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sexta-feira, outubro 31

SUS gasta R$ 37 milhões por ano com fumo passivo

Agência Brasil, do Rio
31/10/2008
Fonte: Valoronline

O Sistema Único de Saúde (SUS) e a Previdência Social gastam anualmente cerca de R$ 37 milhões com doenças e mortes causadas pelo tabagismo passivo. O dado consta da pesquisa Impacto do custo de doenças relacionadas ao tabagismo passivo no Brasil, realizada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a pedido do Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A pesquisa, divulgada ontem, tem como base gastos com o tratamento, no SUS, das mais de 2.600 pessoas não-fumantes que morrem anualmente, em todo o país, em conseqüência do fumo passivo, ou seja, da inalação constante de fumaça de cigarros fumados por outra pessoa. Apenas com esse tratamento, são gastos cerca de R$ 19 milhões.

Segundo o autor do estudo, o médico pneumologista e sanitarista Alberto José de Araújo, as mortes dessas pessoas também causam um impacto anual de cerca de R$ 18 milhões à Previdência Social, com o pagamento de benefícios a dependentes dessas pessoas. Ele explica que entre as principais vítimas do fumo passivo estão aquelas que moram com fumantes. "Uma vida saudável não combina com tabaco", disse o médico.

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SP inclui novos setores na substituição tributária

Marta Watanabe, de São Paulo
31/10/2008
Fonte: Valoronline


O governo do Estado de São Paulo pretende ampliar ainda mais a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) por meio da substituição tributária. Em projeto de lei enviado pelo governo à Assembléia Legislativa, o governo propõe incluir no regime produtos de papelaria, óticos, produtos eletrônicos, eletroeletrônicos e eletrodomésticos, máquinas e aparelhos mecânicos, bicicletas, brinquedos, instrumentos musicais e "artefatos de uso doméstico".

Mais do que a ampliação do regime, o governo quer restringir o ressarcimento do imposto pago a mais por conta da substituição. O projeto também propõe dar ao Executivo o poder de ampliar a substituição a novos segmentos sem necessidade de lei.

Segundo o secretário de Fazenda Mauro Ricardo Costa, a expectativa é de que os novos setores entrem na substituição a partir de 2009. Ele explica que a intenção é ampliar o regime para os setores em que a substituição facilite a arrecadação do imposto. Ou seja, em segmentos nos quais a produção é concentrada e a venda é altamente pulverizada.

Na substituição, a indústria ou o importador antecipam à Fazenda o ICMS que seria recolhido em todas as etapas comerciais seguintes, incluindo a venda ao consumidor final. O imposto antecipado é recolhido com base em estimativas de preços de venda ao consumidor final ou margens do valor agregado durante a comercialização.

Atualmente, a legislação de São Paulo garante ao varejista o ressarcimento do ICMS caso o imposto antecipado tenha sido maior do que o tributo devido com base no preço efetivamente praticado. Da mesma forma, o varejista deve recolher a diferença caso a estimativa esteja abaixo do preço efetivo.

Pelo projeto, explica o advogado Júlio de Oliveira, do Machado Associados, o ressarcimento do Estado e a obrigatoriedade de recolher a diferença só vão acontecer nos casos em que as estimativas forem determinadas unicamente pela Secretaria da Fazenda. Nos casos em que as estimativas forem resultantes da média de preços ao consumidor final, apurado com base em pesquisa de preços, não haverá ressarcimento nem necessidade de recolhimento da diferença. "Isso irá reduzir consideravelmente os casos em que poderá haver restituição ao varejista. Todas as ampliações de substituição tributária feitas este ano, por exemplo, seguiram esse modelo."

Para Pedro Lunardelli, da Advocacia Lunardelli, deve-se levar em consideração o histórico da dificuldade de se obter o ressarcimento da substituição tributária em São Paulo. Ele lembra que é a Fazenda quem define as estimativas para o cálculo do ICMS, mesmo que os representantes das empresas participem do processo. Para o advogado, a proposta seria uma forma de contornar a atual discussão sobre a devolução desses valores. "Há um julgamento pendente no Supremo Tribunal Federal sobre esse assunto e a expectativa é de que a decisão seja no sentido de garantir o ressarcimento pelos Estados."

"Esse projeto mostra a clara intenção do governo estadual de ampliar o máximo possível a substituição tributária", diz Fernanda Possebon Barbosa, do Braga & Marafon. Ela explica que a proposta traz conceitos amplos de produtos como "artefatos de uso doméstico", além de "ferramentas" e "produtos eletrônicos". "Provavelmente a idéia é aprovar a inclusão do segmento da forma mais ampla possível e depois regulamentar os produtos em decreto mais tarde."

Fernanda chama a atenção para o dispositivo do projeto que, caso aprovado, dará ao Executivo o poder de ampliar livremente o regime da substituição para outros setores, sem precisar de lei aprovada em Assembléia Legislativa. "Essa é uma proposta claramente ilegal", diz o advogado Júlio de Oliveira. Ele lembra que a definição dos setores em lei estadual é determinada pela Lei Kandir, lei complementar federal que regula o ICMS.

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quinta-feira, outubro 30

Manutenção da Selic é bem vista, mas próximos passos sugerem incerteza

De São Paulo
30/10/2008
Fonte: Valoronline


A decisão do Banco Central de manter inalterada a taxa Selic, em 13,75%, já era esperada pela maioria e foi vista com bons olhos tanto pelos analistas do mercado financeiro quanto pelos empresários. As opiniões se dividem, no entanto, no que diz respeito aos próximos passos da autoridade monetária.

Elson Teles, economista-chefe da Concórdia Corretora de Valores, avalia esta foi a decisão mais "sensata", dada a forte instabilidade nos mercados financeiros e de crédito internacionais e da perspectiva de que o mundo poderá entrar em recessão. "Ao fazer isso, o Copom estará se permitindo um tempo maior para que os desdobramentos da crise externa sobre a atividade econômica doméstica e, sobretudo, sobre a inflação possam ser mais bem compreendidos e avaliados".

Ele disse ainda que acredita que a ata da reunião (que será divulgada na quinta-feira da próxima semana) deverá manter um discurso austero, sinalizando para a possibilidade de uma retomada no processo de alta na taxa Selic caso o cenário prospectivo para a inflação venha a se deteriorar. "Dessa forma, ao reiterar o seu compromisso com o regime de metas para a inflação, o Copom estará contribuindo para reforçar o processo de ancoragem das expectativas".

Já Alfredo Moraes, presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), avalia que o mais correto, além de manter a Selic, seria a adoção do viés de baixa. Com isso, o presidente do Banco Central teria o poder de reduzir a taxa sem a necessidade de convocar nova reunião.

Para ele, o grande risco para o país é ocorrer um estrangulamento do mercado de credito, o que prejudicaria bastante as empresas. "O momento é de grande indefinição e justificaria a adoção do viés", afirma.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera que a medida "não favorece o país", mas ressalta que "a manutenção da Selic em 13,75% ao ano deve ser bem recebida pela sociedade brasileira, desde que seja vista como o início de um processo de queda continuada dos juros, fator essencial à retomada do crédito evitando assim uma maior freada da atividade econômica no Brasil"

A Associação Brasileira da Infra-estrutura e Indústrias de Base (Abdib) considerou "coerente e responsável" a manutenção da taxa. "Atualmente, tão importante quando manter a inflação sob controle é agir para manter níveis razoáveis de crescimento econômico neste e no próximo ano - o que não significa atentar para um e descuidar do outro".

Para o Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), a decisão de hoje abre a possibilidade para futuro corte na Selic, já na próxima reunião, marcada para dezembro, caso a crise financeira se agrave.

A Fecomércio do Rio de Janeiro considera que o BC mostra estar atento à gravidade da crise, mas que a autoridade poderia ter optado pela queda da taxa. "Se as altas anteriores da Selic vinham sendo compensadas pelo alargamento dos prazos dos financiamentos, agora, com a crescente aversão ao risco e a baixa liquidez o impacto dos juros será maior".

Mais enfática, a direção Nacional da Força Sindical afirmou que a decisão foi insensata. "Esta medida é perversa e frustra os trabalhadores que esperavam não ser novamente punidos pelos tecnocratas do governo".

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Comunicação monitorada reduz tempo e custo fixo

Daniele Madureira, de São Paulo
30/10/2008
Fonte: Valoronline


No fim da manhã de ontem, o gerente nacional de publicidade do Carrefour, Fábio dos Santos, tentava substituir o preço de um produto em um folheto que vai circular nesta sexta em todas as lojas da rede no Estado de São Paulo. "Tínhamos fechado uma promoção, mas agora descobrimos que o mesmo item na concorrência é oferecido por menos, o que exige que refaçamos a nossa oferta", diz Santos, que mandou imprimir 2,5 mil exemplares do folheto de duas páginas. Até bem pouco tempo atrás, usufruir de um tempo tão curto para alterar um preço seria impensável. Uma ordem enviada à gráfica com sete dias de antecedência, a contar da data de circulação do folheto nas lojas, não poderia ser revista.


Assim como o Carrefour, outras empresas com grande fluxo de material promocional estão descobrindo as vantagens do monitoramento on-line dos seus ativos de marketing. Imagens, filmes, folhetos, catálogos e campanhas inteiras, que antes ficavam "perdidos" em CDs e DVDs, agora estão reunidos em um único sistema que integra os clientes aos fornecedores, como gráficas e agências de propaganda. Além do maior controle, esse sistema permite ganho de tempo, mensurar com exatidão o impacto de determinada promoção nas vendas e ainda gera economia, de pessoal ou de material.

"Com a mudança, a equipe de 16 pessoas que eu mantinha exclusivamente para digitar os preços dos produtos nos 400 folhetos que produzimos ao mês passou para 10 funcionários, que hoje estão mais voltados à análise e seleção das ofertas do que ao operacional", diz Santos. Além disso, afirma o gerente, o Carrefour deixou de colocar mais de 5 mil páginas ao mês nas mesas dos executivos de cada categoria, que deveriam aprovar e corrigir, à mão, o material impresso, antes de enviá-lo de volta ao marketing, e de lá para a gráfica. "Nosso custo com material reduziu 35% e, com pessoal, 20%", afirma Santos, que tem a Arizona como fornecedora do sistema.
A Arizona é uma consultoria que oferece o sistema sob medida para o marketing das empresas, serviço batizado de "digital brand management". O sistema integra o departamento de marketing aos fornecedores (a partir do envio de pedidos on-line), e permite o cruzamento de dados com a área comercial da companhia (para medir o retorno das ações nas vendas). Os serviços gráficos também fazem parte do portfólio da Arizona que, por sinal, começou como uma gráfica em 1998.

"Percebemos que haveria forte demanda por serviços de maior valor agregado, como um sistema específico para o marketing", diz Marcus Abdo Hadade, diretor da Arizona. O irmão e sócio Alexandre Hadade concorda. "Os fornecedores de tecnologia da informação não costumam ter produtos específicos para o marketing", afirma Alexandre. Entre os principais clientes da Arizona estão, além do Carrefour, Natura, Mitsubishi, Citroën e ABN Amro Real.

A Arizona promove hoje em São Paulo o seminário "Inovação Tecnológica para o Marketing", trazendo como convidado Michael Moon, presidente da Gistics Incorporated, consultoria americana especializada em "digital brand management", que atende gigantes como Boeing, Disney, Ericsson, General Motors, Nokia, entre outras empresas. A Arizona se inspirou no trabalho da Gistics para oferecer este serviço no Brasil, em 2003.

"Nossas ferramentas eliminam muito trabalho redundante e custos, além de tornar uniforme a comunicação da companhia em todas as situações em que a marca fica exposta", afirmou Moon ao Valor. "Mas o maior ganho, principalmente em tempos de crise, é medir exatamente o retorno de determinada ação promocional", acrescenta.

Até então, no Carrefour, por exemplo, essa informação precisava ser colhida loja a loja. "O gerente tinha que buscar o folheto, identificar o período da ação e descobrir quanto vendeu", lembra Santos.

Assim como no Carrefour, na Natura havia todo um esforço concentrado para digitar os preços, os códigos e os descontos dos cerca de 800 produtos que preenchem o catálogo da marca, publicado a cada 21 dias. "A cada ciclo, era um inferno", diz Marcelo Soderi, gerente de comunicação comercial da Natura. "Se eu errava o preço de um produto para baixo, era preciso honrar o que foi publicado e arcar com o prejuízo". Esses erros somavam 34 ao ano e hoje, com o novo sistema, zeraram. A atualização do catálogo é on-line, a partir das informações do comercial, que destaca apenas 20% dos produtos para promoção. "O restante permanece no mesmo preço", diz Soderi.

Achar uma imagem era outro problema para a Natura, que a cada ciclo chega a usar 1,5 mil fotos diferentes. "Os arquivos estavam dispersos e às vezes era mais fácil mandar fazer outra foto do que perder tempo procurando", lembra Soderi. O tratamento das imagens também é fundamental para o material de divulgação da Natura no exterior. "Temos que garantir o mesmo padrão de qualidade em qualquer lugar". Mais uma vantagem é o controle dos processos: ter o registro do momento em que um gerente aprovou determinada peça publicitária, por exemplo, ou quando uma imagem foi usada pela última vez.

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sexta-feira, outubro 24

Perda de receita com IOF é de R$ 50 mi

Arnaldo Galvão, de Brasília
24/10/2008
Fonte: Valoronline

A redução a zero de algumas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), prevista no Decreto 6.613, publicado ontem no Diário Oficial da União, tem como objetivo ampliar a oferta de moeda estrangeira no país e não foi mais abrangente porque o governo não quis correr o risco de uma renúncia fiscal maior. A informação é do secretário de Reformas Econômico-Fiscais do Ministério da Fazenda, Bernard Appy.


O secretário revelou que, atualmente, é difícil calcular a perda de arrecadação com as medidas, mas, se fosse mantido o ritmo anterior ao agravamento da crise do mercado financeiro, seriam aproximadamente R$ 50 milhões por mês. Para evitar uma perda maior na arrecadação, foi mantida a carga do IOF nos investimentos estrangeiros diretos, nas despesas de viagens e na importação de serviços.


Quanto à manutenção do IOF sobre investimentos estrangeiros diretos, o secretário afirmou que essa carga não é relevante porque os projetos são de longo prazo. "No momento, não faz sentido qualquer barreira à entrada de capitais porque a situação é excepcional. No início do ano, quando era forte o afluxo de recursos estrangeiros, o IOF era necessário", argumentou. Na avaliação de Appy, a redução do IOF permite a entrada de capitais de curto prazo .


De acordo com o decreto, foram reduzidas a zero as alíquotas do IOF nas operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos e valores mobiliários. Caiu de 1,5% a zero a alíquota na liquidação de operações de câmbio para a entrada de recursos de investidor estrangeiro nos mercados financeiros e de capitais. Também reduz de 0,38% para zero a alíquota desse imposto na liquidação de operações de câmbio de ingresso e saída de recursos do Brasil referentes a empréstimos realizados a partir de 23 de outubro deste ano.


Atualmente a alíquota do IOF é zero no ingresso de recursos para aplicação em renda variável realizada em bolsa de valores ou em bolsa de mercadorias e futuros. Para as demais aplicações no mercado financeiro e de capitais - inclusive operações com derivativos que resultam em rendimento predeterminado -, a alíquota é de 1,5%. No retorno de recursos aplicados nos mercados financeiros e de capitais, para qualquer das modalidades, a alíquota é zero. No caso de empréstimos e financiamentos - emissão de bônus no exterior por uma empresa brasileira, por exemplo -, a alíquota de IOF é de 0,38% no ingresso e no retorno dos recursos.

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quinta-feira, outubro 16

Cartões querem substituir o dinheiro

Altamiro Silva Júnior, de São Paulo
16/10/2008
Fonte: Valoronline

Os cartões de crédito, débito e loja foram muito eficientes em substituir o cheque como meio de pagamento nos últimos dez anos. O mesmo não ocorreu com o dinheiro, que continua sendo usado por grande parte da população nas compras, especialmente as de menor valor, quando chega a representar 90%, mostra uma pesquisa feita em setembro pelo Datafolha.


A pesquisa ouviu mais de 4 mil pessoas em 11 capitais, tanto consumidores que têm algum tipo de cartão, quanto aqueles que não têm. Em todos os casos, o uso do cheque como meio de pagamento é muito baixo. Quem declarou não ter cartão, por exemplo, só 3% usam o cheque para pagar compras e 100% usam o dinheiro. Nas compras abaixo de R$ 10, nada menos que 90% são pagas em dinheiro; entre R$ 10 e R$ 20, as pessoas usam o dinheiro em 77% dos casos.
Só para as compras de maior valor é que o cartão é mais usado e as pessoas apontam como vantagem o fato de poder parcelar o valor. Acima de R$ 500, o plástico fica com 82% dos pagamentos e só 2% são pagos com cheque.


"O grande desafio é como combater o dinheiro e não mais o cheque", afirma Carlos Rodrigo Formigari, diretor de produtos da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) e responsável pela área de cartões do Unibanco. Nos últimos dez anos, o dinheiro tem respondido por 60% dos pagamentos da economia, valor que permaneceu estável em todo o período.


Segundo Formigari, uma das formas de incentivar o uso do cartão é tentar melhorar os pontos fracos citados pelos entrevistados ouvidos pelo Datafolha. Juros altos, taxas elevadas, demora no atendimento do call center e temor de descontrole de gastos são os pontos fracos dos plásticos apontados na pesquisa. Já os pontos fortes são o parcelamento, praticidade, aceitação e segurança. Em uma escala de zero a dez, o cartão recebeu nota 7,1 da população (o call center ficou com nota 4,6 na demora e 5,1 para a resolução de problemas).


Muitos citam a preferência pelo dinheiro porque não há restrições de uso. No cartão, para se ter um plástico, é preciso, por exemplo, comprovar renda e apresentar documentos. A pesquisa mostra que nas classes D e E, 40% das pessoas possuem algum tipo de cartão, frente a 82% nas classes A e B e 63% na classe C.


Segundo Heitor Martins, sócio da Consultoria McKinsey, o processo de substituição do cheque pelo cartão no Brasil foi um dos mais rápidos do mundo, superando países como Estados Unidos, Canadá e França. Um dos fatores que ajudou isso foi o parcelamento das compras sem juros no cartão, que só existe no Brasil, e foi criado para substituir o cheque pré-datado. Hoje, 51% das compras feitas com cartão são parceladas.


Para o consultor, há ainda locais, como os táxis e o segmento de saúde, nos quais os cartões são pouco aceitos e têm espaço para crescer. Em média, 13% dos gastos das pessoas são pagos com cartões. Martins acredita que esse valor pode saltar para 20%, seguindo a média dos países desenvolvidos. Para ele, o setor ainda tem potencial para continuar crescendo em ritmo acelerado nos próximos anos.

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Montadora prepara o carro elétrico

De São Paulo
16/10/2008
Fonte: Valoronline

Se os planos da Mitsubishi de produzir seu carro elétrico em massa derem resultado é possível que o consumidor brasileiro não demore para conhecer o MiEV (Mitsubishi Inovator Electronic Vehicle), nome do automóvel que a empresa promete lançar no mercado japonês em julho de 2009.


Os planos para que um carro como esse venha para o Brasil ainda não passam de estudos. Ao mesmo tempo, o presidente mundial da Mitsubishi, Osamu Masuko, parece muito interessado em conhecer melhor o etanol.


Segundo ele, a empresa pretende utilizar a tecnologia obtida no Brasil com o desenvolvimento do motor que permite uso de álcool ou gasolina para experimentar produtos semelhantes na Europa.


Quanto ao Japão, onde a indústria automobilística sempre pareceu distante da utilização de etanol nos veículos desenvolvidos para o mercado local, o executivo diz: "O Japão não pode se dar ao luxo de desistir de um combustível tão nobre como o etanol".


Ele considera o derivado da cana-de-açúcar uma "grande arma do Brasil contra a elevação do preço do petróleo e preservação do meio ambiente". Em seu primeiro dia de visita ao Brasil, ontem, Masuko diz ter se encantado ao ver a palavra "álcool" nas bombas dos postos de gasolina de São Paulo.


Mas Masuko aponta a necessidade de a indústria investir em todas as alternativas ao petróleo. Por isso, o interesse de Mitsubishi e outros fabricantes no desenvolvimento dos carros híbridos e elétricos. Com bateria cheia, a autonomia do MiEV poderá chegar a 160 quilômetros. (MO)

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Empresas protegem informação

João Luiz Rosa, de São Paulo
16/10/2008
Fonte: Valoronline

Pesquisa realizada com 1,4 mil empresas revela que, apesar da crise, 50% delas pretendem investir em segurança .


O setor de tecnologia da informação costuma ser um dos primeiros a sentir os efeitos de uma crise econômica. Uma pesquisa global da Ernst & Young mostra, no entanto, que apesar do agravamento da situação as grandes empresas parecem dispostas a aumentar os investimentos em uma área que ganha relevância cada vez maior: a de segurança da informação.


De acordo com o levantamento - realizado entre 1,4 mil empresas de 50 países, incluindo o Brasil -, 50% das companhias pretendem ampliar seus orçamentos de segurança da informação em termos percentuais em relação aos gastos totais. Outros 45% afirmaram que pretendem manter a mesma relação percentual. Apenas 5% planejam diminuir seus gastos na área.


Os dados foram colhidos entre julho e agosto, antes da fase mais aguda da crise, mas a avaliação é de que essa mudança não altera significativamente o levantamento. "Se a pesquisa fosse feita agora é possível que alguns resultados fossem diferentes. Mas estamos na 11ª edição da pesquisa e já vimos outras crises", diz Alberto Fávero, sócio da Ernst & Young no Brasil. "No momento do pico há uma alteração (nas prioridades das empresas), mas isso vira uma tendência para o futuro. A segurança tem sido um ponto forte, apesar das crises".


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Fiesp pretende propor ICMS zero para alimentos

Marta Watanabe, de São Paulo
16/10/2008
Fonte: Valoronline

A alíquota média do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre alimentos no Brasil é, atualmente, de 16,9% sobre o valor adicionado dos produtos. Caso ela fosse zerada, o preço dos alimentos poderia baixar até 7%, o que reduziria em 1,1% a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A renúncia fiscal seria de R$ 11,2 bilhões e a redução de preços levaria a um consumo maior. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceria 9,9% e a taxa de emprego, 9,6%.


Os cálculos (ver tabela ao lado) foram feitos pela FGV Projetos, consultoria ligada à Fundação Getulio Vargas, a pedido da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que deverá encaminhar o pleito de desoneração de ICMS nos alimentos para os Estados e Congresso, para compor as discussões de reforma tributária.


Fernando Garcia, coordenador de projetos da FGV Projetos, acredita que as atuais discussões sobre a crise financeira e possíveis efeitos na economia real e na arrecadação de ICMS no próximo ano não deverão influenciar a receptividade da proposta pelos Estados. A idéia é ter também instrumentos de compensação da União aos Estados para as perdas de arrecadação.
"Não se pensa na desoneração imediata do imposto sobre os alimentos, mas sim em um decréscimo gradativo", diz. A FGV também estudou os efeitos da redução de alíquota do ICMS de alimentos para 5,1%. Para Garcia, a proposta é oportuna em função da alta dos preços dos alimentos e a pressão sobre a inflação no decorrer do ano.


Garcia lembra que os efeitos da redução de ICMS ou da desoneração beneficiariam principalmente a população de baixa renda, para quem o consumo de alimentos é mais representativo e, conseqüentemente, a carga de impostos pagos nos alimentos também pesa mais. Segundo o levantamento da FGV, as famílias com renda mensal até R$ 1 mil mensais pagam 3,1% de impostos em alimentos em relação a seu consumo total. Na faixa de renda superior a R$ 32 mil mensais, essa participação é de 0,9%. Com o ICMS zero, diz Garcia, a carga de impostos sobre o consumo total das famílias de renda mais baixa cairia de 3,1% para 1,2%.


No Estado de São Paulo, porém, a tendência atual não parece ser a de desonerar os alimentos de ICMS. Em decreto publicado recentemente, o Estado ampliou para mais de 50 itens do setor de alimentos o regime da substituição tributária, instrumento que tem por objetivo ampliar a arrecadação ao eliminar a sonegação de ICMS na venda a varejo.

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segunda-feira, outubro 13

Jeans escuro e camisa social são a combinação da vez

Vanessa Barone, de São Paulo
13/10/2008
Fonte: Valoronline

O uniforme executivo para os dias casuais no escritório parece estar sofrendo uma crise de identidade. Calça cáqui e camisa pólo são esportivas demais. Calça de alfaiataria e paletó formam uma combinação muito formal, que acaba tirando o aspecto mais descontraído que se pretende com a roupa casual. A combinação do momento, que parece unir informalidade e elegância na medida exata, é o jeans escuro com camisa social. "O jeans escuro transmite uma imagem mais arrumada", atesta o estilista Ricardo Almeida, dono da grife masculina que leva seu nome. Segundo ele, a calça ideal tem corte reto, sem afunilar na barra.


Carlos Felipe Isaac, diretor de produto e de marketing da Vila Romana, concorda: o jeans escuro, com textura resinada, e uma bela camisa formam uma dupla imbatível. Essa textura resinada serve para deixar o jeans com aparência sofisticada. "Se quiser, o homem ainda pode usar um paletó mole, com pouca estrutura, por cima." Reconhecida por uma roupa mais clássica, a Vila Romana dispõe de duas modelagens de calças jeans, para atender homens dos mais conservadores aos modernos. Estes últimos pedem um modelo mais ajustado ao corpo - sem ser colante. "O importante é que o jeans vista bem", afirma o executivo. Com 55 anos de mercado, a Vila Romana passou por um processo de reposicionamento de marca, para virar referência também para os mais jovens. "A idade média do nosso público passou dos 50 para os 35 anos."


Segundo a consultora de imagem Gabriela Centurion, o figurino pode ser casual, mas isso não significa andar desleixado. Afinal, no ambiente corporativo todo cuidado com a imagem é pouco. Por isso, é essencial investir em roupas de qualidade - e cuidar dos detalhes. "A barra da calça jeans é super importante", diz Gabriela. "Nada de usar barra embolada ou dobrada: o correto é mandar fazer a barra do jeans original."


O jeans também não pode ser manchado ou rasgado: os melhores tons são o azul escuro, cinza (que está na moda) ou preto. Para arrematar o visual, é recomendável usar cinto e sapatos da mesma cor. "A meia também precisa seguir o tom do sapato", diz Gabriela. O uso da gravata é dispensável, pois se trata de um visual informal. O paletó é opcional e pode ser substituído por uma malha fina, com gola V, por cima da camisa. "Mas não vale usar tricô artesanal, pois ele é descontraído demais e vai destoar do conjunto", diz a consultora. Quanto à camisa, pode ser 100% algodão ou de algodão misturado com fio elástico. "Esta última é boa porque dá conforto e amassa menos." No caso de homens com medidas fora do padrão - com o pescoço mais largo ou os ombros estreitos - o recomendado é fazer camisas sob medida. "O caimento é muito melhor."


Segundo Sonia Hess de Souza, presidente da fabricante de camisas Dudalina, um homem elegante se conhece pela camisa. "E camisa de má qualidade se vê de longe", diz a executiva. A Dudalina - que produz 2,5 milhões de unidades por ano, no Paraná e em Santa Catarina - acaba de lançar três novas linhas de camisa: a Cult, feita de algodão egípcio importado e botões de cristal Swarovski, a linha Sport Chic, de modelos mais casuais, e a Business, voltada para quem usa terno e gravata.

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sexta-feira, outubro 10

Valor é um dos vencedores do Prêmio Aberje 2008

Daniele Madureira, de São Paulo
10/10/2008
Fonte: Valoronline


O jornal Valor Econômico foi eleito Mídia do Ano Brasil, na 34ª edição do Prêmio Aberje 2008, concedido na noite de quarta-feira pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. Foi a primeira vez que o Valor, lançado em 2000, resultado da união dos grupos Globo e Folha, recebeu o prêmio, conferido aos veículos que mais valorizam o tratamento da informação. O jornal venceu na categoria mídia especializada.


Outros ganhadores foram "Folha de S. Paulo" (jornal), Canal Futura (televisão), BandNews FM (rádio) e "Amanhã" (revista). "Todos os vencedores selecionam de maneira inteligente a informação e fazem uma interpretação qualificada", diz Paulo Nassar, diretor geral da Aberje. Segundo ele, os eleitos em mídia foram escolhidos pelos conselhos consultivo e deliberativo da Aberje, que reúnem cerca de 40 pessoas das áreas acadêmica, de comunicação e da iniciativa privada. Além de mídia, a premiação destacou as melhores práticas em comunicação empresarial no país, divididas em 18 categorias. Nesse caso, um júri com mais de 180 membros selecionou os vencedores entre 423 casos inscritos. O processo contou com uma auditoria independente e um ombudsman.


Uma das categorias foi comunicação na crise, que premiou a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (no caso do incêndio do Hospital das Clínicas na capital, em dezembro de 2007). Outro caso eleito foi o da Vale do Rio Doce, que em 2007 empreendeu uma megaoperação para o transporte de 26 virolas (usadas para construir altos-fornos) por 3.140 quilômetros. As maiores peças pesavam 78 toneladas e mediam 13 metros.

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SP amplia substituição tributária do ICMS

Marta Watanabe, Claudia Facchini, e Lilian Cunha, de São Paulo
10/10/2008
Fonte: Valoronline


O Estado de São Paulo ampliou novamente, de forma significativa, a substituição tributária do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Embora a inclusão de novos produtos tenha acontecido em setores que já estão no regime - medicamentos, limpeza, higiene pessoal, alimentos e materiais de construção -, houve uma ampliação do rol de produtos. Dentre os cerca de 200 novos itens, 76 são materiais de construção e cerca de 50 são alimentos. Os dois segmentos foram surpreendidos com as novas inclusões.


A ampliação da lista de materiais de construção triplica o número de produtos que já estavam no regime, incluindo vários itens de acabamento. No setor de alimentos, a extensão pôs na substituição quase tudo que vai à mesa, desde leite e outros produtos lácteos, trigo, farinha e seus derivados, massas e óleos até produtos industrializados à base de carne e peixe. Os novos itens devem entrar na substituição em dezembro.


Guilherme Rodrigues Silva, coordenador adjunto de administração tributária da Fazenda de São Paulo, diz que os setores que não apresentarem as pesquisas de preços para a definição de margens terão os valores estabelecidos pela Fazenda. "Se não tivermos cooperação, o cidadão não poderá esperar." Mas ele diz que a Fazenda analisará os casos em que forem solicitados prazos maiores.


Pela substituição tributária, a indústria ou o importador recolhem antecipadamente todo o ICMS que seria pago nas etapas seguintes de comercialização até a venda ao consumidor final. "Com o decreto, publicado na terça-feira, a Fazenda estadual mostra que pretende expandir a substituição de forma muito mais acelerada do que o imaginado", diz Fernanda Possebon Barbosa, do Braga & Marafon.


Desde que foi ampliado, em fevereiro, o regime já trouxe resultados ao Fisco paulista. Embora a Fazenda não tenha cálculo do impacto total, os dados mostram que de março a junho de 2008 a arrecadação de ICMS do segmento de produtos de perfumaria e cosméticos aumentou em 295,26% nominais em relação aos mesmos meses do ano anterior. Em igual período a arrecadação total subiu 20,78%.


A elevação de recolhimento pela indústria é natural, já que o setor concentra o pagamento de ICMS. É possível verificar, porém, que os segmentos de comércio varejista acompanharam o crescimento da arrecadação. Enquanto as lojas de departamentos aumentaram o recolhimento em 48,57%, a arrecadação dos supermercados e do comércio varejista restante subiu em torno de 19,5%. Ou seja, de março a junho o recolhimento na indústria de perfumaria e cosméticos aumentou em R$ 143 milhões em relação a mesmo período do ano passado e não houve um decréscimo tão significativo no recolhimento da ponta varejista. O valor adicional arrecadado chega perto dos R$ 160 milhões recolhidos no mesmo período pelas lojas de departamento do Estado. A implantação da substituição no segmento foi uma das que mais geraram polêmica no início do ano.


A ampliação surpreendeu os setores. Claudio Conz, presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), afirmou que, embora já fosse esperado um acréscimo, causou surpresa o grande número de produtos incluídos no regime. "Foram incluídos 120 novos segmentos. É quase três vezes mais do que o número de produtos do primeiro lote", disse Conz.


O prazo para incluir os novos itens no regime, previsto para dezembro, foi considerado muito curto. Segundo Conz, a Fipe, um dos institutos de pesquisa que faz os cálculos de preços, já informou que precisaria de 60 dias, no mínimo, para fazer um levantamento. A Anamaco sugeriu à Fazenda que, num primeiro momento, sejam formados grupos de produto para estabelecer as margens que servirão para o cálculo do ICMS. Segundo Conz, os segmentos podem ser reunidos em chaves seguindo algum critério de similaridade, como matéria-prima ou uso. As margens seriam alteradas mais tarde, caso necessário.


No setor de alimentos, a substituição foi recebida com nervosismo. "Fiquei revoltado", declara Rubens Ceragioli, diretor-geral da empresa de massas frescas Massa Leve. "Não que eu não seja a favor da transparência ou de pagar impostos. O problema é que o setor estava discutindo a questão com o governo e de repente sai esse decreto, dando menos de dois meses para que a indústria se adapte", diz o executivo. "Vamos perder competitividade para empresas de outros Estados e também para os concorrentes menores."


Outro estreante na substituição é o setor de molhos de tomate. Auro Ninelli, presidente da Fugini, líder em molhos atomatados em embalagens sachê, também não gostou da surpresa. "O governo escolheu um péssimo momento", afirma ele, que está tendo que lidar com o aumento de insumos (matérias primas e embalagens) causado pela desvalorização do real.


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- Nova regra tira o cliente corporativo do varejo

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Presidente veta adição obrigatória de derivados de mandioca ao trigo

Patrick Cruz, de São Paulo
10/10/2008
Fonte: Valoronline


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou o projeto de lei do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que previa a mistura obrigatória de derivados de mandioca na farinha de trigo comprada pelos governos federal, estaduais e municipais. A negativa incluiu também o regime tributário especial para a farinha de trigo misturada.


A decisão surpreendeu os representantes da cadeia de produção de mandioca e seus derivados, que viam no projeto uma alternativa de ampliar seu mercado. "Foi uma surpresa porque o projeto passou por ampla discussão, ficou anos na Câmara dos Deputados e um ano e meio no Senado", afirmou Ivo Pierin Júnior, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Amido de Mandioca (Abam). O projeto havia sido apresentado pela primeira vez em 1997.


Depois de ter recebido o aval na Câmara, o projeto seguiu para o Senado, onde também foi aprovado, no início de setembro. Pierin Júnior afirma que, passado o veto, vai voltar a procurar políticos e técnicos que acompanharam o processo para estudar uma alternativa de reversão.


O projeto previa adição gradativa de farinha de mandioca à de trigo. Ela seria de 3% no primeiro ano, 5% no segundo e de 10% a partir do terceiro. Quando a mistura máxima passasse a vigorar, um mercado de 50 mil toneladas anuais seria criado, segundo estimativa da Abam feita depois da aprovação do projeto no Senado. Esse adicional representaria quase 10% do mercado total de amido de mandioca no país, que é atualmente de cerca de 600 mil toneladas.


Uma das justificativas apresentadas pelo presidente Lula para a rejeição é a dificuldade que o Poder Público teria para comprovar se o produto a ser adquirido teria a composição proposta, o que, segundo o argumento, encareceria a farinha.


Outra explicação foi a de que, com a participação pouco expressiva do Estado no total de compras do produto no mercado, os benefícios da proposta não seriam alcançados. A mistura de farinha de mandioca à de trigo já é corrente no mercado privado, mas não é compulsória.


O veto presidencial ao regime tributário especial ocorreu em virtude de a farinha de trigo, pura ou misturada, já não embutir a contribuição de PIS/Pasep e da Cofins. (Com Agência Brasil)

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quinta-feira, outubro 9

Empresa 'verde' é esperança de lucro para consultorias

Jilian Mincer, The Wall Street Journal
09/10/2008
Fonte: Valoronline


Quando o Comerica resolveu adotar atitudes mais "verdes", no ano passado, sabia que ia precisar de ajuda.
Esse banco, com sede em Dallas, desejava criar um plano de amplo alcance para tornar-se mais amigável ao meio ambiente. "Esse aspecto tem grande importância para os acionistas", diz Rick Plewa, vice-presidente-sênior e diretor de sustentabilidade empresarial do Comerica Inc.


Mas o banco achou que não tinha o know-how necessário para criar, sozinho, uma estratégia tão ambiciosa. Assim, procurou a Deloitte & Touche LLP, que já desenvolveu programas semelhantes para outras empresas.


Essa consultoria apresentou um plano que incluía fazer todo um inventário da produção de gases de efeito estufa gerados pelo banco; a sugestão de reciclar grandes quantidades de papel e equipamentos eletrônicos; e ainda, elaborar um protótipo de agência bancária que possa ser certificada como ecologicamente sustentável por uma entidade independente, e que possa ser duplicada em outros locais.


Não é só o Comerica que está em busca da sustentabilidade. Empresas de todos os tamanhos estão percebendo que adotar atitudes mais ecológicas é algo que pode economizar dinheiro, abrir novas fontes de renda e deixar felizes os funcionários, acionistas e clientes.


Agora que muitas empresas estão buscando essas estratégias, firmas de consultoria como Deloitte, International Business Machines Corp. e KPMG LLP, enxergam aí a oportunidade de conquistar novos negócios. Com seu know-how, prometem ajudar as empresas a analisar sua pegada de carbono, encontrar maneiras de reduzir o consumo de energia, e também identificar os possíveis benefícios fiscais gerados por medidas desse tipo.


"Há muitas empresas pensando nesse assunto e procurando aconselhamento", diz Joseph A. Muscat, sócio da Ernst & Young LLP, onde é diretor dos serviços de consultoria para tecnologias limpas na área das Américas.


Um grande motivo que leva as empresas a pensar nas questões ambientais é a pressão crescente que estão sentindo em relação a esse assunto. O custo da energia está disparando, os acionistas e o público em geral estão exigindo com mais vigor que as empresas adotem práticas mais responsáveis para com o meio ambiente, e as agências regulatórias estão impondo normas mais rígidas. Nesse novo clima de negócios, apenas reciclar papel ou reduzir o uso do ar-condicionado já não é suficiente.


Entre outras coisas, os investidores americanos estão fazendo pressão sobre a Comissão de Valores Mobiliários, conhecida no país como SEC, para que exija das empresas que divulguem com mais exatidão quais são os riscos que as mudanças climáticas apresentam para seus negócios. Por exemplo, será que a empresa poderia sofrer um grave golpe financeiro se modificasse suas operações a fim de cumprir as normas e reduzir suas emissões de carbono?
Existe o risco de enfrentar processos judiciais se não cumprir essas normas?


Em agosto, a Xcel Energy Inc. concordou em divulgar advertências detalhadas acerca desse tipo de riscos, em acordo firmado com o procurador-geral de Nova York, Andrew M. Cuomo. Em 2007, Cuomo intimou os executivos da Xcel e de quatro outras empresas de energia a garantir que as informações apresentadas à SEC explicavam adequadamente os riscos.


Segundo alguns ambientalistas, no futuro próximo as empresas vão ter que enfrentar exigências ainda mais severas em relação à divulgação desse tipo de dados. As empresas com atuação internacional já precisam atender a normas mais estritas e, nos EUA, espera-se que a política relativa às emissões de carbono fique mais severa, seja qual for o partido que vencer as eleições presidenciais em novembro.


Mas os esforços em direção à sustentabilidade corporativa não buscam apenas evitar problemas. As empresas também estão reconhecendo as oportunidades que se abrem para quem adota atitudes mais "verdes".


Um levantamento global de 250 executivos, feito pela IBM, concluiu que 68% das empresas estão considerando a responsabilidade social corporativa como nova maneira de geração de rendas, seja criando novos produtos ou adaptando os já existentes. Por exemplo, há empresas desenvolvendo novas versões mais econômicas em energia dos seus produtos normais. Outro estudo feito pela IBM, desta vez com 1.100 presidentes de empresas, constatou que a maioria planeja aumentar seus investimentos em responsabilidade social corporativa em 25% ao longo dos próximos três anos.

terça-feira, outubro 7

Autuações do fisco por compensações já são contestadas

Laura Ignacio, de São Paulo
07/10/2008
Fonte: Valoronline

Empresas notificadas pela Receita Federal do Brasil começaram a apresentar recursos administrativos contra autuações por compensação de tributos federais em valores supostamente indevidos. Isso porque, segundo o fisco, a Instrução Normativa nº 831, de 18 de março de 2008, da Receita, determina que para os pedidos ou declarações de compensação apresentados até 27 de maio de 2003 deve-se considerar que a compensação ocorreu na data de apuração do débito - e não mais na data da declaração, que é posterior. Como há atualização monetária do saldo credor até a data da realização da compensação, com a aplicação da nova regra, de acordo com o entendimento do fisco, o volume de créditos ao qual o contribuinte tem direito diminui. A Receita informa que editará nova norma.


A medida vale em relação a débitos vencidos após a data de apuração do direito ao crédito. De acordo com o advogado Cássio Sztokfisz, do escritório Souza, Schneider e Pugliese Advogados, como na grande parte dos casos somente após o vencimento do débito é apurado o saldo credor e apresentada a declaração de compensação, o universo de contribuintes atingidos pela instrução é relevante. "Se o contribuinte apurou o débito, por exemplo, em agosto de 2002, mesmo que ele tenha apresentado o pedido de compensação em fevereiro de 2003, a atualização monetária será aplicada sobre o valor de agosto de 2002", afirma. No exemplo, segundo Sztokfisz, a atualização seria feita com a aplicação da Selic até agosto (mês da apuração), mais 1% no mês seguinte ao da apuração. O advogado afirma que vários contribuintes deverão ser prejudicados também porque a Receita tem cinco anos para homologar a compensação e, muitas vezes, só a aprecia ao fim desse prazo.


Para Sztokfisz, a instrução é ilegal e não pode subsistir porque representa afronta à Lei nº 9.250, de 1995 e à Lei nº 9.430, de 1996. "O primeiro comando legal dita que o crédito do contribuinte deve ser atualizado até o mês anterior ao da compensação, acrescido de 1% atinente ao mês em que for realizada a compensação. Já o segundo dispõe que a compensação ocorre com a apresentação da declaração de compensação", diz. O advogado comenta ainda que em parecer a Advocacia-Geral da União (AGU), firmou o entendimento de que os créditos detidos pelos contribuintes em face do fisco devem ser corrigidos até a data de sua efetiva restituição.


A advogada Ana Cláudia Utumi, do escritório TozziniFreire, afirma que a banca recebeu consultas de empresas notificadas que preferiram pagar a multa de 20% e juros. Por isso, para ela, a análise deve ser feita caso a caso. A advogada afirma que algumas empresas podem ter uma redução significativa no volume de créditos e, nesse caso, é possível questionar a norma. "O que a Receita pode fazer é apenas regular a forma como se dará a compensação", afirma.


O advogado Mauricio Barros, do Braga & Marafon Consultores e Advogados, concorda que as empresas prejudicadas podem contestar a instrução. Ele alega que já havia uma situação jurídica estabelecida inclusive por instrução normativa da própria Receita. A Instrução Normativa nº 831, de 2008, modifica a Instrução Normativa nº 600, de 2005. "Assim, se o contribuinte já tinha determinada expectativa de compensação e é lesado por mudança de interpretação da Receita, deve apresentar defesa", afirma. Já o advogado Camilo Gribl, do escritório Marques de Oliveira e Gribl Advogados, defende que a instrução normativa somente poderia vigorar em relação aos pedidos ou declarações realizados a partir da publicação da nova norma.


Por nota, a área técnica da Receita informou ao Valor que os contribuintes não podem ser prejudicados quando a declaração de compensação foi entregue ou transmitida antes da publicação da instrução normativa e adiantou que está em discussão nova alteração na norma. A Receita também afirma que procurou aplicar o princípio de que créditos e débitos devem merecer idêntico tratamento no que se refere a cálculos tributários "observando-se que, para os créditos dos contribuintes sua data de origem sempre foi considerada, nas normas que disciplinam a matéria, como sendo a data de fim de seu período de apuração, seria forçoso adotar regra idêntica com relação aos débitos".

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Em vez da geladeira, tente o computador

De São Paulo
07/10/2008
Fonte: Valoronline

Se você costuma deixar recados para sua família na porta da geladeira, saiba que até uma ação prosaica como essa pode ganhar ares de ficção científica. É o que mostra Juan Jimenez, da Hewlett-Packard (HP), na frente do TouchSmart, o mais novo computador da empresa. Com o dedo, o executivo toca em um ícone na tela de 22 polegadas. Imediatamente, abre-se um quadro de avisos virtual. Ele aciona a câmera embutida e grava uma mensagem, que ganha o formato de um "post-it" digital. Pronto. Para ver o vídeo, basta clicar na tela novamente.


O domínio das telas sensíveis ao toque, o principal atrativo do TouchSmart, não é novidade na HP. "A tecnologia já existe na empresa há décadas", diz Jimenez. O que muda é a maneira de usar a tecnologia.


A Apple revigorou o computador de mesa com os modelos mais recentes do Macintosh, que dispensam a existência de uma torre ao embutir todos os dispositivos do equipamento nas costas do monitor. Outro ponto alto da companhia foi eliminar os botões com o tocador de música iPod Touch. Os comandos passaram a ser feitos diretamente na tela do aparelho, uma herança transmitida ao celular iPhone. Com o TouchSmart, a HP combina as duas coisas: o micro minimalista - só existem a tela, um teclado e um mouse sem fios - e a tela sensível ao toque. "Há também um só cabo para ligar na tomada, o de força", diz Jimenez.


O grande segredo do equipamento, equipado com um chip Core 2 Duo, da Intel, e um disco rígido de 500 gigabytes (Gb) - o que significa uma enorme capacidade para armazenar dados - é o software da HP, que funciona como um centro de comandos. O usuário pode acessar sua biblioteca de músicas, assistir a vídeos, montar slides de fotos, disputar jogos, fazer anotações, tudo sem mexer no teclado.


A tecnologia também permite usar os dedos para acessar o Windows, mas nesse caso, como os ícones do sistema são menores, a dificuldade é maior. O micro vem com o Windows Vista.


Com o TouchSmart, Jimenez encerra mais uma fase de sua carreira na HP. Depois de dois anos no cargo de vice-presidente de consumo do grupo de computação pessoal, ele vai assumir a divisão de negócios de pequenas e médias empresas na América Latina. Em seu lugar, assume Cláudio Raupp, que já passou por outras empresas de tecnologia, como a Nokia. "Adoro o Brasil, mas depois de dez anos poderei voltar para meu país, a Colômbia", diz Jimenez. (JLR)

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Hora é de evitar dívidas e optar por manter liquidez

Por Luciana Monteiro, de São Paulo
07/10/2008
Fonte: Valoronline

Em um momento de grande incerteza com relação ao comportamento da economia no mundo todo, os economistas são unânimes na hora de dar qualquer conselho quando o assunto é dinheiro: evite dívidas, principalmente as de longo prazo. Isso quer dizer que a recomendação é esperar um pouco mais para trocar de carro, comprar um apartamento maior ou até, em alguns casos, adiar aquela tão sonhada viagem para o exterior.


Embora os fundamentos da economia brasileira estejam muito melhores para atravessar a crise internacional, haverá reflexos também por aqui. Caso os Estados Unidos ou Europa entrem em recessão, ou mesmo se o mundo crescer a menores taxas, o Brasil venderá menos para o exterior. Conseqüentemente, as empresas terão de botar o pé no freio na produção e, no pior cenário, isso pode significar cortes de custos, ou seja, redução de empregos.


Em momentos de incerteza econômica, o melhor a fazer é montar uma reserva para emergências, diz William Eid, coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV. "É uma boa hora para fazer um exercício de como cuidar do dinheiro, de montar um bom orçamento." Ele sugere classificar as despesas em quatro categorias: alimentos, itens básicos, gastos contornáveis e dispensáveis. "Assim, é possível ter uma idéia clara do que reduzir se tiver de cortar custos."


Mas de que tamanho deve ser essa reserva? Equivalente a pelo menos seis meses do orçamento doméstico, diz Marcia Dessen, sócia da Bankrisk Consultoria. "Um colchão desse tamanho é suficiente para dar paz de espírito para atravessar momentos como estes." Para evitar o consumo desnecessário, ela sugere um exercício fácil: as pessoas devem dividir o salário por 30 para saber o quanto ganham por dia. "Com isso, toda vez que quiser comprar algo, ela compara o preço e vê o quanto de esforço, ou seja, quantos dias de trabalho, precisa para ter aquele produto".


O ideal é manter um alto nível de liquidez, com menos dívida possível, pois os juros deverão subir, avalia Keyler Carvalho Rocha, vice-presidente do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP) e professor da USP. "Se a pessoa não tem a necessidade do bem agora, é melhor esperar um cenário menos nebuloso", afirma.


O problema é que alguns estão justamente prestes a fechar contratos de financiamento de imóveis, que são, por natureza, de longo prazo. "Se o imóvel é para uso próprio, o momento é bom para fechar negócio", diz. "É preciso aproveitar que ainda há recursos para financiamentos." Mas se a idéia é comprar um imóvel para proteger o dinheiro e viver de aluguel, a avaliação é outra. "O retorno com aluguel é pequeno, é preciso pagar imposto de renda sobre os ganhos, além de outros custos."


Além disso, o país vive uma euforia no preço dos imóveis graças ao recente aumento do crédito, afirma Eid, da FGV. "Os preços estão elevadíssimos e o melhor seria esperar para comprar, pois vamos sofrer com a crise e os valores tendem a cair", avalia.


Mas e quem tem uma viagem já programada para o exterior? O custo aumentou e, para quem não estava preparado para esse aumento, o melhor é adiar a viagem, afirma Carvalho, do Ibef. Muitos neste momento podem estar pensando: "Ah, mas eu mereço essa viagem, afinal de contas, tratam-se das minhas férias." Mas não adianta viajar e simplesmente fingir que nada aconteceu porque, quando voltar, vai ter dor-de-cabeça, diz Márcia, da Bankrisk. "Se a pessoa não estava preparada, pode adiar a viagem ou reduzir o número de dias lá fora, ou ainda mudar o itinerário e viajar pelo Brasil mesmo." E quem já viajou deve se preparar para a conta do cartão de crédito em dólar, que vai custar 30% a mais do que há um mês. A recomendação é apertar o cinto e pagar toda fatura, pois os juros do cartão vão subir mais.

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segunda-feira, outubro 6

Receita considera remessas de royalties isentas do pagamento de PIS e Cofins

Marta Watanabe, de São Paulo
06/10/2008
Fonte: Valoronline

A Receita Federal tem dado respostas favoráveis às consultas de empresas, livrando-as do pagamento do Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) sobre remessas ao exterior relativas a royalties e direitos pelo uso de marcas e transferência de conhecimento e tecnologia. As decisões favoráveis também incluem uso ou exploração de invenções, processos e fórmulas de fabricação. Desde maio de 2004, quando as duas contribuições passaram a ser cobradas sobre a importação de bens ou serviços, havia uma dúvida sobre a obrigatoriedade de pagar 9,25% de PIS/Cofins sobre as remessas desses royalties.


O advogado Waine Domingos Perón, do escritório Braga & Marafon, explica que desde 2003 a legislação do Imposto sobre Serviços (ISS), tributo recolhido pelos municípios, elenca a cessão de direitos de uso de marca entre os serviços sujeitos ao imposto. "Isso gerou uma insegurança também em relação ao PIS e Cofins e sua eventual cobrança sobre operações que na verdade não são serviços porque não se referem a obrigação de fazer, mas sim a de dar", argumenta.



Respostas de delegacias da Receita, porém, têm sido favoráveis ao argumento das empresas de que esses pagamentos não devem ser tratados como serviço e, por isso, não integram o cálculo do PIS e da Cofins. Perón explica que isso abre às empresas que fizeram o recolhimento a possibilidade de tentar restituir os valores pagos desde 2004. Segundo dados do Banco Central, companhias brasileiras remeteram ao exterior nos últimos quatro anos um total de US$ 8,04 bilhões em royalties e licenças.


"Mas é preciso verificar se quem pagou as contribuições sobre as remessas se creditou ou não do PIS e da Cofins sobre a importação desses direitos", alerta ele. As empresas que se creditaram não poderiam restituir os valores. O advogado Paulo Vaz, do Levy & Salomão, considera que não há muita possibilidade das empresas tomarem créditos das duas contribuições sobre esses valores. "Dentro da interpretação mais restrita da Receita Federal, esses direitos na grande parte das situações não são considerados insumos e, por isso, não permitem o crédito."


E entre pleitear o crédito sobre esses valores ou pedir a não incidência do PIS/Cofins sobre as remessas, ressalta Perón, é mais fácil ficar com a segunda opção. "Trata-se de uma discussão muito mais tranqüila e favorável ao contribuinte", acredita.


Embora favoráveis aos contribuintes, as respostas da Receita fazem uma importante ressalva. Se, além de fornecimento de tecnologia e direito de uso da marca o contrato versar também sobre prestação de serviços pela matriz no exterior, devem ser discriminados os valores para cada uma das operações. Caso contrário, todo o contrato será tributado pelo PIS/Cofins. "Essa foi uma forma da Receita evitar que as empresas deixem de pagar as duas contribuições também sobre a importação de serviços", esclarece.


O consultor Claudinei Schnoor, da ASPR Auditoria e Consultoria, esclarece que é preciso analisar o contrato. Caso o documento inclua não só direitos de uso de marca e tecnologia, explica, é preciso discriminar os valores e o ideal é fazer as remessas em pagamentos separados. "O contrato deve estar bem construído para determinar a discriminação", completa Vaz.


Segundo o advogado, os volumes de royalties remetidos pelas brasileiras às matrizes costumam ser relevantes. "Tanto em relação às marcas como às tecnologias, as remessas são geralmente calculadas por um percentual da receita líquida." No caso da tecnologia, o direito costuma ser pago sobre a receita relativa ao bem no qual o conhecimento foi aplicado.


Perón acredita que as decisões da Receita Federal poderão auxiliar as empresas na discussão contra as prefeituras sobre a tributação de ISS. Praticamente no mesmo período em que o PIS e Cofins passaram a incidir sobre importações, o ISS também foi estendido para os serviços importados, inclusive sobre remessas de direitos de marcas. "Mas se esses direitos não são considerados como serviços pela Receita, também não devem ter essa natureza para o ISS das prefeituras."

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Google prepara modelo de negócios para redes sociais

Heather Green, BusinessWeek, de Nova York

06/10/2008

Fonte: Valoronline


Imagine que houvesse um número que pudesse mostrar o quanto você é influente. Ele seria o resultado de uma somatória de todo tipo de coisas, de quantas pessoas você conhece à freqüência com que você fala com elas e o quanto elas apreciam suas opiniões. Sua pontuação poderia ser comparada com a de praticamente qualquer pessoa no mundo. Talvez ele possa ser chamado de seu número no Google. A companhia está aguardando a patente de uma tecnologia para classificar as pessoas mais influentes dos sites de relacionamento MySpace e Facebook. Numa guinada criativa, o Google está aplicando às redes de relacionamento a mesma abordagem usada para dominar os negócios de busca on-line. Se funcionar, a companhia finalmente poderá tornar os anúncios nas redes de relacionamento relevantes - e lucrativos.


O Google não quis discutir a idéia com a "BusinessWeek" para este artigo. Mas o projeto está baseado no mesmo princípio do PageRank, o algoritmo do Google para determinar quais sites da internet aparecem em uma lista de resultados de busca.


A nova tecnologia poderá monitorar não só quantos amigos você tem no Facebook, mas também quantos amigos seus amigos têm. Amigos bem relacionados tornam você particularmente influente.


O sistema de monitoramento da companhia também vai mostrar a freqüência com que as pessoas colocam coisas nos sites uns dos outros. Ele poderá até mesmo classificar o quanto uma pessoa é bem-sucedida em conseguir amigos para assistirem a um videoclipe ou ler uma notícia, segundo pessoas familiarizadas com o pedido de patente. "O Google, em suas buscas, mostra as páginas da internet mais influentes - faz o mais completo sentido eles ampliarem isso para as comunidades on-line", diz Jeremiah Owyang, analista da empresa de pesquisa Forrester Research.


Como isso vai melhorar a propaganda nas redes de relacionamento? Digamos que haja um grupo de fãs de basquete que passam muito tempo investigando as páginas uns dos outros. Os perfis dessas pessoas provavelmente indicam que eles gostam do esporte. Além disso, alguns poderão entrar para um fã-clube do astro Kobe Bryant ou deixar observações nas páginas uns dos outros sobre jogos recentes a que eles assistiram.


Usando os atuais métodos padronizados de propaganda, uma companhia como a Nike pagaria ao Google para colocar um anúncio em uma página de fã ou mostrar um link patrocinado quando alguém sai à procura de notícias relacionadas ao basquete. Com o monitoramento de influência, o Google poderá acompanhar mais de perto os interesses compartilhados por esse grupo de fãs, saber com quais outras comunidades de fãs eles interagem e descobrir quais membros recebem mais atenção quando eles atualizam perfis ou oferecem fotografias.


As informações obtidas permitirão à Nike aperfeiçoar e ampliar seus alvos, ao mesmo tempo em que permitirão ao Google cobrar uma taxa por seus serviços de anúncios. Se a Nike quiser anunciar um novo tênis para a prática de basquete, por exemplo, ela poderá trabalhar com o Google para lançar um jogo interativo de lances-livres apenas nas páginas de perfis das pessoas mais influentes da comunidade, sabendo que o jogo provavelmente vai despertar mais atenção nesses lugares. E como a nova técnica classifica links entre os grupos, o Google também poderá direcionar suas atenções para os anúncios voltados para comunidades mais amplas. "Eu pagaria uma taxa para ter um determinado vídeo diante de alguém que compartilha interesses com outra pessoa, e até mesmo taxas maiores para um monte de pessoas que também teriam interesse", afirma Ian Schafer, executivo-chefe da empresa de anúncios on-line Deep Focus, cujos clientes incluem a Sean Jean e a Universal Music Group.


A classificação de influência não é um exercício acadêmico para o Google. Até agora, a gigante das buscas na internet não conseguiu grandes lucros com as incursões nas redes de relacionamento.

Em 2006, o Google prometeu pagar US$ 900 milhões ao MySpace, da News Corp., em três anos, pelo direito de colocar anúncios no site. Os executivos do Google ficaram desapontados com esse projeto, que está comendo 1,5% das margens brutas, segundo Jeffrey Lindsay, analista da administradora de ativos Sanford C. Bernstein. Em seu pedido de patente, o Google reconhece que algumas de suas velhas abordagens não funcionaram. Schafer, da Deep Focus, diz que com as novas técnicas, "o Google poderá ser o Google da mídia de relacionamentos".

(Tradução de Mário Zamarian)

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Jovem brasileiro se preocupa com guerra

Daniele Madureira, de São Paulo
06/10/2008
Fonte: Valoronline


Enquanto a crise financeira tira o sono dos adultos, a preocupação de grande parte dos adolescentes é com a possibilidade de uma Terceira Grande Guerra. Pesquisa feita pela comunidade virtual Habbo Hotel - que reúne 10,5 milhões de usuários por mês em todo o mundo, a maioria entre 13 e 17 anos - e a War Child, ONG internacional de proteção a crianças afetadas pela guerra, revela que 41% dos adolescentes acredita que vai presenciar a Terceira Guerra Mundial.


Os mais convictos dessa possibilidade são os jovens americanos (58%) e os que menos acreditam que isso vai acontecer são os japoneses (25%). O levantamento ouviu 32 mil adolescentes de pouco mais de 20 países, sobre guerras, violência e responsabilidade política sobre os conflitos.

As respostas de Brasil e Portugal foram unificadas (assim como as de Suíça e Áustria e as de Espanha e América Latina). Mas Portugal representa só 10% dos entrevistados. Por aqui, quase a metade dos jovens (49%) acredita que vai vivenciar a Terceira Grande Guerra.


A Sulake Corporation, empresa voltada ao entretenimento on-line, que administra o Habbo Hotel (lê-se "rabô"), realizou no fim de 2007 uma ampla pesquisa com os usuários da comunidade em todo o mundo, procurando identificar seus hábitos de consumo e suas perspectivas em relação ao futuro. Uma das perguntas era: "Quando você pensa sobre o futuro, quanto as coisas abaixo preocupam você?". Entre as opções, estavam aquecimento global, racismo, terrorismo, acidentes nucleares etc.


"Dos entrevistados, 87% temem uma nova guerra mundial e 86% têm receio de que seus países venham a se envolver numa guerra", diz Alisson Pedro, country manager do Habbo Hotel no Brasil e em Portugal. Por isso, a Sulake decidiu organizar uma nova pesquisa este ano, concentrada em conflitos.


Os brasileiros e os portugueses são os mais preocupados com conflitos globais (75%), seguidos pelos japoneses (65%). Os menores índices nesse quesito estão na Suécia (26%) e Holanda (23%). Para os entrevistados, as principais causas de disputas são a briga por recursos naturais (petróleo, diamantes e terras), diferenças religiosas ou políticas e governos corruptos.


Quase metade dos jovens brasileiros, surpreendentemente, concorda com o alistamento militar obrigatório (49%). Os adolescentes que mais aceitam a idéia são os de Cingapura (74%), Rússia (73%) e Noruega (62%). No Japão, esse percentual é de 8% e na Holanda, de 12%.


Mas os brasileiros (51%) estão entre os menos informados sobre o recrutamento de crianças abaixo dos sete anos de idade como soldados em conflitos armados. Por outro lado, a maioria dos usuários que mora no Brasil (68%) mostra-se muito mais solidária do que os franceses (26%) ou os finlandeses (29%) em diminuir os efeitos negativos da guerra. No mundo, as opções mais citadas nesse sentido foram se tornar um voluntário em organizações que ajudam crianças atingidas pela guerra e criar um grupo no Habbo Hotel ou outra comunidade virtual para chamar a atenção sobre o assunto.


O Brasil é o terceiro país em número de visitantes únicos, com 1,5 milhão de usuários. Só perde para os Estados Unidos, segundo colocado, e Espanha e América Latina, que reúnem todos os usuários de língua hispânica. "Mas temos potencial para ultrapassar, em breve, o mercado americano, que tem menos de 2 milhões de usuários", diz Pedro.


O Habbo Hotel abre espaço para ações de anunciantes em suas páginas, em geral com games interativos. "Os banners prendem pouco a atenção desse público", afirma o executivo. Entre os principais anunciantes da comunidade no Brasil estão a Unilever (com a marca Seda Teens), a Kellogg e a Cadbury Adams (com o chiclete Bubbaloo). No mundo, a Sulake faturou 43 milhões de euros em 2007.

sexta-feira, outubro 3

Novos satélites agitam mercado na AL

Heloisa Magalhães, do Rio
03/10/2008
Fonte: Valoronline


O mercado latino-americano de serviços de satélite responde por apenas 10% do faturamento mundial do setor e, ainda é apontado como de baixo retorno para as operadoras do setor. Por isso mesmo, as companhias que atuam nesse segmento estão atentas à chegada de novos concorrentes: os governos da Venezuela, Argentina, Colômbia e dos países andinos e possivelmente o brasileiro.


Julio Duran, da venezuelana Vedesat, garante que o objetivo de seu país é usar o satélite para projetos sociais nas áreas de saúde, educação e levar banda larga aos mais carentes. A Venezuela criou um fundo com apoio da CANTV e da petroleira PDVSA e está investindo US$ 400 milhões no projeto. O satélite, batizado de Simon Bolívar, está sendo construído na China e engenheiros do país de Hugo Chávez acompanharam de perto.


Na Argentina, a proposta é unir o social com o comercial. A Arsat quer lançar três satélites, o primeiro com a previsão de entrar em órbita em 2012. Mariano Goldschmidt, diretor da operadora, não informa com detalhes a origem dos recursos para o primeiro satélite. Diz apenas que estão sendo investidos US$ 200 milhões financiados pelo governo federal e por bancos de desenvolvimento. Há planos de abrir o capital da empresa.


No Brasil, há o projeto Gesac (Governo Eletrônico Serviço de Atendimento ao Cidadão). A proposta é de lançamento de três satélites para levar a internet para áreas carentes e distantes. Na Colômbia, no México e no Equador os satélites planejados também têm perfil social e de segurança nacional. Os países da comunidade Andina estão negociando com um operador a colocação temporária de um satélite na posição orbital a que têm direito e em 2011 seria lançado um próprio, informa a pesquisadora Ana Bizberge, da Convergência Research.


Segundo Ana, de 2000 para cá a frota de satélites voltados para a América Latina cresceu 104%. Há 12 lançamentos de novos satélites previstos para os próximos cinco anos. Serão 58 atendendo a região. A SES/New Skies/Americon terá novos quatro; Intelsat lançará três satélites; a Stamex um; a Hispasat em 2009 lançará o Amazonas 2; e Telesta, mais um este ano.


A questão é dividir o mercado. Daniel Goldberg, da Telesat, frisou que a crise financeira mundial não deve atingir esses projetos que são de alto custo, mas longa maturação e planejados com muita antecedência. Mas lembrou que o setor enfrentou vários desafios nos últimos anos. Houve consolidação de fabricantes e de empresas que fazem lançamentos aumentando muito os custos em todo mundo, com, inclusive, valores dos seguros.


Em paralelo, o coro dos dirigentes das operadoras de satélites presentes hoje em seminário no Rio promovido pela Converge Comunicações foi em torno dos preços para a América Latina. Segundo os executivos, a região responde por peço do MHz abaixo da média internacional mas com taxação de impostos muito mais alta do que na Europa, Ásia, Estados Unidos e até na Africa.


Por isso muitas empresas, por vários anos, vinham direcionando os satélites para outros mercados, lembrou Jurandir Pitsch, da SES New Skies, com sede em Luxemburgo. Segundo ele, o Brasil está entre os poucos países onde paga-se pela licença. " Nos Estados Unidos, basta ir a FCC (Federal Communications Commission, orgão regulador americano) pedir a licença e receber", disse.


A SES Newskies vai lançar, no início do próximo ano, junto com a Eutelsat, um satélite totalmente dedicado a atender dispositivos móveis, operando na chamada banda S. Será voltado para o mercado europeu e uma das facilidades vai ser de levar a TV via satélite para telefones celulares. Mas de forma diferente dos sistemas atuais para celulares que usam a a rede de telefonia.


Pitsch explica que se trata de um sistema completamente diferente do Iridium, que é voltado para intercomunicação de telefones móveis por satélite. O novo sistema será para atender também outros dispositivos móveis, como TVs em automóveis ou trens ou para atender quem andam na rua com um aparelho de TV portátil. Segundo Pitsch é um projeto de alto risco, uma vez que a SES e Eutelsat ainda não têm visibilidade de como o mercado irá se comportar diante do novo serviço.

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Biblioteca Nacional adapta-se à era da web

André Borges, de São Paulo
03/10/2008
Fonte: Valoronline

O cofre da Biblioteca Nacional (BN) do Rio de Janeiro, lugar onde estão guardadas as principais raridades da memória nacional, já não tem mais espaço para um incômodo equipamento que, de uns tempo para cá, passou a entulhar a disputada sala de segurança. Nas prateleiras, estão empilhados mais de 200 discos rígidos (HDs), o componente de computador usado para armazenar os dados digitais.


O alojamento de luxo não foi uma exigência despropositada do pessoal de informática, explica Angela Monteiro Bettencourt, coordenadora de informação bibliográfica da BN. Naqueles discos, diz Angela, estão guardadas cópias de obras raras, como a "Coleção D. Thereza Christina Maria", o conjunto de 23 mil fotos que fazia parte da biblioteca particular do imperador D. Pedro II.
Iniciado em 2003, o projeto de digitalização de obras é uma das iniciativas mais ambiciosas da BN, hoje a sétima maior biblioteca do mundo. A evolução dessa empreitada, porém, passa agora por uma etapa de reorganização.


A biblioteca ainda não conta com um "data center", o centro de dados usado para armazenar, de forma segura, o conteúdo que seu laboratório digital tem gerado. Hoje, tudo é gravado em computadores comuns, que depois têm seus HDs retirados e guardados no cofre. O problema é que esse conteúdo não pára de crescer.


Atualmente, a Biblioteca Nacional Digital reúne 1 milhão de imagens digitalizadas, o que equivale a 5 terabytes de informação. "Um mapa digitalizado que colocamos no site tem apenas 70 kilobytes de tamanho, só que esse mesmo arquivo guardado em alta resolução tem cerca de 300 megabytes."


A montagem do centro de dados é o próximo passo da BN. A instituição já elaborou uma proposta e a entregou para o Fundo Nacional de Cultura (FNC), controlado pelo Ministério da Cultura. No ano passado, a verba da instituição foi de cerca de R$ 330 mil.


O plano da instituição é ter dois centros de dados, um deles para cópias de segurança. Cada estrutura foi avaliada em cerca de R$ 400 mil. "Com esse data center, teríamos capacidade suficiente para mais 5 anos de trabalho."


Por enquanto, a maior parte dos documentos digitalizados pela biblioteca é constituída de fotos e gravuras raras. De livros, apenas 250 obras passaram pelo processo porque a entidade não conta com um scanner profissional dedicado especificamente a essa tarefa. O equipamento, que custa cerca de US$ 120 mil, também está no pacote proposto.


O objetivo é criar o que Muniz Sodré, presidente da Fundação Biblioteca Nacional, chama de "repositório da memória digital brasileira". Paralelamente, a BN também faz parte do programa da Unesco, que trabalha na criação de uma grande biblioteca mundial, disponível via internet. Por enquanto, diz Sodré, a iniciativa - lançada pela Biblioteca do Congresso dos EUA em 2005 - só está disponível para a Biblioteca de Alexandria, no Egito. "Daqui a seis meses, todo o conteúdo estará disponível internacionalmente."


Em 2006, a BN chegou a ser procurada pelo Google, que estava interessado em digitalizar seu acervo. A parceria, no entanto, não foi formalizada, e a instituição decidiu tocar seus projetos por conta própria. "Eles queriam que nós assumíssemos uma série de questões ligadas à propriedade intelectual; achei melhor descartar a proposta", afirma Sodré.


Segundo Rodrigo Velloso, diretor de desenvolvimento de negócios do Google, o que atrapalhou as negociações "foram questões políticas, e não de ordem legal".


O programa "Google Books Search" funciona como uma central de busca de livros digitais. Obras protegidas por direitos autorais são exibidos parcialmente, conforme acordo fechado com editoras e autores. Atualmente, o Google tem parceria com 29 bibliotecas de grande porte no mundo. Nenhuma delas está na América Latina. "Nosso critério de escolha é o tamanho do acervo. A Biblioteca Nacional seria a única da região que justificaria montar uma estrutura local de digitalização de conteúdo", diz Velloso.


Nas estantes da BN há mais de 9,5 milhões de itens, dos quais 1,7 milhão são livros e 200 mil obras de domínio público, cujos autores já faleceram há mais de 70 anos. Entre as raridades estão 19 edições do periódico "O Espelho", que trazem textos diversos de Machado de Assis, publicados em 1859. A partir da próxima semana, o material poderá ser lido pela internet, no site da BN. E o usuário poderá, inclusive, fazer buscas por palavras.

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Número de jovens que recolhe INSS sobe 20%

Agência Brasil, de Brasília
03/10/2008
Fonte: Valoronline

O aumento no número de contribuintes para a Previdência Social, entre pessoas com até 19 anos e as que tem entre 50 e 59 anos, foi um dos destaques do anuário estatístico da previdência social, divulgado ontem pelo Ministério da Previdência Social.


Os dados mostram que de 2006 para 2007 o número de jovens com até 19 anos que contribuem para a Previdência cresceu 20,54%. Na faixa entre 55 e 59 anos, o aumentou foi de 11,03%. A alta foi de 9,15% dos contribuintes que tem idade de 50 a 54 anos.


De acordo com o ministro da Previdência Social, José Pimentel, o dado é reflexo do crescimento econômico brasileiro. "Estamos assistindo, com o crescimento econômico, a geração do primeiro emprego. E na outra faixa, as pessoas com maior experiência voltando ao mercado de trabalho por conta dessa necessidade de mão-de-obra mais qualificada", explicou.


Pimentel afirmou ainda que as micro e pequenas empresas são as responsáveis por contratar os jovens até 19 anos e empresas de tecnologia e de exportação estão empregando as pessoas cima de 50 anos. O ministro também destacou que houve uma elevação no número registros de acidentes de trabalho. De 2006 para 2007 esse número aumentou de 512.232 para 653.090, um crescimento de 140. 858 casos. Em 2007, 24.012 benefícios foram cancelados por causa de fraudes.

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Codefat propõe mudanças no abono salarial e PIS/Pasep para evitar rombo

Arnaldo Galvão, de Brasília
03/10/2008
Fonte: Valoronline


O presidente do Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), Luiz Fernando Emediato, levou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva proposta de duas reformas constitucionais e dois projetos de lei que poderão, na opinião dele, ajudar a evitar rombo de R$ 3,7 bilhões em 2011, decorrente do maior ritmo de crescimento das despesas em relação ao aumento das receitas.


Emediato calcula que as mudanças propostas por ele podem preservar R$ 8,7 bilhões por ano no FAT. Ele apóia o fim da incidência da Desvinculação das Receitas da União (DRU) na arrecadação das contribuições do PIS/Pasep, principal fonte de recursos do FAT. Também sugere que o pagamento do abono salarial - espécie de décimo-quarto salário - seja restrito aos trabalhadores que ganham até um salário mínimo. Atualmente, recebem os que ganham até dois salários mínimos.


Além da reforma constitucional, o presidente do Codefat quer que o governo se empenhe no Congresso para a aprovação de dois projetos de lei. O primeiro deles regulamenta uma norma da Constituição (parágrafo 4º do artigo 239) ao elevar a contribuição ao programa do seguro-desemprego das empresas que tiverem rotatividade de empregados acima da média. O outro projeto obriga o beneficiário do salário-desemprego a frequentar curso de qualificação profissional.


Emediato também relacionou no ofício enviado ao presidente da República sete iniciativas administrativas que estão em andamento ou em fase de regulamentação. Além do presidente Lula, o ofício também teve como destinatários os ministros Guido Mantega (Fazenda), Paulo Bernardo (Planejamento) e Carlos Lupi (Trabalho). O presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Walton Alencar Rodrigues, foi notificado.


Segundo a assessoria de Lupi, o documento enviado por Emediato foi preparado no período de férias do ministro. Por não conhecer ainda seu conteúdo, não foram feitos comentários, mas é pública a perspectiva otimista do ministro do Trabalho quando o assunto é o FAT, o que contrasta com as análises do TCU e do presidente do Codefat. Em entrevista publicada ontem pelo jornal "Folha de S.Paulo", Lupi afirmou que "não faltarão recursos para o financiamento das empresas". A principal fonte do BNDES é o FAT. Lupi disse ainda que o FAT ampliou em 10,5% o repasse de recursos para o BNDES neste ano, elevando para R$ 84,8 bilhões o total do patrimônio do fundo gerido pela instituição financeira.


Recentemente, o TCU publicou relatório, no qual alertou o Executivo para a escalada anual de déficits do FAT. A projeção é de resultado negativo a partir de 2010 e de um pequeno resultado positivo (R$ 354 milhões, 87% inferior ao estimado para 2008) em 2009. O ministro André Luís de Carvalho, advertiu o governo para o fato de que, em 2010, vai haver déficit efetivo e, em 2011, o rombo será de R$ 3,7 bilhões, se nada for feito. A elevação do salário mínimo acima da inflação e o aumento do emprego formal e da rotatividade levaram ao crescimento das despesas do seguro-desemprego.


O TCU verificou que, entre 2003 e 2007, as despesas do FAT cresceram 16,7% ao ano, contra uma velocidade de 13,6% na expansão das receitas. Em 2003, as despesas com seguro-desemprego foram de R$ 6,6 bilhões, mas no ano passado chegaram a R$ 12,7 bilhões. A expectativa é de custos de R$ 19,1 bilhões em 2010, e R$ R$ 21,4 bilhões em 2011. As despesas com abono salarial também aumentaram bastante. Foram de R$ 1,8 bilhão em 2003, e alcançaram R$ 5 bilhões em 2007. Segundo a projeção feito pelo tribunal, essas despesas deverão ser de R$ 6,1 bilhões no fim deste ano e saltarão para R$ 8 bilhões, em 2010, e R$ 9,2 bilhões, em 2011.


O BNDES consome aproximadamente 32% dos recursos do fundo. No ano passado, a instituição usou R$ 7,6 bilhões, mas espera-se que, em 2011, esse valor salte para R$ 12,3 bilhões.

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quinta-feira, outubro 2

Redes sociais são desafio para operadoras

Murillo Camarotto, Valor Online, de Bruxelas
02/10/2008
Fonte: Valoronline

Sean Kane, executivo do Bebo - a popular rede de relacionamento on-line britânica - tem uma mensagem para as operadoras de telecomunicações: sejam simples. "Quanto mais complicado você torna (o negócio), mais tolo você é", disse Kane, ontem, no Broadband World Forum, em Bruxelas, na Bélgica.


As redes sociais tornaram-se um fenômeno na internet, com o sucesso de sites como Orkut, MySpace e Facebook. O próprio Bebo é um exemplo dessa popularidade. A companhia, que reúne mais de 40 milhões de usuários, foi comprada pela America Online (AOL), em abril, por US$ 850 milhões.


Agora, são as operadoras móveis que estão interessadas em aproveitar o potencial das redes virtuais, principalmente com a publicidade on-line. O problema é que mesmo as empresas de internet e mídia - como o Google, que controla o Orkut, e a News Corp., dona do MySpace - ainda não encontraram um modelo eficiente para ganhar dinheiro com os sites.


A recomendação de Kane, executivo global para mercado móvel da Bebo, é que as operadoras sejam prudentes. Para ele, as funções mais básicas e baratas do celular, como enviar mensagens de texto (SMS) e animações (MMS), são suficientes para arrebanhar novos usuários. Não valeria a pena, para as telefônicas, apostar em funções mais sofisticadas e complexas.


"Pessoas abaixo dos 24 anos adoram mandar mensagens de texto e MMS; isso é praticamente o máximo que fazem no celular", disse Kane. "Eles também não têm muito dinheiro."


De seu lado, as operadoras mostram-se ansiosas em encontrar um modelo lucrativo para as redes sociais. Sacha Tuéni, diretor de marketing para redes sociais da Vodafone, disse não ser possível que um negócio com cerca de "800 milhões de clientes apaixonados" não tenha valor financeiro.


Para Tuéni, as operadoras já estarão com suas marcas bem posicionadas quando as redes sociais estiverem gerando um fluxo significativo de receita. Uma das apostas é aproveitar os dados dos usuários para promover ações publicitárias. Essa, no entanto, é uma questão sensível. O uso das informações pessoais é uma das grandes preocupações dos membros das comunidades virtuais. Já foram registrados casos de empresas que divulgaram indevidamente os hábitos de consumo de um determinado usuário da rede.


O repórter viajou a convite da Alcatel-Lucent

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Acesso à web via celular estimula novos negócios

Valor Online, de Bruxelas
01/10/2008
Fonte: Valoronline


Apesar de ainda discreta, a publicidade pelo celular já começou a se tornar economicamente mais interessante e os investimentos em seu desenvolvimento estão aumentando. Com a proliferação do uso do celular para acesso a internet em banda larga, surge um grande mercado para o chamado "target advertising", que consiste em uma propaganda totalmente personalizada, nesse caso para os usuários de telefone móvel.


Ainda bem fraca no Brasil, a prática já aguça interesses nos países desenvolvidos, que discutem o modelo de negócios ideal para que se torne rentável.


Segundo o vice-presidente de Publicidade e Aplicações da Alcatel-Lucent, Stuart Waite, o investimento em publicidade personalizada pelo celular deve chegar a US$ 1,7 bilhão nos Estados Unidos neste ano, uma alta de importantes 89% em relação a 2007. Para 2012, o valor deverá passar a US$ 6,5 bilhões, de acordo com o executivo, que participou do "Broadband World Forum", em Bruxelas.


Apesar da aposta já ter se tornado investimento, os próprios países desenvolvidos ainda enfrentam desafios tecnológicos e estratégicos para que o negócio decole. Uma das discussões, por exemplo, trata da qualidade da rede das operadoras, para que a publicidade pelo celular possa oferecer a interatividade, tida como essencial para o sucesso da empreitada na avaliação de Basil Badawiyeh, vice-presidente de Estratégia de Produtos sobre Demanda da companhia americana Arris, fabricante de equipamentos de banda larga.


No Brasil, a chegada do serviço de terceira geração de telefonia móvel (3G) tem grande potencial de alavancar o "target advertising", porém o baixíssimo número de acessos à internet via celular ainda é um entrave. Além do preço alto, o serviço ainda ineficiente e lento acaba afugentando a navegação.


Para o futuro, o que pode atrapalhar os planos dos publicitários brasileiros é a alta concentração dos terminais pré-pagos na base de celulares do país, segundo alertou o sócio da Praesto Convergence, Eric Santos. Isso porque os próprios executivos das operadoras brasileiras já parecem conformados com a participação de 80% dos telefones pré-pagos na base total, apesar dos diversos incentivos dados a quem opta por um plano pós-pago.


"Será preciso elaborar uma boa estratégia para trabalhar bem com essa base (pré-pago)", completou o executivo da Praesto Convergence. (MC)

Serviço de banda larga cresce 17% em 12 meses

Murillo Camarotto, Valor Online, de Bruxelas
01/10/2008
Fonte: Valoronline


O número de assinantes do serviço de banda larga superou os 380 milhões no fim de junho deste ano, o que representa um crescimento de 17% em 12 meses. A Europa segue como o mercado mais volumoso, com 120 milhões de conexões que representam 32% do total global. Na seqüência aparece a América do Norte, com 22,4%. Os números são da empresa de pesquisa Point Topic e foram divulgados ontem durante o "Broadband World Forum Europe", que ocorre em Bruxelas, na Bélgica.


Apesar da liderança européia, o ranking dos três primeiros países não passa pelo Velho Continente. O primeiro lugar continua com os Estados Unidos, que conta com 76,87 milhões de assinantes, um crescimento de 16,1% em um ano. No entanto, a hegemonia americana é seriamente ameaçada pela China, que já tem 76 milhões de assinantes e registrou alta de 27,7% no mesmo intervalo de comparação. Na seqüência aparece o Japão, com 29,43 milhões de conexões e crescimento de 8%.


O Brasil só é citado no estudo quando o assunto é crescimento trimestral. O país teve o quinto melhor desempenho global entre os meses de abril e junho deste ano, com a adição líquida de 541 mil novos assinantes de banda larga, atrás de Alemanha, Japão, Estados Unidos e China.
Apesar do crescimento, a banda larga brasileira ainda está entre as piores do mundo. Segundo um estudo publicado neste mês pela Cisco Systems, o Brasil ocupa a 38ª posição entre os 42 países que tiveram o serviço de internet rápida avaliado pelas universidades de Oxford e Oviedo.


Ainda de acordo com o relatório da Point Topic, a tecnologia DSL continua como a mais utilizada nos serviços de banda larga, com 250 milhões de clientes e fatia de 64% no mercado, enquanto o cabo responde por 21,5%, com 84 milhões de assinantes. Apesar da participação ainda discreta, a banda larga sem fio deverá reinar soberana nos próximos anos, de acordo com especialistas que participam do evento.


O repórter viajou a convite da Alcatel-Lucent

CMN aprova normas para nova contabilidade societária

Arnaldo Galvão, de Brasília
01/10/2008
Fonte: Valoronlime

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou três votos no sentido da convergência das instituições financeiras para as novas normas de contabilidade societária previstas na Lei 11.638 de 28 de dezembro de 2007. Segundo a consultora do Departamento de Normas do Banco Central (BC), Sílvia Marques de Brito e Silva, está preservada a neutralidade tributária das mudanças que entram em vigor em janeiro de 2009.


Os três votos ontem aprovados regulam os conceitos de ativos imobilizados e diferidos, a questão da equivalência patrimonial das coligadas e as operações de incorporação, fusão e cisão.


De acordo com o chefe adjunto do Departamento de Normas do Sistema Financeiro do BC, Sérgio Odilon dos Anjos, o objetivo da convergência é muito anterior à crise dos bancos nos Estados Unidos. Ele afirmou que a meta é dar maiores transparência e comparabilidade e melhor alocação de capitais.


O CMN restringiu o que pode ser registrado como ativo diferido. Nos novos lançamentos, só poderão ter essa classificação as despesas pré-operacionais e os gastos de reestruturação. Os valores atualmente registrados nessa conta não precisam ser reclassificados.


Segundo o Banco Central, também foi alterado, para o sistema financeiro, o conceito de empresa coligada para avaliação do investimento pelo método da equivalência patrimonial. Passa a ser coligada a empresa que tiver 20% ou mais do capital votante de outra ou tiver influência significativa em sua administração.


Outra mudança aprovada pelo Conselho Monetário Nacional obriga o registro pelo valor de mercado dos ativos e passivos de entidades envolvidas em operações de incorporação, fusão ou aquisição. Atualmente, o valor contábil ainda pode ser usado. Sílvia Marques Silva explicou que a nova norma manda reavaliar cada ativo dando nome e discriminando o que é, no momento, atribuído ao ágio.


Na avaliação da consultora do BC, ainda falta disciplinar cerca de 15% das normas relativas à convergência para o novo regime da Lei 11.638. Esse processo considera duas etapas. Na primeira delas, o objetivo é adaptar a regulação do CMN para o sistema financeiro nacional. Na segunda, a meta é alinhar, até 1º de janeiro de 2010, o conjunto das regras aos padrões internacionais para que, no fim daquele ano, as publicações já estejam adequadas.

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Bancários podem fazer greve nacional

De São Paulo
01/10/2008
Fonte: Valoronline

Bancários de 22 capitais, ligados a 126 sindicatos regionais, realizaram ontem paralisação para protestar contra a proposta de reajuste salarial de 7,5% feita pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na semana passada, que garante um ganho acima da inflação de 0,35 ponto percentual. Na próxima terça-feira, a categoria realiza assembléia para decidir se fará greve nacional por tempo indeterminado a partir do dia 8, informou Vagner Freitas, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). "A Fenaban tem até essa data para nos procurar e apresentar uma nova proposta", disse.


A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), da qual a Fenaban faz parte, informou que aguarda nova proposta dos bancários para voltar a negociar e nega que tenha recebido uma resposta oficial da Contraf-CUT rejeitando a oferta dos bancos. Freitas garante que a resposta oficial já foi dada. A Fenaban ofereceu reajuste de 7,5% e participação nos lucros e resultados (PLR) equivalente a 80% do salário, acrescido de R$ 943,85 e adicional de acordo com a variação do crescimento do lucro líquido de cada banco. Os bancários reivindicam aumento real de 5% mais reposição da inflação de 7,15% e PLR correspondente a três salários mais valor fixo de R$ 3,5 mil.


Segundo o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, 15 mil trabalhadores aderiram ao movimento na Grande São Paulo, interrompendo o trabalho em 441 agências e prédios administrativos.

(Agências noticiosas)