, portanto, ponto de alavanca para modificá-lo a fim de que produza um resultado melhor. Sabe que há fatores que estão fora de seu controle, mas para ele são um desafio a encarar.
Deixar de ser vítima para ser protagonista implica abandonar o apego a "ter razão" e a tendência a exigir que outros se encarreguem dos problemas.
Lembro-me do caso de um gerente de vendas furioso porque a empresa tinha organizado as férias do seu pessoal sem consultá-lo e ficaria com pouca gente durante um período crítico. "De quem é o problema?", perguntei-lhe. "Do departamento de recursos humanos, é óbvio", respondeu, zangado. Insisti: "quem está sofrendo por essa decisão?". "Eu", respondeu. "Então, se o problema é seu, não importa quem o causou. Sugiro abandonar a ilusão de que outros se ocuparão de seus problemas, simplesmente porque pensa que eles o causaram. Você se sentirá melhor se se encarregar da situação e tratar de solucioná-la. Mesmo fracassando, o mero ato de fazer-se responsável e de dar o melhor de si o fará sentir-se orgulhoso".
Minha experiência com líderes de todo o mundo indica que o vírus da vítima é universal. Mas a cura também é. Quando as pessoas começam a enxergar-se como protagonistas de seu destino, sua organização e sua vida se expandem com um novo sentido de poder.

FRED KOFMAN
Presidente da Axialent

Para empresários, boa gestão em São Paulo torna Alckmin um candidato forte


Líderes de diversos setores acreditam que o tucano implementaria ajuste fiscal e desoneração de tributos se eleito


A escolha do governador Geraldo Alckmin como candidato do PSDB à presidência da República, anunciada ontem (14/3), surtiu manifestações de apoio por parte de empresários. Empresários e analistas de mercado consideraram positiva a decisão do partido.

Para Alfredo Setubal, diretor de Relações com os Investidores da Itaú Holding, a decisão do PSDB pelo governador paulista foi correta em razão de ele ser um "ótimo candidato" e de ter feito uma "gestão excepcional em São Paulo". Setubal, que também é presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento, afirma que o fato de o governador não ser conhecido nacionalmente não prejudica a campanha.

O apoio dos empresários do Itaú a Alckmin, conhecido desde a reportagem de capa de EXAME em outubro do ano passado, se justifica no reconhecimento por parte dos banqueiros da capacidade gerencial do governador. "[Alckmin] tem um perfil de ‘gerentão’. Em razão disso, ele vai acompanhar de perto a administração e a gestão dos ministros", afirma Setubal, ao mencionar que considera a administração de Lula correta, apesar de ter-se mostrado ineficiente em alguns aspectos — como na condução dos programas sociais no início do governo e a pouca habilidade para encerrar o processo de denúncias de corrupção em 2005.

Salientando o caráter apartidário da Bolsa de Valores de São Paulo, o presidente Raymundo Magliano, também reconhece no governador um grande gestor. "[O Alckmin] é um administrador que conhece profundamente a máquina pública", afirma.

Economia

Synésio Batista da Costa, presidente da Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos, é outro que pede reformas mais eficazes – e acha que Alckmin seria um presidente capaz de implementá-las. Para ele, o candidato tucano tem vocação desenvolvimentista, e deve começar as mudanças na economia pela indústria se for eleito. "Ele será o presidente da desoneração da produção", diz.

Essa seria uma forma de aumentar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo, entende o empresário. "Uma coisa é certa: o ministério da Indústria e do Comércio teria muito mais relevância [em um governo Alckmin] do que tem atualmente", afirma. Tanta perspectiva otimista, diz Synésio, vem da atuação de Alckmin à frente da administração de São Paulo: "Ele foi de uma competência extraordinária".

"Não esperamos grandes mudanças na condução da economia", afirma o banqueiro Setubal. Ele acredita, entretanto, "num grande trabalho de ajuste fiscal", com uma reforma fiscal e tributária, melhor gestão dos gastos públicos, volta das privatizações e a redução da carga tributária.

Para João Nogueira Batista, vice-presidente sênior da Suzano Holding, o conteúdo da campanha tucana ditará o sucesso da candidatura do governador paulista. "Ele tem de apresentar um projeto de longo prazo e suprapartidário para o país", disse Nogueira, após a cerimônia de posse como presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Relações com Investidores, em São Paulo.

O presidente da Associação Brasileira das Companhias Abertas, Alfried Plöger, é mais direto: quer a redução consistente da taxa de juros no Brasil. "Hoje 95% dos investidores no Brasil estão na renda fixa em razão dos juros altos e da cultura de curto prazo", diz. "O crescimento do PIB de apenas 2,3% é resultado dessa política, que não permite o avanço do país".

Apesar de otimistas com a escolha do partido tucano, boa parte dos empresários admite: a corrida presidencial está começando, e Lula disparou na frente como favorito.

Reação do mercado


Se as palavras dos empresários mostraram otimismo diante da candidatura de Alckmin, a reação dos investidores foi traduzida em números. A confirmação da escolha de Alckmin pelo PSDB foi dada por volta das 17 horas da terça (14/03), uma hora antes do encerramento do pregão na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), quando o Ibovespa exibia valorização de 1,49%. Após a notícia, a alta do índice ganhou força e fechou a 2%, máxima do dia.

Em relatório, o banco UBS afirmou que o anúncio dos tucanos beneficiou o resultado da Bovespa no dia. "A decisão de José Serra de se retirar da disputa pela candidatura do PSDB nas eleições presidenciais de outubro, em favor do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi bem recebida pelo mercado", diz o banco. De acordo com a instituição, o paulista é um candidato bem visto pelo investidores "porque é considerado mais aberto ao mercado, menos autoritário e intervencionista do que José Serra", além de ostentar fama de "negociador paciente".

Nesta quarta-feira (15/03), a notícia ainda provocou efeito de alta na Bovespa, segundo o sócio da Link Corretora Marcos Elias, notada principalmente em ações de empresas do setor elétrico. "Houve uma reação bastante positiva, principalmente de alguns ativos públicos como Cesp [Companhia Energética de São Paulo], Eletrobras, porque é um setor que precisa ser bem regulado. O mercado entende que Lula é bastante ortodoxo, mas que o PSDB seria mais competente", diz. O Ibovespa fechou a quarta-feira com valorização de 1,87%., auxiliado pelo bom desempenho das bolsas internacionais, segundo Elias.

Por Karla Spotorno e Larissa Santana EXAME

quarta-feira, março 15

Simpósio debate o futuro do rio Paraíba do Sul


O Comitê das Bacias Hidrográficas do Rio Paraíba do Sul (CBH-PS), com o apoio da Unitau, realiza nos dias 16 e 17 de março na Univap, em São José dos Campos, o simpósio “O Rio Paraíba do Sul – Passado, Presente e Futuro”.

Durante o evento ocorrerão exposições, apresentação de trabalhos e palestras com o objetivo de debater e refletir sobre os problemas e utilidade do rio. Também serão abordados aspectos relacionados a importância histórica do Paraíba para a região. A intenção é buscar soluções que viabilizem um futuro com melhor qualidade de vida para as populações de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados integrantes da bacia hidrográfica.

As atividades acontecem das 8 às 12 horas e das 14 às 18 horas no prédio do Ceplade – Campus Urbanova da UNIVAP. A abertura será na quinta feira, às 10:30h, com a palestra “Os ciclos econômicos e as mudanças geo-hidro-ecológicas no médio vale do rio Paraíba do Sul – SP: problemas antigos e questões atuais”, ministrada pela professora Ana Luíza Coelho Netto.

O encerramento acontece na sexta-feira, às 16h, com o geógrafo e professor emérito da Universidade de São Paulo Aziz Nacib Ab’Saber debatendo sobre as “Preocupações com o futuro da região do Vale do Paraíba”.

Expedição ambiental

O simpósio também contará com a participação do personagem Zé do Paraíba, que lançará o projeto “Nascentes e Caminhos das Águas do Rio Paraíba do Sul”. O trabalho consiste na realização de uma expedição ambiental às cidades históricas do vale paulista. A abertura oficial será no dia 17, às 20 horas, no Buriti Shopping Guará, em Guaratinguetá, com a apresentação do cine teatro: “Zé do Paraíba na trilha da amizade”.

Dia 22, sexta-feira, “Dia Mundial da Água”, será realizada visita a nascente do rio Paraitinga, principal afluente do rio Paraíba do Sul, localizada entre as cidades de Areias e Silveiras. No local será apresentada a Carta Diagnóstica Ambiental. O documento visa catalogar as condições e a qualidade das águas que abastecem os rios da bacia.

O objetivo da carta é favorecer a implantação de um roteiro turístico e ambiental que propicie a geração de renda e trabalho às comunidades que adotarem as medidas propostas pelo Comitê das Nascentes das Águas do Paraíba, coordenado por representantes dos municípios situados na região da bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul.

As atividades da expedição serão encerradas no dia 26, em Piquete, com o curso de capacitação de agentes ambientais. O evento, organizado pela Fundação Christiano Rosa, pretende orientar membros de instituições públicas e privadas quanto às formas de captação de recursos para o desenvolvimento de projetos.

Mais informações sobre o simpósio “O Rio Paraíba do Sul”, podem ser obtidas no Comitê das Bacias Hidrográficas pelo telefone (12) 3632-0100, falar com Edílson ou Haroni. Já as informações sobre o projeto “Nascentes e Caminhos das Águas do Rio Paraíba do Sul” podem ser obtidas pelo telefone (12) 3152-43 41, falar com prof° Lázaro.

terça-feira, março 14

ISO abraça a responsabilidade social


Responsabilidade social será um tema avaliado mundialmente pela ISO, organização internacional de padronização. Chamada ISO 26000, a norma entrará em vigor em outubro de 2008.
A liderança dos trabalhos ficará com um país em desenvolvimento e outro desenvolvido: Brasil e Suécia.
Além de indústrias, estão envolvidos no trabalho governos, ONGs (organizações não governamentais) e membros de órgãos normativos representados no Brasil pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Outro ponto positivo é a participação de trabalhadores e consumidores.

--- ISO sem segredos ---
  • Criada em 1946 para promover e desenvolver normas e atividades que facilitem o comércio internacional e estimulem a cooperação nas esferas intelectual, científica, tecnológica e econômica.
  • Sediada em Genebra e presente em 153 países, é representada por órgãos de normalização nacionais como a ABNT no Brasil
  • Possui uma parceria estratégica com a OMC (Organização Mundial do Comércio)

A NOVA ROTA DA SOBREVIVÉNCIA - 5

---Tecnologia do resgate ---
Cabe perguntar se a tecnologia poderá nos salvar, porque, à medida que usamos as ferramentas "sociais" para melhorar nossa inteligéncia coletiva, para criar estruturas econômicas e sociais mais flexíveis ou permeáveis à mudança em situações extremas e para ampliar nossa capacidade de cooperar em um meio complexo , cresce a ameaça potencial de uma hecatombe tecnológica.
No mínimo, atravessaremos um período de "desinvenção". Nesse percurso, prepararemos o terreno para uma nova realidade "material" inspirada na física quântica e nas ciências biológicas. Até 2015, as sombras de novos computadores se desenharão no cenário tecnológico, assim como os biossensores e a vida artificial.
Embora a tecnologia evoque o fascinante apelo das inovações de extrema vanguarda e de pequenas ou grandes maravilhas, na realidade há mais força na "desinvenção". A tecnologia envalhece, enferruja, apodrece, é descartável, se perde, é esquecida ou simplesmente abandonada - um processo implícito de escolha e mudança que se faz cada vez mais aberto e explícito.
A proibição do DDT (o inseticida diclorofeniltricloretano) ou um dos compostos de clorofluocarbonetos (os CFCs, destruidores da camada de ozônio e utilizados nas indústrias frigorífica, plástica e de propelentes e solventes) são bons exemplos. Paralelamente a ambos os processos de "desinvenção", foram desenvolvidas tecnologias novas para corrigir os efeitos nocivos inesperados das tecnologias descontínuas, embora, claro, a reparação de danos nem sempre seja o único objetivo.
O crescimento da indústria de fertilização assistida surgiu da necessidade de remediar as consequências das toxinas do meio ambiente (a infertilidade aumentou três vezes nas décadas seguintes ao lançamento do DDT - que, entre outras coisas, causa anomalias nos ovários em desenvolvimento das pré-púberes), mas depois se desenvolveu além dessa função reparadorea original.
(continuar)

A NOVA ROTA DA SOBREVIVÊNCIA 4

--- Ecologia Global ---
Segundo uma das premissas básicas da revolução cultural, as sociedades criam formas de organização mais complexas para melhoras suas possibilidades de sobrevivência. Nesse sentido, talvez não seja muito precipitado afimar que nossas práticas sociais, nossas ferramentas coleticas e nossas estruturas econômicas estejam reorganizando-se para adaptar-de ao entorno complexo.
Os desafios que enfrentaremos nas próximas décadas não têm precedentes. As cidades se tornarão megalópoles mais parecidas com os ambientes hostis que no princípio nos levaram a nos organizar. Copiando os ecossistemas naturais mais extremos, a paisagem urbana exigirá uma infinidade de adaptações, quase uma nova espécie do gênero humano.
As pessoas experimentarão ferramentas digitais, farmacológicas e biomecânicas que ampliarão a concepção que hoje temos do corpo humano. E o clima continuará imprevisível e, certamente, extremo.
Imersos no desvario do jogo, teremos de decidir se queremos apostar, sabendo que há uma possibilidade em dez de que o que fazemos hoje acarrete uma ameaça irreversível à espécie humana até o final da década. Ao disor somente da probabilidade, devemos agir para diminuirmos as consequências no futuro e nos adaptarmos.
Na encruzilhada de todas essas mudanças , literalmente, no calor da economia que estamos criando, enfrentaremos talvez a maior ameaça em curto prazo: o desastre biológico. As chances de se produzir uma pandemia, natural ou provocada por terroristas, se multilicaram, de um lado, na raiz da conectividade mundial radical e, de outrom na capacidade de "jogar" com o material genético básico da vida. A questão é: se isso ocorrer, estaremos preparados dos pontos de vista médico, social, ético e tecnológico?
(continua)

A NOVA ROTA DA SOBREVIVÊNCIA 3

- A ERA DAS MÁQUINAS SOCIAIS
O fio que tece a trama entre os revolucionários da década de 1960 e a atual transformação da economia mundial é o trabalhador na rede inteligente - o indivíduo que personifica os valores centrados na pessoa da contracultura e tem a habilidade de usar as novas ferramentas para se expressar de inúmeras formas, em uma esfera pública repentinamente acessível.
Esses networkers precisam manifestar-se, encarar projetos por si mesmos e assessorar outros sobre qualquer assunto. Eles cultivam múltiplas identidades públicas e se sentem cômodos em todas elas.
Contrariamente ao que se pensa, as raízes de sua contracultura não reconhecem bandeiras, porque eles não temem romper os limites políticos, religiosos, educacionais ou de classe. O único indicador demográfico que os distingue é a faixa etária, dos 24 aos 35 anos.
Irônico, ou nem tanto, é que o foco apaixonado desses trabalhadores em rede, esse nó pessoal que é o "eu" no centro de um universo interconctado, pode dar um salto "não linear" e se converter em uma nova sensibilidade coletiva - em última instância, em uma inteligência coletiva. E, ainda, na base desse trabalho em rede há práticas cooperativas que redefinem o papel não somente do indivíduo, mas da totalidade.
Não se trata da visão clássica da "inteligência mecânica" no estilo Matrix, segundo a qual uma sociedade de "corpos" é escravizada por um cérebro coletivo. Parece mais uma visão profundamente sociável da inteligência, conforme a síntese de Howard Rheingold: "Todos nós somos mais inteligentes que qualquer um de nós".
(continua)

segunda-feira, março 13

A NOVA ROTA DA SOBREVIVENCIA - 02

A NOVA ROTA DA SOBREVIVENCIA - 02
- Experimentação Econômica
Trasformação Fundamenal
A não lineraridade dos fatos significa algo mais que uma simples "crista" na tendência: é uma verdadeira surpresa. Faz com que a tendência se reverta ou desapareça, como se fosse absorvida por um buraco-negro. Neste exato momento, talvez a economia mundial esteja na margem desse buraco negro - e ao aparecer "do outro lado", talvez se torne completamente diferente.
Hoje, as economias de escala resultam de economias de conectividade "inteligente", nas quais os indivîduos dependem das relações e da reputação para fazer com que as coisas sejam fabricadas e distribuídas; nas quais o espaço comunitário cresce acomodando-se em bases de novos tipos de riqueza. Esse é um mundo que desafia os regimes de propriedade existentes e questiona o paradigma básico do consumo que definiu o mercado nos últimos 50 anos. Aquilo que parece revolução é possível que seja uma transformação fundamental da economia globalizada desencadeada pela reolução tecnológica das décadas de 1980 e 1990.
Sem dúvida, o cenário político- econômico mudará na próxima década - com uma pequena ajuda da China, que continuará crescendo e procurando intensamente uma aliança asiática que impulsione seus vizinhos em desenvolvimento. Será escolhido um "super-herói" que olhe mais adiante, que seja otimista diante de um ocidente temerozo e capaz de superar antigas limitações estruturais em apenas um salto. Contudo, será possível manter o foco e a vontade coletiva que le permitiram movimentar-se durante 50 anos de planos quinquenais e alcançar índices de crescimento econômico sem precedentes?
(continua)

A nova rota da sobrevivência - 01

A NOVA ROTA DA SOBREVIVÊNCIA
Highlights de relatório do Institute for the Future sinaliza que a próxima década deve ser marcada pela economia revolucionada, a sociedade interconectada, o entorno alterado e a tecnologia vista como inimiga e como aliada. Dos escombros pode sair uma nova identidade mundial.
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Parte 1
Tempos difíceis nos esperam - e não dentro de 50 ou 100 anos, mas já no final dessa década. Os fenômenos naturais, cada vez mais agressivos, afetarão de forma crescente as plantações, o relevo das regiões litorâneas, a infra-estrutura das cidades ribeirinhas e a vida humana em geral. As metrópoles se expandirão e se multiplicarão nos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Apesar de algum contratempo, o rápido crescimento da China redesenhará tanto o mapa econômico mundial como o político. O desastre biológio desponta no horizonte, enquanto as tecnologias projetadas para enfrentar esses problemas correm o risco de entrar em colapso com o peso da própria complexidade.
No entanto, sem recorrer a eufemismos otimistas como "desafios" ou "oportuidades", é possível distinguir algumas forças compensatôrias. Talvez a mais significativa seja uma nova "sociabilidade" - uma crescente capacidade de dividir o que temos, sabemos e fazemos, de forma a beneficiar não somente os indivíduos, mas também comunidades inteiras, inclsive os "ecossistemas" completos.
Talvez estejamos alcançando outro patamar na cooperação humana, comparável ao dos primórdios de nossa existência, quando éramos caçadores tribais. Mas isso poderá nos garantir a aptidão para sobreviver e alcançar a paz necessária, se levarmos em conta as limitações do planeta em que vivemos?
Para tentar responder a essa pergunta, nos concentraremos em três questões de ruptura e inovação fundamentais: a experimentação econômica, a inteligência social e o entorno ou ambiente "extremo".
(continua)

sexta-feira, março 10

Empresas que investem em TI crescem nove vezes mais

Nos países emergentes, companhias que investem em tecnologia da informação avançam mais rápido do que rivais que não destinam recursos para essa área, mostra pesquisa do Banco Mundial

Se alguém ainda duvida sobre os ganhos de competitividade gerados por investimentos em tecnologias da informação e de comunicações (TIC), basta ver os resultados da pesquisa Information and Communications for Development 2006, do Banco Mundial (Bird). O documento mostra que, nos países em desenvolvimento, as companhias que investem em TIC cresceram 9,5 vezes mais que os rivais que não possuem projetos na área, entre 2000 e 2003. Enquanto o primeiro grupo viu suas vendas subirem 3,8% no período, os últimos avançaram apenas 0,4%.

Crescendo rapidamente, as empresas que investiram em TIC também abriram mais postos de trabalho, efeito de grande impacto social para os países em desenvolvimento. De acordo com o Bird, no período pesquisado, o número de funcionários das companhias que implementaram políticas de TIC subiu 5,6%, contra 4,5% entre as que não implantaram nenhum projeto nesse setor.

A modernização gerada pelas novas tecnologias também aumentou a taxa de lucro das empresas. Aquelas que apoiaram ações nessa área registraram uma taxa de lucro de 9,3%, ante os 4,2% das demais. Por último, o valor agregado por funcionário foi de 8 712 dólares nas empresas com programas bem estruturados de TIC, ante 5 288 dólares nas concorrentes.

Espaço para avançar -------------------------------------------------

Segundo o estudo, as nações em desenvolvimento apresentaram vários avanços em tecnologias de informação e de comunicações nos últimos anos. Na área de telefonia, por exemplo, esses países responderam por 60% das linhas fixas e móveis de todo o mundo em 2005. Na década de 80, essa participação era de menos de 20%. Neste período, a população desse países cresceu 50%, seu PIB mais do que dobrou, mas o número de assinantes de telefonia saltou 28 vezes.

A privatização dos sistemas estatais de telecomunicações também contribuiu para a captação de investimentos estrangeiros diretos (IED) por esses países. Entre 1990 e 2003, 122 dos 154 países em desenvolvimento financiaram a expansão do setor por meio de IED, canalizados para cerca de 460 projetos. No total, esses países receberam 194 bilhões de dólares no período, destinados ao setor de telecomunicações.

Os dez países que mais receberam investimentos neste período responderam por 70% do total de IED aplicado no setor. O Brasil liderou as captações, segundo o Bird, com um total de 51 bilhões de dólares no período.

Apesar do desempenho, o Bird afirma que os países em desenvolvimento ainda têm muito espaço para avançar em relação a projetos de TIC. Os governos locais deveriam se esforçar mais para aumentar o acesso da população a esses serviços. Uma das deficiências citadas no documento é a falta de critérios objetivos para avaliar o desempenho de algumas metas, como a inclusão digital. Os programas públicos não possuem meios objetivos de aferir o aumento da conectividade nas escolas, por exemplo.

"O estudo mostra que a competição no setor privado continua o principal vetor de expansão das telecomunicações para bilhões de pessoas", afirma Kathy Sierra, vice-presidente do Bird para a área de infra-estrutura. "Mas a cooperação entre empresas e governos também é uma ponto importante para assegurar mais progresso", diz.

Fonte: EXAME

Sociedade civil se une em campanha pelo crescimento do país


Grupo de líderes sociais e empresariais pede soluções para problemas como altos impostos e falta de segurança

Conduzido por um conselho eclético de cerca de 70 membros, que inclui artistas, empresários, esportistas, advogados, líderes da mídia brasileira, entre outros, o Movimento Quero Mais Brasil foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (9/2) em São Paulo. O grupo tem como objetivo reunir membros da sociedade civil para pedir soluções para as principais mazelas e problemas brasileiros.

A pauta de itens defendidos pelo movimento suprapartidário é extensa e vai desde a queda dos impostos a mais segurança. "Queremos apresentar uma agenda de propostas gerais relacionadas a questões que são consensuais no Brasil, como a alta carga tributária, incompatível como o Produto Interno Bruto, o excesso de gastos públicos, o momento mais propício para os investimentos, uma educação melhor, mais segurança, menos burocracia", diz a coordenadora do movimento, a jornalista Maria Clara R. M. do Prado.

Para apresentar os ideais do grupo aos brasileiros, o Quero Mais Brasil lançará uma campanha publicitária nacional dentro de alguns dias, segundo Maria Clara, com anúncios em revistas, jornais, televisão, rádio e outdoors. Apesar de dizer não saber o valor gasto na campanha, concebida pela agência DM9, a coordenadora afirma que os publicitários cobraram apenas os custos de execução como forma de colaborar.

Em janeiro deste ano, representantes do Quero Mais Brasil estiveram em Brasília para apresentar suas propostas de uma agenda positiva a líderes de partidos, ao Executivo e ao Legislativo.

O conselho do Movimento Quero Mais Brasil é integrado por:

* Abram Szajman
* Adib Jatene
* Amarílio Macedo
* Antonio Augusto Amaral de Carvalho Filho (Tutinha)
* Antonio Cássio dos Santos
* Antonio Ermírio de Moraes
* Bernardo Rocha de Rezende (Bernardinho)
* Carlos Alzugaray
* Carlos Faccina
* Carlos Ribeiro
* Carlos Tilkian
* Chieko Aoki
* Constantino de Oliveira Jr.
* Daniela Mercury
* Eduardo Eugênio Gouveia Vieira
* Elifas Andreato
* Emílio Umeoka
* Fernando Bertuol
* Fernando de Souza Meirelles
* Fernando Xavier Ferreira
* Flávio Rocha
* Francisco Valim
* Guilherme Stoliar
* Hélio L. Magalhães
* Hélio Mattar
* Henri Siegert Chazan
* Ives Gandra Martins
* João Augusto Valente
* João Daniel Tikomiroff
* João Doria Jr.
* João Roberto Marinho
* João Rodarte
* Jorge Feffer
* Jorge Gerdau
* José Antonio Nascimento Brito
* José Bonifácio de Oliveira Sobrinho (Boni)
* José Carlos Pinheiro Neto
* José Eustachio
* Leandro Gostisa
* Lincoln da Cunha Pereira Filho
* Luciano Huck
* Luis Flávio D’Urso
* Luis Lara
* Luiza Helena Trajano
* Manoel Amorim
* Marcelo de Carvalho
* Marcelo Dias
* Marcos Magalhães
* Maria Clara R. M. do Prado
* Nelson Sirotsky
* Nicete Bruno
* Nizan Guanaes
* Olavo Monteiro de Carvalho
* Paulo Goulart
* Paulo Saad
* Paulo Salles
* Paulo Zottolo
* Ricardo Diniz
* Ricardo Knoepfelmacher
* Roberto Civita
* Roberto Duailibi
* Roberto Lima
* Roberto Medina
* Rodrigo Mesquita
* Roger Ingold
* Rogério Oliveira
* Ronaldo Iabrudi
* Rubens Barbosa
* Salim Mattar
* Sérgio Amado
* Sérgio Valente
* Viviane Senna
* Washington Olivetto

Fonte: EXAME

quarta-feira, março 8

Prefeito de Guaratinguetá anuncia três novas indústrias


O prefeito Junior Filippo anunciou nesta segunda-feira (06/03), às 8h, em seu Gabinete, a doação de áreas para as três primeiras indústrias que se instalarão no Pólo Industrial II de Guaratinguetá - bairro Santa Maria, na altura do Km 183 da Rodovia Washington Luiz.

Essas três novas empresas, que investirão R$ 6,6 milhões, gerando 216 novos empregos diretos e indiretos, são os primeiros frutos do Programa de Expansão Industrial implantado na atual administração.

Os projetos de doação das áreas já foram encaminhados para a Câmara Municipal e, depois de aprovados, as empresas têm prazo de seis meses para instalação e 10 anos de incentivos fiscais.

Seguem os dados apresentados pelo Assessor de Indústria e Comércio, Rubens Fernandes:

1. Colorsolft – Indústria Química LTDA, de São Paulo - investimento de R$ 3,6 milhões, deve gerar 25 empregos diretos e 75 indiretos;

2. Key-Tek – Equipamentos Industriais LTDA, de São Paulo - investimento de R$ 1 milhão, gerando 20 empregos diretos e 60 indiretos;

3. La Bufalina – Indústria e Comércio de Laticínios LTDA, de Guaratinguetá - investimento de R$ 2 milhões, geração de 13 empregos diretos e 23 indiretos.

Até o final de 2005, essa administração atraiu cerca de 5.560 novos empregos, diretos e indiretos, para o município, com investimentos de R$ 36 milhões por parte da iniciativa privada.

O maior empreendimento foi o Buriti Shopping Guará, inaugurado em novembro, seguido pelas empresas CCDL e a Unimol, além da nova loja do Supermercado Máximo, no Campo do Galvão.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO, 06/03/2006

segunda-feira, março 6

Consumo puxa PIB em 2006, dizem analistas


Consumo puxa PIB em 2006, dizem analistas

Fonte : Folha de São Paulo


O crescimento do PIB neste ano vai depender da demanda interna. O setor externo, segundo a maior parte dos analistas, pela primeira vez desde 2001, não vai ajudar. Economistas estimam que a balança comercial apresente o mesmo resultado, se não levemente pior, que o de 2006.
"O consenso do mercado é que a demanda externa líquida contribuirá negativamente para o crescimento", diz Nilson Teixeira, economista do Credit Suisse.
A maior contribuição virá do consumo das famílias, que deve crescer 3,8%, na projeção do banco, perto dos 4,1% registrados em 2004. O aumento da massa de salários, estimado entre 4% e 5% -o emprego deve crescer entre 2% e 3% e a renda, 2%-, além da expansão do crédito, deve empurrar o consumo.
Os investimentos também devem se expandir. Dependem principalmente da construção civil, que deve ser impulsionada pelas eleições, pela queda dos juros reais médios e pela alta gradual da confiança dos empresários.
"Há uma boa dose de gastos do governo, de ampliação do Bolsa-Família, do salário mínimo, além da inflação baixa, ou deflação, em alguns momentos, de alimentos. O consumo das camadas mais pobres vem crescendo bem", diz Caio Megale, economista da Mauá Asset Management.
A mediana das expectativas de mercado para o crescimento do PIB de 2006 é de 3,5%. Mas alguns analistas projetam a expansão em não mais de 3%.
Mesmo para atingir a taxa menos ambiciosa de 3% em relação aos 2,3% de 2005, o crescimento do PIB ainda terá de acelerar muito, segundo Teixeira.
O Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco projeta um crescimento mais forte do PIB, de cerca de 3,8%, puxado por uma contribuição interna de 4,3%, com resultado negativo do lado externo de 0,45%. No ano passado, a demanda doméstica contribuiu com 1,45%, e a externa, com 0,83%.
A esperada queda dos juros tende a levar ao aumento da demanda interna, mas nada comparável ao que ocorreu em 2004, quando houve redução de cinco pontos percentuais dos juros reais ante o ano anterior. Para Teixeira, a queda de juros reais, neste ano, deverá se limitar a dois pontos.
Marcelo Ribeiro, economista da Pentágono Asset Management, concorda com a projeção de crescimento de 3% em 2006, mas faz uma ressalva: a de que não haja desaceleração muito brusca nas economias americana e chinesa.

Para Ribeiro, esse aumento, não muito superior à taxa de 2005, pode ser atribuído a uma demanda interna mais aquecida, por políticas, monetária e fiscal, "esperadas em ano eleitoral".
"Discordo de quem diz que o crescimento acima de 3% já esteja dado. Seria isolar a economia brasileira de diversos riscos."

Pressão inflacionária
Para analistas, o crescimento potencial do PIB é de 3% a 4%. A expansão da demanda em 2006, afirmam, não tende a superar o crescimento da oferta agregada e não deve causar alta da inflação.
Como o crescimento foi menor que o potencial no ano passado, para ser preocupante, a taxa teria de ser "mais contundente, de 5%, "à la" 2004", diz Megale, que projeta o PIB em 2006 entre 3% e 3,5%.
"Investimentos privados que vêm sendo feitos e a estabilidade da inflação tendem a aumentar o potencial de crescimento no país", afirma.

Embraer monta base avançada na Europa


Embraer monta base avançada na Europa
Fonte : ValeParaibano

A estratégia da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica), em São José dos Campos, de fortalecimento da sua rede mundial de manutenção de aeronaves ganha este ano novo impulso na Europa.

A Ogma - Indústria de Aeronáutica de Portugal S.A, adquirida em dezembro de 2004 para aumentar a presença da empresa brasileira em território europeu, está sendo preparada para prestar serviços de manutenção do jato executivo Legacy 600.

A unidade será uma das três oficinas próprias da Embraer no mundo. As outras duas estão instaladas no Brasil, em Gavião Peixoto (SP), e nos Estados Unidos, em Nashville.

As instalações da Ogma ocupam uma área de 400 mil metros quadrados, com 140 mil metros quadrados de área construída nos quais estão distribuídos dez hangares para a realização de serviços de manutenção e reparo de aeronaves.

Há ainda os hangares destinados a produção de componentes aeronáuticos em material composto e uma pista de pouso e decolagem com 3.000 metros de extensão. A Ogma produz, por exemplo, a estrutura do avião de treinamento Pilatus PC-12, de origem suíça.

Os planos da Embraer para a Ogma são transformar a unidade em um centro de excelência em manutenção e produção de componentes aeronáuticos na Europa no prazo de cinco anos.

Recentemente, a Ogma iniciou um novo tipo de operação, a gestão de frota, que deve contribuir para a meta estabelecida. A empresa fechou contrato com a força aérea da França para assumir a gestão de uma frota de 14 aviões-cargueiros Hércules C-130, modelo fabricado pela norte-americana Lockheed-Martin. A expectativa é de aumento na procura por este tipo de serviço.

Em 2004, a Embraer se associou à EADS (European Aeronautic Defense and Space Company) e juntas criaram a Airholding SGPS que disputou a compra da Ogma, criada em 1918.

A antiga estatal, cuja sigla significava Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, substituiu o PMA (Parque de Material Aeronáutico), criado em 1918 e que era ligado ao Ministério da Guerra de Portugal.

A Empordef (Empresa Portuguesa de Defesa), cujo controle é estatal, detém 35% de participação no capital da Ogma. A empresa tem cerca de 1.600 funcionários atualmente e em 2004 alcançou receita de 140 milhões de euros.

O consórcio Embraer/EADS adquiriu do governo português 65% do capital da OGMA por 11,4 milhões de euros. A fabricante brasileira de aviões controla a Airholding, com 99% de participação acionária.

A EADS, que tem apenas 1%, poderá exercer o direito de aumentar a sua participação na parceria para até 30%. A mudança deverá ocorrer na medida em que o governo de Portugal anunciar novos contratos.

GM registra queda de venda em fevereiro


Fonte : Folha de São Paulo

A General Motors anunciou que vai diminuir sua produção de carros nos Estados Unidos em 1,8% no segundo trimestre de 2006, devido à queda nas vendas de fevereiro, que caíram 2,5% em fevereiro.
A produção para o segundo trimestre será de 890 mil veículos nos Estados Unidos, frente aos 906 mil veículos da mesma época em 2005.
No ano passado, a GM teve um prejuízo de US$ 8,6 bilhões e anunciou 30 mil demissões.
Enquanto isso, a alemã Crysler e a japonesa Toyota registraram aumento nas vendas no país norte-americano de 4,3% e 2,2%, respectivamente.

Importação cresce mais que exportação


Fonte : Folha de São Paulo

O saldo da balança comercial de fevereiro resistiu à forte queda da cotação do dólar e ficou em US$ 2,8 bilhões. Mas neste ano as importações estão crescendo mais dos que as exportações -o que não acontecia desde agosto do ano passado.
Apesar do câmbio desfavorável e das constantes queixas dos exportadores, as exportações e o saldo comercial foram os mais altos já registrados em fevereiros. O mesmo aconteceu com as importações e, conseqüentemente, com a corrente de comércio (a soma de exportações e importações, indicadora do grau de abertura do país).
As exportações somaram US$ 8,7 bilhões no mês, 12,8% a mais do que em fevereiro de 2005, e as importações ficaram em US$ 5,9 bilhões, um crescimento de 19%.
Os números foram turbinados na semana que antecedeu o feriado de Carnaval. Até a terceira semana do mês, a média diária dos embarques estava em US$ 430 milhões, o que gerou preocupações entre os analistas, mas, na quarta semana, a média saltou para US$ 584 milhões.
Segundo o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, isso ocorreu porque muitos exportadores adiantaram embarques previstos para março, para evitar atrasos causados pelo feriado. "Certamente esse aumento será compensado no mês que vem [neste mês de março]."

Mais importações
No bimestre, os embarques aumentaram 15,6%, e as compras, 20,7%. O aumento das importações é efeito tanto da desvalorização do dólar quanto do crescimento da economia, na avaliação do Ministério do Desenvolvimento. Mas o secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, disse que está preocupado com o câmbio. "Se não fosse pela desvalorização do dólar, o resultado das exportações estaria ainda melhor", disse ele.
No ano passado, as exportações cresceram acima das importações durante quase todo o ano, o que foi considerado tanto pelo governo quanto pelo mercado como um reflexo da baixa atividade industrial. Por isso, o ministério espera que as importações continuem crescendo mais do que as exportações até o fim do ano, segundo afirmou Meziat.
Para Castro, da AEB, o crescimento das importações não é surpresa e está muito mais relacionado à desvalorização do dólar do que ao crescimento da economia. Já para Meziat, o aumento das importações de bens de consumo, de 26% em fevereiro, é efeito do câmbio, mas a alta de 26,6% nas importações de bens de capital é sinal de investimentos das empresas e, portanto, de aquecimento da economia.
Os números do ano passado, porém, mostram que as importações de bens de capital não têm necessariamente uma relação direta com o aquecimento da economia, uma vez que as compras nessa categoria cresceram 25%, mas o PIB (Produto Interno Bruto) teve expansão de apenas 2,3%, e a taxa de investimento, de 1,6%.
"Isso mostra que as empresas estão aproveitando o dólar barato para substituir equipamentos ou dar manutenção a seus parques industriais, mas não aumentando a produção", afirma Castro.
A AEB também acredita que as importações devem crescer mais do que as importações neste ano, mas acha que será pelo resultado do câmbio. Castro também calcula que cerca de 500 empresas deixem de exportar em 2006.
Essa também é uma preocupação do ministério, que, no ano passado, detectou um saldo líquido negativo de 951 empresas no balanço dos que passaram a exportar e os que abandonaram o mercado externo. "Ainda estamos fazendo um levantamento para saber quais foram as razões e queremos diversificar as exportações", disse.
"O Brasil tem 4,5 milhões de empresas e menos de 20% estão exportando, é preciso aumentar esse número", disse Meziat.
De acordo com Castro, a redução do número de empresas exportadoras interrompeu um aumento que vinha sendo contínuo desde 1997

sexta-feira, março 3

Vale perde dinheiro com dólar em queda

Fonte : ValeParaibano

Levantamento do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) revela que quatro das oito principais cidades da região apresentaram entre 2004 e 2005 déficit na balança comercial em razão da queda do dólar.

Taubaté foi a que obteve maior saldo negativo, seguida por Jacareí, Pindamonhangaba e Guaratinguetá (veja quadro nesta página).

O levantamento também analisou outros municípios do Estado. O resultado preocupa o empresariado paulista, que aponta a política cambial como um dos principais fatores para desequilíbrio da balança.

A balança comercial de Taubaté apresentou déficit de US$ 15 milhões em 2004 e de US$ 124 milhões no ano passado. O saldo da balança comercial é a diferença entre os volumes exportados e importados.

Em 2004, o parque industrial de Taubaté exportou US$ 430 milhões e importou US$ 445 milhões. No ano seguinte, as exportações somaram US$ 559 milhões e as importações, US$ 683 milhões.

Guaratinguetá ocupa o segundo lugar entre as cidades da região com saldo negativo. O município apresentou déficit de US$ 217 milhões em 2004 e de US$ 287 milhões no ano passado.

Embora apresentem saldos negativos, Jacareí e Pindamonhagaba registraram redução do déficit. Já Lorena, Cruzeiro, Caçapava e São José dos Campos apresentaram superávit.

O levantamento do Ciesp teve como base o relatório da balança comercial brasileira divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

PREJUÍZOS - O diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp, Humberto Barbato, afirmou que a principal causa do desequilíbrio na balança comercial é a desvalorização do dólar.

Segundo ele, o principal setor prejudicado pela política de valorização do real é o das pequenas e médias empresas. "Estas empresas passaram a importar mais para manter o seu mercado. Isto, a médio e longo prazo, pode provocar desemprego", afirmou.

Outra consequência negativa apontada pelo Ciesp é que também aumentou o número de municípios que deixaram de compor a balança comercial paulista. Dos 392 municípios paulistas que formam a balança, 4,33% não exportaram em 2004, número que saltou para 8,67% em 2005.

"A situação é preocupante e o governo federal precisa rever a política cambial", disse o dirigente, que apontou que para haver um equilíbrio o dólar deve ser cotado acima de R$ 2,70.

REVISÃO - O diretor do Departamento de Desenvolvimento Sócio-Econômico de Taubaté, Alexandre Danelli, disse que considera ser um "grande problema" a disparidade cambial atual. "Realmente, a política cambial precisa ser revista", disse Danelli, que também é vice-prefeito.

Estas empresas passaram a importar mais para manter o seu mercado. Isso, a médio e longo prazo, pode provocar desemprego. A situação é preocupante e o governo federal precisa rever a política cambial

Humberto Barbato é diretor do Departamento de Comércio Exterior do Ciesp

quarta-feira, março 1

Prefeitos do Vale preocupados com evasão industrial

Prefeitos de São José dos Campos e Lorena discutem propostas para conter evasão de indústrias

Alto índice de evasão das empresas do Vale do Paraíba foi tema discutido nas audiências com o presidente Paulo Skaf e membros da Diretoria


O presidente da Fiesp, Pa
lo Skaf, recebeu no dia 22/02 os prefeitos Eduardo Cury, de São José dos Campos, e Paulo César Neme, de Lorena. Nas duas reuniões, objetivos comuns: a ampliação ou modernização da unidade do Senai nos respectivos municípios e a busca de alternativas para a crescente evasão de indústrias do Vale do Paraíba – tema que preocupa a maioria dos prefeitos da região.

Acompanhado pelo presidente da Câmara Municipal, Dilermando Alvarenga, pelos representantes do Sindicato da Indústria de Extração de Areia do Estado de São Paulo (Sindareia), Raul Lerário e Walter Toscano, e pelo diretor da Fiesp em São José, Felipe Cury, o prefeito Eduardo Cury propôs investimentos na Escola Senai Santos Dumont.
"Esta é a instituição de ensino mais importante para a nossa região. Viemos negociar novos investimentos em tecnologia, para que se mantenha atualizada", afirmou o prefeito.
Cury falou também das tratativas que estão sendo feitas para a construção de teatro ou um centro cultural no Centro de Atividades Ozires Silva, do Sesi.
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Lorena

O prefeito de Lorena, Paulo César Neme, também manifestou apoio a novos investimentos no Centro de Treinamento Senai, mantido em convênio com a Prefeitura. "Estamos propondo ampliação da Escola e da oferta de vagas. Esperamos atingir 2 mil matrículas até o final do ano", disse Neme, que veio acompanhado do diretor da Fiesp em Taubaté, Joaquim Albertino de Abreu.
Quanto à guerra fiscal enfrentada no município, o prefeito propôs união de esforços das várias entidades de classe na busca de soluções junto ao Governo Federal. "Nossa Administração apóia as ações e esforços da Federação para uma efetiva reforma tributária, na qual os Estados e municípios possam melhorar sua arrecadação, sem sobrecarregar os cidadãos e empresários", defendeu o prefeito.

Mônica Lemos, Agência Indusnet Fiesp



Até agora, 10 % das empresas fizeram a Rais.


O Ministério do Trabalho está preocupado porque apenas 639 mil empresas- 10% do total esperado- entregaram até agora a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) do ano base 2005. O prazo termina no dia 17 de março. A empresa que não cumprir está sujeita a multa mínima de R$ 425,64, acrescida de R$ 53,20 por bimestre de atraso. A Rais é um censo anual do mercado formal de trabalho. Com essa declaração, o ministério identifica os trabalhadores que têm direito ao recebimento do abono PIS (conhecido como 14º salário). O programa de declaração da Rais está disponível na internet. Manual e formulário podem ser consultados nas páginas: www.mte.gov.br ou www.rais.gov.br

(DA SUCURSAL DE BRASÍLIA)